Quem circula por Ribeirão Preto já percebeu: o trânsito da cidade é caótico não apenas pela infraestrutura, mas pelo comportamento de muitos motoristas. A sensação é de que dirigir aqui virou uma brincadeira irresponsável, em que vale tudo para ganhar alguns segundos — mesmo que isso coloque a vida dos outros em risco.
Avançar sinal vermelho, parar em fila dupla, estacionar sobre a calçada, não respeitar a faixa de pedestres, usar o celular ao volante… infrações como essas são flagradas diariamente. E, em vez de reconhecerem o erro, os condutores arrumam desculpas prontas: “a culpa é da prefeitura que não colocou semáforo”, “se a sinalização fosse melhor, eu não teria feito”, “os radares estão aí só para arrecadar”. Sempre existe um culpado externo, menos o verdadeiro responsável: o próprio condutor.
Esse comportamento infantil revela uma incapacidade de assumir responsabilidades. É como se muitos condutores ainda estivessem na adolescência, sempre encontrando justificativas para não encarar a consequência de suas escolhas. O mais curioso é que o mesmo motorista que reclama de imprudências no trânsito é, pouco depois, o protagonista da mesma conduta que criticou.
As consequências são claras: altos índices de acidentes, atropelamentos, congestionamentos e uma convivência cada vez mais tensa no espaço público. De nada adianta ampliar avenidas, instalar novos semáforos ou reforçar a fiscalização se parte dos condutores insiste em agir como se estivesse acima das regras.
O trânsito é coletivo, não individual. Dirigir não é apenas conduzir um carro, é assumir uma responsabilidade social. Ribeirão Preto não precisa de desculpas, precisa de maturidade e respeito. A mudança começa quando cada motorista aceita que seguir as regras não é favor: é o mínimo para garantir segurança e civilidade.
___________________________________________________________________________________
Comentários
Postar um comentário