terça-feira, 28 de março de 2017

A importância do noticiário local

Dica rápida: Alem das propostas apresentadas no blog, também é possível consultar publicações focadas em temas específicos sobre Ribeirão Preto. 

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Desde os primórdios o ser humano sempre buscou formas de comunicação e como expressar esta comunicação. Estas manifestações podem ser encontradas em pinturas rupestres ou nos antigos hieróglifos deixados por antigas civilizações egípcias e conforme a humanidade foi evoluindo, novas formas de comunicação foram surgindo, assim como as tecnologias empregadas para tal.

Quando falamos em tecnologias, grande parte das pessoas remetem isso ao surgimento de computadores e aparelhos celulares. Tal raciocínio não está de todo errado, mas a tecnologia vai alem disso: maquinas de escrever já foram consideradas um avanço tecnológico, assim como a invenção da caneta esferográfica e o uso do papel. De uma forma prática, a tecnologia é um conjunto de técnicas adquiridas e utilizadas para que possamos executar um trabalho ou tarefa de forma mais eficiente e eficaz.

Sempre surgirá uma nova tecnologia para
substituir outra mais antiga
Foto via: Demais 10
Saiba mais: O que é tecnologia?

Todas as áreas passaram por processos de evolução em suas tecnologias: comercial, industrial, educacional, logística, militar, entre outras. E junto com elas o segmento tema desta publicação; a imprensa.

Com a criação do papel, a partir do século VII os asiáticos começaram a desenvolver técnicas para reproduzir informações como imagens e textos através de uma prancha de madeira. Nascia ai a xilogravura. No Brasil esta técnica ficou bastante conhecida por meio do gênero literário chamado Literatura de Cordel.

Tipos móveis
Via: Wikipédia
Os caracteres móveis eram fabricados de terracota e evoluíram para o ferro e cobre ao longo do século XII. Mas foi o alemão Johannes Gutenberg no século XV que inventou os tipos feitos de chumbo, o que permitia sua reutilização e reduzia os custos de confecção de materiais impressos. Gutenberg é considerado por muitos como pai da tipografia moderna por conta desta técnica que modernizou o processo de impressão.



Assim materiais de cunho político, social, econômico e religioso puderam ser impressos em grande quantidade para as massas. Junto com este processo, Gutenberg teria inventado a prensa de impressão, o que mais tarde seria base para o surgimento da palavra imprensa.

Hoje em dia imprensa é a denominação dos veículos responsáveis pelo jornalismo e outras funções de comunicação em caráter informativo. Até antes do século XX, os jornais impressos eram o único meio de jornalismo existentes, situação que evoluiu a partir da virada do século com a invenção do rádio, da televisão e do avanço da internet dos anos 90 em diante.

A imprensa precisa e deve sempre se reinventar
Via: Youon

Imprensa no Brasil

Trazida pelo príncipe Dom João em 1808 surgiu no país a Imprensa Nacional, responsável pela Gazeta do Rio de Janeiro, considerado o primeiro jornal impresso do Brasil. A primeira rádio brasileira foi criada em setembro de 1922 no Rio de Janeiro intitulada Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Anos depois em 1950 surgiu a TV Tupi, a primeira emissora de TV do Brasil. A partir de então a imprensa continuou saindo das capitais e indo ao interior do país. Os números são bastante impressionantes. Confira:
  • Quantidade de jornais: 4786 (dados de 2013 da ANJ (Associação Nacional de Jornais);
  • Quantidade de rádios: 5130 entre AMs e FMs (dados de 2014 do tudorádio.com e Ministério das Comunicações);
  • Quantidade de emissoras de TV: 11282 entre geradoras (543) e retransmissoras (10739).

