Nota RT: para o blog esta proposta não se mostra mais viável para ser discutida ou implementada. Contudo ela permanecerá online para futuras consultas sobre o assunto.
A avenida Dom Pedro I é uma das vias mais importantes e conhecidas de Ribeirão Preto ficando ao mesmo nível de outras igualmente importantes como a Francisco Junqueira e Independência. Principal acesso a diversos bairros da zona norte e oeste como Ipiranga, Sumarezinho, Jardim Paiva, José Sampaio, Planalto Verde e Cristo Redentor. A avenida que até antigamente era fortemente residencial foi se transformando em um dos corredores comerciais mais frequentados desta região da cidade.
Atualmente na área comercial podemos encontrar farmácias, revendas de automóveis, lojas de roupas, móveis, calçados e eletrodomésticos, enquanto na área de serviços é possível encontrarmos uma variedade de postos de combustíveis, rede bancária, instituições de ensino e unidades básicas de saúde. Com tudo isso a Dom Pedro I tem um fluxo grande de pedestres e veículos durante todo o horário comercial.
Em relação à transporte coletivo, atualmente a avenida possui aproximadamente 10 linhas de ônibus urbanos ativas passando ao longo do dia, fazendo-a um importante corredor estrutural de transporte coletivo.
No entanto, ao longo dos anos o transito na Dom Pedro I tem aumentado consideravelmente e ao mesmo tempo se tornado perigoso por conta do grande número de imprudências flagradas diariamente. Não existem radares ou sinalização alertando sobre a velocidade máxima e assim condutores e pedestres tentam disputar por um espaço na avenida, que fica "menor" a cada dia.
Avenida Dom Pedro I em 2012 - Folha.com |
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Dom Pedro mesmo aos domingos, possui um grande fluxo de veículos |
Transito pesado durante horário comercial - G1.globo.com.br |
Pouquíssimas intervenções foram realizadas na avenida, a mais recente foi a instalação de semáforos de tempo exclusivo para pedestres, recurso que alguns motoristas ainda insistem em não respeitar.
Raio X da Dom Pedro
A Dom Pedro I possui duas faixas em cada sentido com 2,70 metros e o bordo para estacionamento com 2,40. Vou considerar a calçada tendo 2,50 metros. Note que as faixas são mais estreitas comparadas com outras avenidas da cidade e isso faz com que muitos motoristas prefiram dirigir pela faixa da esquerda, prejudicando quem precisa fazer ultrapassagens.
Alem disso, os ônibus tem uma largura maior, fazendo que os mesmos tenham que ocupar duas faixas ao se deslocarem, alem da dificuldade em realizarem paradas nos pontos de embarque e desembarque.
Isso sem contar que com faixas tão estreitas, é quase impossível a formação de corredores entre as filas de carros, espaço muitas vezes usados por motoqueiros e ciclistas. E se algum veículo mais largo ou mesmo um caminhão estaciona na avenida, a faixa da direita compromete seriamente o fluxo de veículos na via.
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Simulação aproximada da Dom Pedro I |
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Veículos largos como caminhões prejudicam a fluidez do tráfego. |
Enquanto isso, ruas como a André Rebouças possuem um asfalto já bastante desgastado e sem nenhum tipo de manutenção, desestimulando motoristas a usarem a via como alternativa à Dom Pedro... até agora.
Curiosidade: Para os mais novos talvez seja dificil imaginar, mas a Dom Pedro já possuiu canteiro central com muitas árvores e que foi removido posteriormente. Uma de suas primeiras construções era a unidade de saúde básica Dr. Edgar Achê, construído na década de 50, junto com o antigo depósito de gás próximo a rua General Câmara.
Agradecimentos ao pessoal do grupo Lembranças Ribeirãopretanas no Facebook pelas informações e fotos.
