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Edifício garagem

Atualização: 19/10/2021

Por mais que o transporte público de uma cidade seja eficiente, os carros não deixarão de existir nos grandes centros. E onde guardar esta quantidade absurda de veículos durante o dia? Existem algumas alternativas como:
  • Estacionamentos pagos por hora ou diária;
  • Estacionamentos internos de empresas;
  • Zonas de Área Azul;
  • Ruas nas imediações onde é permitido estacionar.
Porem a tendência no médio prazo é que estacionar nas ruas seja cada vez mais dificil (principalmente em vias arteriais). Vale lembrar que não é direito do motorista tais vagas no espaço público e que com o tempo vão sendo transformadas em faixas de tráfego, corredores para ônibus ou ciclovias. Construir mais e mais estacionamentos convencionais também não é a solução. Foi daí que surgiu a proposta dos edifícios garagem.

Edifício garagem no aeroporto de Guarulhos - SP
Fonte: Portal R7
Os edifícios garagem são relativamente comuns em aeroportos, centros comerciais, shoppings e hospitais. São parecidos com edifícios convencionais, mas adaptados para a guarda de veículos. Sua principal vantagem é comportar um numero maior de carros em um pequeno espaço. Fazendo uma conta básica; se um estacionamento comporta dez veículos, um edifício garagem de cinco pavimentos, comportaria cinquenta veículos.

Comparação na questão de espaço de um edifício garagem com um convencional
Via Google SketchUp 
O edifício pode ser construído de alvenaria ou estrutura metálica e alguns podem funcioar até mesmo de forma automatizada. O acesso entre os pavimentos costuma ser feito por rampas retas entre os pavimentos, rampas helicoidais (tipo espiral) ou elevadores. 


Por isso, é preciso fazer uma pesquisa profunda e decidir qual o melhor tipo de estrutura, de acordo com o local que ela será instalada.

Ideia utópica de hoje

Estacionar em Ribeirão está cada dia mais complicado. A área azul na cidade existe mas não funciona. E sempre quando é anunciada a remoção de vagas para a ampliação de uma avenida, o chororô é geral, muitas vezes vindo de comerciantes. Mas agora eu quero fazer uma breve reflexão: todas estas vagas abertas que vivem lotadas, são mesmo ocupadas por clientes? Pois eu digo que não! Vejam exemplos tirados no Google Street View em uma avenida que sofre diariamente com a falta de vagas, a Dom Pedro I (clique nas fotos para ampliar).


Estas motos paradas nas vagas, são de clientes? E esta Montana vermelha? Seriam mesmo de clientes? Pois bem. Muitas vagas das vagas da Dom Pedro I são usadas como "vitrines" de revendas de carros e motos. Mas o maior uso delas vem agora: comerciantes e funcionários. Estes carros ficam parados durante todo o horário comercial, enquanto o cliente roda a procura de uma vaga livre. E isto acontece na cidade inteira!

Atualização 29/07/2020: Em agosto de 2017 a Transerp implantou o sistema de Área Azul na avenida Dom Pedro I. O resultado? Grande parte dos veículos que ficavam estacionados durante todo o período do dia simplesmente sumiram, o que reforça a tese anterior sobre aqueles que as usavam de fato. Contudo as mesmas serão extintas no curto prazo para a implantação do Corredor Estrutural de Transporte Leste/Oeste 1.

Voltando para os EG, temos na região central o Condomínio Garagem Everest na rua Alvares Cabral, com onze pavimentos e funciona com elevadores; alem de vagas para curto período, a garagem funciona como um condomínio, onde a pessoa aluga uma vaga permanente para o veículo. Outro bem próximo ao Everest, não chega a ser um edifício garagem em sua totalidade, é o SE Estacionamento. Ele faz parte do edifício Center Plaza, nas esquinas das ruas Américo Brasiliense e Visconde de Inhaúma.

Condomínio Edifício Garagem Everest
Via Google Street View

Edifício Garagem parcial - Center Plaza
Via Google Street View
Outro edifício garagem inaugurado em 2016 seria o Deck Parking do Ribeirão Shopping, com 1250 vagas para estacionamento divididos em quatro pavimentos. 

Deck Parking Ribeirão Shopping
Fonte: TK Vídeos - Vimeo

Pelo menos a inciativa privada tem visão sobre o como são importantes estas edificações. Mas seria possível a construção de edifícios garagem públicos? Eu acredito que sim. Os EG podem ajudar de duas formas:
  • Forma de compensação na remoção de vagas abertas nas ruas;
  • Forma de integração com o transporte público.
No primeiro caso, o EG poderia ter parceria com o setor privado (estacionamento particulares) onde a construção poderia ser realizada pela prefeitura. Exemplo: num EG de seis pavimentos, três ficariam a cargo da prefeitura (equivalente a uma Área Azul) e os outros três seriam cedidos em forma de contrato, onde uma pequena porcentagem no valor das diárias seria paga para a prefeitura; dinheiro que seria usado na manutenção do local e na arrecadação municipal. As vagas seriam apenas de caráter rotativo e de preferencia para clientes e demais munícipes.


Para o segundo caso, é mais comum em grandes metrópoles terem EG próximos de estações de metro ou de trem. Talvez pelo porte de Ribeirão, instalar um EG próximo aos terminais de ônibus da Jerônimo Gonçalves ou terminal Ribeirão Shopping, não seria vantajoso. Mas em casos futuros em que Ribeirão se torne de fato uma região metropolitana, a ideia passaria a ser discutida.

Exemplo de remoção de vagas na av. Saudade
Via Google Maps e Adobe Photoshop
Pode parecer contraditório eu já ter estimulado o uso do transporte público ou bicicleta e de repente começar a dar ideias para o transporte motorizado individual. Ora, a cidade é formada de muitos modais. Criar edifícios garagem não significa que todos desistirão de usar ônibus ou bicicleta. Esta é apenas mais uma forma de organizar melhor a disposição de vagas. Por exemplo, ao criar EG em regiões estratégicas do Centro, pode-se pensar na proibição de carros nas áreas com maior fluxo de pessoas, priorizando o pedestre.

Por fim, esta seria minha proposta. Discutam e compartilhem com seus amigos e vizinhos. Vamos tentar sacudir o poder público e estimular assuntos que melhorem a qualidade de vida de Ribeirão!

Até a próxima postagem.


Comentários

  1. Eu adoraria ver os grandes estacionamentos do centro adotando esta prática, pois aquele enorme espaço que eles ocupam seria muito melhor aproveitado, e, se tanto os donos quanto a prefeitura pensassem um pouco, eles poderiam utilizar os edifícios para outras coisas, como captação de águas pluviais e também instalação de painéis solares na estrutura, já que a insolação aqui é alta.

    Enfim, com os preços cobrados atualmente e a demanda pelo serviço, especialmente no centro e em épocas festivas, acho que o retorno não deve demorar, mas achei sua ideia de mesclar com zona azul muito interessante.
    Se a prefeitura aproveitasse os vários imóveis abandonados do centro para fazer isso, acho que todos sairiam ganhando.

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