Infográfico ilustrando os jornais criados no Brasil ao longo da história
Foto via: Wikipédia

Números de rádiodifusão
Foto via: tudoradio.com
Saiba mais: Lista de jornais do Brasil (infelizmente desatualizada)

Estes números mostram o quão importante é o papel da imprensa em uma sociedade. Através dela o cidadão comum tem acesso aos fatos que podem impactar direta ou indiretamente na sua vida. Seja uma notícia referente a economia, esportes, política ou mesmo uma simples consulta a previsão do tempo e a cotação do dólar, todos nós em algum momento terá acesso a estes tipos de mídia disponíveis. Um exemplo prático são os constantes escândalos políticos que vem acontecendo nos últimos anos e que todos os dias são destaques em capas de jornais, reportagem principal nos telejornais e atualizadas em tempo real nos portais de notícias.

Mas é preciso cautela: com uma grande quantidade de mídias disponíveis, como saber qual informação é verdadeira? Qual jornal é imparcial de fato? Até quando aquela notícia esta livre de fatores externos?

Sobre notícias verídicas, do mesmo modo que a internet facilitou o acesso a informação para todos, ela também abriu as portas para boatos que podem se espalhar em uma velocidade espantosa. Seja um periódico local até um jornal de grande circulação, é necessário que repórteres e revisores fiquem atentos para as notícias que irão divulgar e fazerem uma investigação séria baseada em evidências reais e não meros achismos.

Sobre imparcialidade é ainda mais difícil dizer. Raramente encontraremos um veículo de mídia 100% imparcial. Neste caso, cabe ao leitor colher as informações e tirar suas próprias conclusões em relação ao fato noticiado. Aceitar informações mastigadas é extremamente perigoso e tira de nós a capacidade de raciocinar sobre a notícia em si.

Imparcialidade
Vídeo original no Canal do Otário

Sobre notícias independentes, os cuidados são os mesmos pra com as ditas como imparciais; analisar e chegar todas as fontes. Basta um pouco de atenção e podemos encontrar reportagens com forte teor tendencioso, o que pode comprometer totalmente a notícia em si. Pessoas bem instruídas podem conseguir identificar estes fatores externos, mas o leitor mais simples não tem esta mesma facilidade.

Os portais de notícias independentes cresceram muito nos últimos anos, mostrando que a mídia tradicional precisa se reinventar tomar muito cuidado com a parcialidade. Nas eleições presidenciais realizadas em 2018 o termo FakeNews (citado pelo presidentes Donald Trump nas eleições de 2016) tomou conta dos noticiários e fez acender uma luz amarela na cabeça dos leitores sobre o que era notícia de fato ou mero boato.

Agora as pessoas passaram a observar de forma mais cuidadosa as pautas redigidas e seus respectivos autores, exigindo um nível maior de crítica sobre o fato noticiado. Grandes jornais tem perdido assinantes ao longo dos anos, sejam pelos altos custos de manter toda uma infraestrutura jornalistica, quanto pelo conteúdo noticiado, muitas vezes de forma bastante parcial e partidária.

Observação: Isso não significa que tais veículos devam ser censurados, contanto que os mesmos se mantenham com recursos próprios e vindos de seus assinantes. Do contrário, qualquer verba pública para para tais grupos jornalísticos deve ser imediatamente extinta.



Imprensa na internet

O mais curioso é saber que todos estes formatos de mídias conseguiram se adequar muito bem à internet. Portais de notícias, rádios online, podcast, canais no Youtube... hoje a informação está ao alcance de qualquer pessoa que tenha um computador, tablet ou smartphone. Em poucos cliques é possível saber a situação política dos EUA, os conflitos na Europa e os avanços tecnológicos no Japão.

Com isso surgiram duas situações: o jornalismo tradicional que precisou se adequar a grande rede e o novo jornalismo que nasceu na internet. Como o alcance agora é muito maior, notícias de cunho tendencioso ou duvidoso costumam ser bombardeados por internautas que exigem saber a verdade dos fatos. O resultado disso são a queda de grandes jornais e rádios que não conseguiram se adaptar. Claro que o novo jornalismo na rede também precisa ser visto com atenção. Criar um portal de notícias é um trabalho relativamente fácil; manter informações de qualidade já se torna uma tarefa bem mais complexa.

Não existem mais barreiras físicas para a informação e qualquer um que ignore as vantagens da rede mundial de computadores, tende a ficar isolado do restante do mundo.