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Avenida Dom Pedro I na década de 70, altura no número 197 - Cortesia de Itamar Pereira Vieira |
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Unidade de saúde, uma das primeiras construções erguidas na Dom Pedro I - Cortesia de Luiz Verri Barros |
Ideia utópica de hoje
Atualização 04/01/25: atualmente a avenida passou a ser trajeto do corredor estrutural Oeste 2 (futura Leste/Oeste 2) e teve a implementação de faixas exclusivas para ônibus e a proibição parcial de estacionamento ao longo do dia.
A proposta de hoje pode ser um tanto polêmica, mas não conseguimos visualizar outra alternativa para curto prazo: conversão da avenida Dom Pedro I em via de mão única.
Abaixo segue uma projeção aproximada de como é a avenida atualmente: faixas de rolamento de 2,70 metros, duas para cada sentido da via e estacionamento dos dois lados, mesmo em locais com grande extensão de guias rebaixadas.
Esta proposta foi enviada para um vereador em 2012 junto com um conjunto de ideias para serem usadas na cidade. Mas assim como a proposta de extensão da rua Dom Pedro II com a rua São Francisco, nunca recebemos um retorno sequer.
Agora segue a proposta para a nova avenida Dom Pedro I:
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Cenário atual |
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Cenário após a implementação do sentido único. |
Descrição das mudanças realizadas:
- Mão única sentido bairro-Centro.
- Implantação de faixa exclusiva para ônibus, com largura de 3,50 metros (o manual de sinalização da CET recomenda o mínimo de 3,30 m).
- Readequação para três faixas de rolamento com largura de 3 metros.
- Implantação de ciclovia bidirecional com 3 metros de largura (1,5 m para cada sentido).
Como demais mudanças seriam incluídas:
- Reforço na sinalização vertical, alertando os motoristas sobre a proibição de estacionamento.
- Redução da velocidade da via pra 40 ou 50 km/h.
- Instalação de faixas para pedestres na distancia média das quadras, visto em se tratar de uma avenida com grande fluxo de pedestres.
- Paisagismo renovado (plantio de árvores, instalação de bancos, lixeiras e placas de orientação.
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Faixas exclusivas para ônibus |
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Faixas mais largas e limite de velocidade reduzido |
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Ciclovia bidirecional em toda a extensão da avenida |
Com estas mudanças, a avenida Dom Pedro I teria configuração muito próxima da avenida Saudade, com a vantagem de possuir uma faixa de rolamento a mais e ciclovia bidirecional. O número de acidentes seria reduzido, o trânsito fluiria de forma mais uniforme e a ciclovia geraria uma demanda já bastante reprimida de ciclistas.
Uma projeção inicial criada para a Dom Pedro também foi criada, porem sem a ciclovia e com a permanência de vagas de estacionamento à esquerda da via. Mas tendo em vista o histórico de comerciantes que usam as vagas para benefício próprio e até mesmo como mostruário (caso de revendas de carros usados), resolvi não inseri-la na proposta.
Rua André Rebouças - alternativa sentido Centro-bairro
Esta com certeza seria a mudança mais radical e controversa. Os veículos e ônibus que subissem a avenida Capitão Salomão fariam conversão na rua Rio Grande do Sul (passando atras da antiga estação Barracão) e subiriam a rua André Rebouças até a antiga linha férrea. Ao chegar neste ponto, o transito seria deslocado para a esquerda e voltaria para o início da Dom Pedro I, começando a avenida Luiz Galvão Cesar.
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Esquema de intervenções para Dom Pedro I e André Rebouças |
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Rua André Rebouças, cruzamento com Piauí |
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Rua André Rebouças, cruzamento com Piauí |
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Simulação da rua André Rebouças |
André Rebouças - Alternativa 1:
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Alternativa 1: Faixa preferencial e estacionamento à esquerda |
- Raspagem total da rua André Rebouças e nova aplicação de asfalto.
- Proibição de estacionamento no lado direito da via;
- Criação de corredor preferencial para ônibus (largura de 3,30 m);
- Criação de uma faixa de rolamento para demais veículos (aproximadamente 2,80 m).
- Bordo esquerdo da via seria mantido para vagas de estacionamento.