Imprensa e noticiário local

Quantas vezes nos deparamos com notícias de jornais de grande circulação (e até mesmo internacionais) que de fato não irão trazer impactos diretos em nossas vidas? Veja que esta não é uma crítica para quem o faz, mas uma observação: a mesma pessoa que está por dentro dos conflitos de um determinado país da Europa, mal sabe o que acontece na rua de cima de sua própria casa.

Jornais como Folha (SP), O Globo (RJ) ou Zero Hora (RS) costumam noticiar fatos do Brasil e do mundo. Mas e quando precisamos saber o que acontece em nossa cidade? Dai surge a necessidade do noticiário local.

Jornal da Vila Tibério, um dos bairros mais
tradicionais de Ribeirão Preto
Foto via: Jornal da Vila
Saiba mais: A importância estratégica do noticiário local

O noticiário local é um importante meio de comunicação da população de uma determinada cidade. Neste quadro incluímos os jornais impressos, rádios, geradoras e retransmissoras de TV. E assim como o noticiário nacional, é importante que o local também esteja adaptado para a internet.

Alem destas mídias tradicionais, a internet ainda possibilitou a criação de portais ou sites específicos para determinadas regiões da cidade. Estes exercem uma função ainda mais dedicada que é informar os moradores daquele bairro sobre os fatos mais relevantes para seu dia a dia.

Então qual é o objetivo desta publicação? Orientar e conscientizar o cidadão ribeirãopretano sobre a importância de se manter atualizado sobre as notícias de sua cidade. Em tempos de mídia presente e dinâmica, é inadmissível uma pessoa permanecer desinformada e muitas vezes dizer que "não saber como proceder para buscar informações.

Abaixo estarei listando os principais meios de comunicação presentes em Ribeirão Preto. Guarde esta lista e aperfeiçoe suas fontes de informação. No título de cada lista você encontrará a lista completa de todos os jornais, rádios e TVs:

Jornais impressos e online

Revistas impressas

Ribeirão Preto possui um variedade interessante de veículos de mídia. A ideia desta publicação não é dizer que "Noticiário A é melhor do que Noticiário B" pois quem irá decidir será o leitor / telespectador / ouvinte / internauta. Algumas dicas que podem auxilia-lo a acompanhar o noticiário local de sua cidade:

  1. Verifique se o jornal, radio ou telejornal possuem páginas em redes sociais como Facebook, Twitter ou Youtube. Esta é uma forma de acompanha as notícias posteriormente, mesmo depois delas terem sido transmitidas ao vivo. A grande maioria mantem seu conteúdo online de forma permanente;
  2. Observe a frequencia que estes veículos de comunicação atualizam seus sites ou páginas no Facebook. Isso ajuda a definir se tal mídia está preocupada com seu público online ou não;
  3. Procure por páginas que foquem eu sua região da cidade ou bairro específico. Alguns costumam trazer informações mais detalhadas do que o jornalismo local;
  4. Verifique a relação que os administradores das páginas possuem com seus frequentadores. Sites que costumam apagar comentários com questionamentos que não possuam insultos ou ofensas podem ter fortes tendências de censura por parte de seus administradores;
  5. Atenção com páginas que costumam noticiar apenas um dos lados da notícia. Uma informação passada de forma errada pode mostrar sinais forte de parcialidade e tendenciosa.
Por isso, você tem o dever de se atualizar das notícias do Brasil e do mundo. Mas não se esqueça de sua cidade, afinal por mais problemas que ela possa ter, ela ainda é sua cidade. Informação é sempre importante.

Obrigado e até a próxima postagem!


Links para pesquisa
A História da Imprensa Nacional
O papel da imprensa
Guia de Mídia 

terça-feira, 21 de março de 2017

Viadutos e junção de avenidas - Rotatória da Vila Virgínia

Planejamento é fundamental. Quem acompanha o blog a algum tempo sabe que costumo repetir esta frase de maneira bastante insistente, justamente para que erros e problemas possam ser evitados no futuro. Quando falamos de planejamento de cidades, o bom administrador público precisa ter os olhos focados cinco, dez ou até vinte anos a frente do presente.

Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro atingiram um estágio onde grandes obras viárias tornam-se grandes desafios por um grave motivo: não existe mais espaço para construções dentro do perímetro urbano. Os motivos vão deste a conurbação da região (caso de São Paulo) ou cercado por serras e montanhas (caso do Rio de Janeiro).

Limites da cidade de São Paulo - SP
Foto via: Google Maps
Saiba mais: Regiões metropolitanas do Brasil

Conforme vamos nos afastando das capitais, a tendência de conurbação entre as cidades vai diminuindo, mesmo entre as pertencentes de regiões metropolitanas, como é o caso de Ribeirão Preto. Isso nos trás uma grande vantagem futura pois com as cidades ainda distantes uma das outras, é possível planejarmos obras viárias importantes de mobilidade urbana, evitando no futuro um colapso no sistema de transporte das cidades.

Atualmente as cidades de Cravinhos, Serrana e Sertãozinho são as mais próximas de nós, todas com menos de 25 km de distancia, tendo como ponto de partida a Praça XV no Centro de Ribeirão. Por isso daqui em diante, muitas obras viárias realizadas em nossa cidade precisarão ser pensadas também nas 34 cidades ao nosso redor.

Região Metropolitana de Ribeirão Preto
Foto via: ACidade ON
Saiba mais: Ribeirão Preto - Relação de cidades a até 100 km

Acessos para Ribeirão Preto

A cidade de Ribeirão possui um anel viário formado pelas rodovias Anhanguera, Antônio Machado Santana, Antônio Duarte Nogueira e Alexandre Balbo. Sobre as rodovias que terminam no anel viário temos as rodovias Cândido Portinari (acesso para Brodowski, Batatais e Franca),  Abraão Assed (acesso para Serrana) e Carlos Tonani (acesso para Sertãozinho e Barrinha).

Normalmente estas rodovias que finalizam em Ribeirão logo dão continuação em avenidas como Castelo Branco, Costa e Silva, Presidente Vargas e Bandeirantes. Esta última será o foco da nossa proposta.

Um dos melhores exemplos de interligação entre rodovias e avenida de entrada está no complexo viário Waldo Adalberto da Silveira (mais conhecido como "Trevão de Ribeirão Preto"). O Trevão interliga as rodovias Anhanguera, Abraão Assed, Antônio Machado Sant'ana e a revitalizada avenida Castelo Branco, zona leste da cidade. A obra ainda impressiona e costuma deixar um pouco confusos os motoristas novatos que precisem acessa-la.

Trevo Waldo Adalberto da Silveira (Trevão de Ribeirão Preto)
Via: Arteris - Youtube
Mas não são todas as entradas da cidade que possuem uma estrutura como esta. Para quem estiver chegando em Ribeirão pela zona oste, o motorista encontrará ao final da avenida Bandeirantes uma rotatória bastante obsoleta e um trânsito pesado e confuso.

Rotatória da zona oeste - Vila Virgínia

Esta rotatória é um dos principais acessos para o bairro Vila Virgínia e interliga com as avenidas Elpídio Gomes, Primeiro de Maio e ruas João Guião e Guatapará. Este acesso tem uma característica diferente dos demais, pois é o único que fica próximo a região do Centro, mesmo possuindo comércios e industrias ao longo das vias marginais.

Visão geral - rotatória
Foto via: Google Maps
Visão dos motoristas que chegam a Ribeirão pela Avenida Bandeirantes
Foto via: Google Street View
Rua Felipe Camarão em direção a avenida Bandeirantes
Foto via: Google Street View
De qualquer forma, o motorista que vier do anel viário pela Bandeirantes, entrará de fato em Ribeirão apenas nesta rotatória. Assim motoristas da rodovia e moradores acabam compartilhando a mesma estrutura, que apresenta os seguintes problemas:


1) Transito local: o motorista que vier da Bandeirantes encontrará um transito intenso de motoristas que descem a Elpídio Gomes e Felipe Camarão;

2) Cruzamentos perigosos: o encontro da SP 333-69 (nome dado a via que circunda a rotatória) com a Bandeirantes e Primeiro de Maio são os pontos mais críticos, onde é "comum" encontrarmos motoristas que ultrapassam o semáforo vermelho em alta velocidade;

3) Mendigos e pedintes: como o cruzamento da rotatória com a Bandeirantes possui um semáforo, a presença de moradores de ruas e pessoas que pedem dinheiro é constante, o que traz sensação de insegurança aos motoristas que precisam aguardar sua vez de atravessarem a via;

4) Vias marginais deterioradas: a marginal sul da Bandeirantes alem de ser mão dupla, está com seu pavimento asfáltico completamente deteriorado, o que pode provocar danos sérios aos veículos e risco iminente de acidentes;

5) Vias subutilizadas: tanto os antigos acessos da Bandeirantes (lado Vila Tibério) e avenida Patriarca, são pouco usados pelos motoristas. No primeiro caso, é mais cômodo utilizarem a Felipe Camarão para deixarem a cidade e no segundo caso, a avenida possui pouco mais de 300 metros de duplicação, se tornando pista única e terminando em uma favela (mesmo problema encontrado na avenida Rio Pardo, conforme proposta de fevereiro), voltando a ser duplicada apenas ao final do bairro Jardim Piratininga;

6) Vias inadequadas: as ruas Guatapará e Felipe Camarão são importantes para os motoristas que precisem acessar a avenida Caramurú e rua José Bonifácio. No entanto estas vias possuem pavimento desgastado e nenhuma sinalização de solo ou placas de orientação;

7) Passarela inadequada: a passagem em nível sobre a Bandeirantes não possui acessibilidade para cadeirantes, idosos ou demais pessoas com mobilidade reduzida.

Ribeirão Preto ainda é uma cidade com inúmeras possibilidades de transformar radicalmente seu sistema viário, pois ao contrário de cidades maiores, nós ainda temos espaço para tal. No entanto, tais avanços precisam ser cobrados de nossas autoridades como vereadores e prefeito municipal. Nada de discursos populistas inflamados e cheios de razão; precisamos de pulso firme, profissionalismo e principalmente, datas para que tais projetos sejam de fato concluídos.


Ideia utópica de hoje

Agradeço aos amigos do fórum Skyscrapercity que puderam ajudar nas ideias para esta proposta. Trata-se de uma maquete volumétrica apontando algumas possíveis soluções de melhorias para a região. Entre as duas principais estão:

1) Construção de dois viadutos que liguem a avenida Bandeirantes até as ruas Felipe Camarão e Guatapará;

2) Junção das avenidas Elpídio Gomes com Patriarca.

Todo o projeto foi feito por base de observação no site Google Maps e observações pessoais ao local. As medidas das obras de artes (viadutos) e vias criadas podem variar para mais ou para menos. Clique nas imagens para ampliar.









1) Viadutos

A ideia dos viadutos é evitar que o tráfego da rodovia acesse diretamente a cidade. Com sinalização de advertência adequada e adaptação das ruas Felipe Camarão e Guatapará, será possível receber este transito, transformando-as em verdadeiras vias arteriais.

Alem disso, caso a readequação viária da avenida Caramuru (que já foi apresentada em proposta em 2016) seja devidamente aplicada, os problemas de trânsito nesta região seriam reduzidos significativamente. 

Seriam dois viadutos com duas faixas de rolamento cada um, que traria agilidade aos motoristas que precisem sair ou entrar na cidade, deixando assim parte da rotatória apenas para tráfego local.

2) Junção de avenidas

No começo foi cogitada a ideia dos viadutos ligarem a Bandeirantes com Elpídio Gomes, mas acredito que o foco do tráfego nesta avenida seja em sua maioria a Vila Virgínia. Por isso foi pensada na ideia de unir as avenidas, 


Setas amarelas: indicam o sentido das avenidas Elpídio e Patriarca.
Setas vermelhas: indicam conversões da avenida sentido Vila Virgínia.
Setas azuis: indicam acesso para a Bandeirantes aos veículos originários da Primeiro de Maio.