- André Rebouças passaria a ser preferenciam em todos os cruzamentos, incluindo se necessário semáforos nos cruzamentos mais críticos.
André Rebouças - Alternativa 2:
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Alternativa 2: Faixa exclusiva, duas pistas e proibição de estacionamento. |
- Raspagem total da rua André Rebouças e nova aplicação de asfalto.
- Proibição de estacionamento em ambos os lados da via;
- Criação de corredor exclusivo para ônibus (largura de 3,30 m);
- Criação de duas faixas de rolamento para demais veículos (aproximadamente 2,80 m).
- André Rebouças passaria a ser preferenciam em todos os cruzamentos, incluindo se necessário semáforos nos cruzamentos mais críticos.
Optamos pela faixa preferencial na alternativa 1, pois ela ficaria semelhante com as vias do Centro que receberam os corredores recentemente. Alem disso, a André Rebouças é uma via mais larga que a rua São Paulo (alternativa Centro-bairro ao lado da Saudade) o que permite a criação de um corredor exclusivo.
Mas como antecipamos, estas são alternativas polêmicas. Alguns problemas que podem ocorrer:
- Parte dos comerciantes da Dom Pedro se manifestam contra a avenida ser mão única.
- Resistência dos moradores da André Rebouças, por se tratar de uma rua quase em sua totalidade residencial.
- Recape total da André Rebouças poderia se tornar empecilho para a prefeitura em razão de custos.
Um fato para destacar é sobre a insistência na criação de corredores para ônibus nas duas ruas. Faço isso pois segundo o edital do transporte público e licitação do PAC 2, a Dom Pedro I receberia o futuro corredor Leste/Oeste 1. Por isso, seria muito importante que as duas vias já fossem adaptadas para tal.
Observação: As faixas de ônibus possuem uma largura mínima de 3 metros. Se as faixas exclusivas forem implantadas na Dom Pedro I, seria impossível manter duas faixas de rolamento em cada sentido como é hoje. Assim, passaríamos a ter uma faixa de ônibus e uma de rolamento em cada lado da via, como aconteceu a alguns meses após a finalização do corredor Dom Pedro.
Outro detalhe seria para este trecho aonde terminaria a rua André Rebouças cruzamento com a Japurá. Existe um terreno onde atualmente não existe nenhuma construção. A prefeitura deveria entrar em negociação com o dono atual para que o mesmo seja declarado utilidade pública e assim estender a rua até a futura avenida na Rio Pardo.
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Adaptações para a mudança de sentido da via |
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Abertura da rua André Rebouças até a futura continuação da Rio Pardo |
Atualização 04/01/25: atualmente no cruzamento em questão foi construído um edifício residencial, o que hoje tornaria esta adaptação da André Rebouças e Rio Pardo impossível.
Conclusão
De fato é um projeto complexo que envolveria um grande esforço por parte da prefeitura, comerciantes e moradores. Esta pode não ser a alternativa correta e assim existam outras melhores, mas de momento não consigo visualizar outra proposta para resolver um problema que caso não for tratado e discutido, poderá aumentar nos próximos anos.
O fato é que a região merece atenção e precisa ter seu viário estudado e discutido, pois atualmente a Dom Pedro é a única avenida disponível que faz ligação entre a região do Campos Elíseos e grande parte das zonas norte e oeste.
Obrigado pela audiência e nos vemos na próxima proposta.
Na minha opinião a Dom Pedro poderia ser mantida do modo que está, apenas com a adição de ciclovia. Mas em contrapartida, a avenida Rio Pardo deveria ser totalmente aberta, ligando-a as avenidas Capitão Salomão e Luiz Galvão Cesar, fazendo um complexo viário quando a mesma chegar na avenida Luiz Galvão. De tal forma seria criado uma via que seria um importante corredor ligando as zonas Leste a zona Norte da cidade. Quanto a avenida Dom Pedro, ela seria uma via secundária, com um fluxo bem reduzido.
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