Vantagens:

  1. Incentivo para a continuidade de duplicação da avenida Patriarca, assim criando um novo corredor viário muito importante para os moradores da Vila Virgínia e Jardim Piratininga;
  2. Estímulo ao comércio: com a junção das avenidas, a avenida Patriarca poderia se tornar um novo ponto comercial, agora ligado ao centro de forma rápida e descomplicada;
  3. Possível criação de um terminal metropolitano: no espaço entre os viadutos podem ser feitos estudos para a implantação de uma estação de ônibus metropolitanos, o que ajudaria a desafogar a rodoviária. O sistema poderia ser parecido com o já utilizado em Campinas, o ORCA – Operador Regional de Coletivo Autônomo. O sistema utiliza micro-ônibus em linhas alimentadoras gratuitas do terminal metropolitano até a rodoviária.
  4. Melhorias em ruas e avenidas: as ruas Guatapará, Felipe Camarão e avenida Elpídio Gomes passariam a ser adaptadas como vias arteriais, tendo seu pavimento refeito e sinalização apropriada, trazendo comodidade a motoristas que utilizem estas vias;
  5. Revitalização da Bandeirantes (com início na Elpídio Gomes): o trecho atualmente recebe apenas tráfego local e pode ser adaptado para receber motoristas que descem a Elpídio Gomes (vindos da Avenida do Café) e queiram acessar a avenida Bandeirantes.
  6. Remoção da passarela: pode parecer uma desvantagem, mas com o tráfego seguindo por vias elevadas, seria possivel elaborar um projeto de calçadas adaptadas que ligariam os moradores da Vila Tibério à Vila Virgínia.

Desvantagens:
  1. Custos elevados: a obra pode atingir um valor alto para ser arcada apenas pela prefeitura. Por isso a Vianorte (uma das concessionárias do grupo Arteris) poderia atuar como parceira nesta obra, uma vez que ela tenha concessão sobre este trecho da avenida Bandeirantes;
  2. Remoção de fios de alta tenção: por conta de ser uma obra em nível, a fiação que passa próximo a câmara de vereadores e segue pelo canteiro central da avenida Patriarca precisaria ser revista. Sistema subterrâneo ou desvio para outra região são ideias que precisam ser discutidas;
  3. Risco de deterioração do entorno: a região onde seriam construídos os viadutos deve ser ocupada por algum aparelho público para que não se torne abrigo para moradores de rua ou ambiente com risco de assalto para pedestres da região;
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Espero que tenha conseguido passar o suficiente sobre esta proposta. Ao longo da semana ela deverá ser atualizada com fotos do projeto em maiores detalhes. Pode ser a melhor solução do problema? Não, outras melhores podem surgir. Por isso o debate é fundamental, pois apenas com ele conseguiremos uma Ribeirão adequada e boa para todos.

Obrigado e até a próxima postagem!

terça-feira, 7 de março de 2017

Fiação subterrânea em avenidas

A paisagem urbana possui diversos elementos presentes em qualquer cidade. Na verdade o que vem a cabeça quando falamos sobre "paisagem urbana"? Ruas congestionadas de veículos, muros altos, prédios cinzas, viadutos, túneis e postes de iluminação pública.

Os postes de concreto possuem duas funções básicas na infraestrutura de uma cidade: proporcionar iluminação as vias e sustentar os cabos que levam energia para todos os imóveis da região. Engraçado que no início eles eram destinados apenas para iluminação de ruas de uma forma curiosa; eram acendidos por um profissional chamado Acendedor de Lampiões. Claro que com o avanço da iluminação elétrica, os Acendedores desapareceram.

Um Acendedor de Lampiões
Foto via: Brasil meu Brasil Brasileiro
Saiba mais: História da iluminação pública no Brasil

Com o avanço da tecnologia, os postes também se tornaram um meio de sustentar cabos telefônicos, TV a cabo e cabos de internet fibra óptica. O fio de energia é o mesmo (pois cada estado tem sua permissionária de fornecimento de eletricidade), mas cada empresa de telefonia e internet possui seu cabo. E o resultado disso vemos sobre nossas cabeças; um grande emaranhado de fios.

No Brasil a fiação aérea foi escolhida por questões econômicas, pois sua instalação era mais rápida e prática. Com isso prefeituras e permissionárias de energia passaram a adotar este formato de transmitir energia, sem preverem como este tipo de estrutura poderia gerar transtornos como:
  • Custo maior de manutenção: por ficarem constantemente expostos ao tempo, os fios se desgastam mais facilmente, o que encarece a manutenção;
  • Riscos de queda de árvores na rede: arvores que não recebem podas adequadas estão sujeitas a deixarem galhos caírem nas redes de iluminação, provocando quedas de energia;
  • Risco de incêndio: em locais com grande concentração de fios, o risco de sobrecarga podem ocasionar curtos circuitos e até mesmo incêndios na fiação, colocando em risco a vida de pedestres e danos a veículos estacionados;
  • Danos causados por pipas: em bairros com grande número de crianças, as pipas são o seu brinquedo favorito. No entanto quando estas pipas se prendem a fiação ou transformadores, podem ocorrer descargas elétricas na pessoa que estiver as empinando.
  • Acidentes causados por veículos altos: outro problema comum são veículos, na maioria caminhões, que acabam arrastando parte da fiação de uma rua, muitas vezes pela altura excessiva do veículo ou por conta de fios que não estejam esticados completamente.
Fios de telefonia em poste de SP
Via: Folha
Emaranhado de fios em poste, Niterói - RJ
Foto via: O Globo
Incêndio em fiação de poste em Cuiabá - MT
Foto via: G1.com
Alguns destes postes são verdadeiras bombas relógios, que ao menor sinal de colapso trarão prejuízos físicos e financeiros aos usuários do sistema de energia. A manutenção preventiva é algo bastante negligenciado no Brasil, sendo vista como um procedimento desnecessário e custoso. Infelizmente muitas pessoas acabam "pagando pra ver" e assim se arrependem amargamente pelo prejuízo contabilidade ou mesmo a vida humana perdida.


Postes e fiação de Ribeirão Preto

Em Ribeirão a situação não é diferente. É comum vermos postes completamente sobrecarregados por fios de eletricidade, todos juntos num emaranhado de cabos desorganizados, trazendo insegurança para pedestres e motoristas. Como se não bastassem os postes juntos as calçadas, ainda temos o mesmo problema de excesso de fiação nos canteiros centrais de algumas avenidas como Independência e Presidente Vargas.

Rua Garibaldi com Nove de Julho
Foto via: Reinaldo Valentini Jr. - Skyscrapercity
Avenida Dom Pedro I
Via: ACidadeOn


Cruzamento da avenida Independência com Itacolomi
Foto via: Google Street View
Não há muito a se comentar sobre o assunto fiação aérea em Ribeirão Preto, mesmo porque o tema é pouco discutido até entre profissionais da área de engenharia, arquitetura e urbanismo. Já aconteceram inclusive casos de incêndios provocados por sobrecargas na região central de Ribeirão e mesmo assim nada foi discutido ou proposto, afinal tudo foi visto como uma mera "fatalidade". Por isso venho ilustrar uma nova forma de visualizar este problema: a implantação de fiação subterrânea em avenidas da cidade.

Observação: ao realizar a pesquisa por "postes em Ribeirão Preto", grande parte dos resultados são acidentes causados por motoristas que "perderam o controle" de seus veículos e que vieram a colidir nestas estruturas. Será que a Transerp está ciente disso?

Ideia utópica de hoje

O sistema de fiação subterrânea é bastante adotado e utilizado em muitos países da Europa e seu conceito é de preparar toda uma infraestrutura que possa acomodar todos os fios de energia, TV a cabo, telefonia e internet. Lembrando que esta ideia já foi citada nas propostas de Revitalização do Quadrilátero Central e Modernização de Avenidas. Locais como calçadões, avenidas comerciais e áreas de lazer costumam ter sua fiação sob o solo pelos motivos abaixo:
  1. Impacto visual positivo: com a fiação subterrânea reduzimos a poluição visual em determinadas regiões, trazendo um clima mais agradável para os caminhantes;
  2. Valorização de fachadas e prédios históricos: algumas cidades escondem verdadeiros tesouros arquitetônicos, que ficariam ainda mais em evidência com o implantação da fiação subterrânea. Opção bastante valorizada em centros históricos;
  3. Custo menor de manutenção: por ficarem acomodados em estruturas sob o solo, o risco de deterioração são menores, aumentando a vida útil do material, por sua vez reduzindo o número de manutenções de rotina;
  4. Reduz o risco de queda de raios: uma vez estando debaixo da terra, os riscos de choques e raios são praticamente eliminados, trazendo segurança aos pedestres e eliminando possíveis incêndios;
Rua Oscar Freire em São Paulo - SP
Foto via: Avenida Goiânia

Centro de Joinville - SC
Via: RICTV Record Joinville
Rua Barão do Rio Branco, Centro de Sertãozinho - SP
Foto via: Google Street View
Mas apesar do que foi explicado alguns parágrafos acima, felizmente existem duas regiões de Ribeirão que possuem fiação subterrânea. Trata-se da avenida Castelo Branco (zona leste) e a região do Calçadão no Centro.

Avenida Castelo Branco
Via: Mapio
Rua General Osório entre a José Bonifácio e
Saldanha Marinho, Centro de Ribeirão Preto
Foto via: arquivo pessoal

Rua General Osório, ao lado da Praça XV
Foto via: arquivo pessoal

Rua General Osório, ao lado da choperia Pinguim
Foto via: arquivo pessoal

Rua General Osório entre a Visconde de Inhaúma
e Barão do Amazonas
Foto via: arquivo pessoal
O sistema de fiação subterrânea poderia ser implantado nas avenidas comerciais de Ribeirão e por toda a região do hipercentro, valorizando os imóveis e tirando a ambientação pesada trazida pela fiação aérea. Algumas avenidas de Maringá, São Paulo e Santa Catarina fizeram estes investimentos através de suas prefeituras e em caso especifico da rua Oscar Freire em São Paulo, contaram também com a ajuda da associação comercial e de patrocinadores.

Entretanto apesar de todas as vantagens o sistema de fiação subterrânea é um projeto bastante complexo e possui pontos negativos que devem ser discutidos com antecedência como:
  1. Custo alto de implantação: apesar da manutenção ser menor, toda a infraestrutura envolvida pode ter um custo bastante algo. Não é apenas os fios que ficarão sob o solo, mas Por isso o foco da proposta seriam apenas avenidas comerciais com grande fluxo de pessoas para que o investimento possa valer a pena;
  2. Transtornos por conta das obras: algumas máquinas teriam dificuldades de operarem durante o dia por conta das interdições no trânsito de veículos e passagem para pedestres. Pois isso o planejamento na obra é essencial para minimizar os transtornos que possam surgir;
  3. Readequação da rede para os imóveis existentes: este alias foi um dos problemas enfrentados durante as obras no calçadão do Centro de Ribeirão, pois muitos comerciantes não estavam realizando a ligação dos imóveis até as caixas de passagem, o que ajudou nos atrasos para a remoção dos postes de concreto da via.

Para uma prefeitura aceitar este desafio sozinha, é preciso um trabalho intenso na busca pelos melhores profissionais e na aquisição de materiais. Estamos lidando com obras que exigem um alto nível técnico e qualquer "economia burra" que seja realizada, pode trazer resultados desastrosos que vão desde a licitação até a entrega da obra. Parcerias com associações ou mesmo com as permissionárias de energia são importantes pois ajudam na redução dos custos de implantação, já que desta maneira serão vários grupos que farão os financiamentos necessários.

Para finalizar a proposta, seguem algumas fotos editadas de avenidas que teriam um impacto visual bastante diferenciado caso os fios da rede elétrica fossem de fato subterrâneos. Ao longo da semana estarei atualizando a postagem com outras simulações. Clique nas fotos para ampliar:




Saiba mais: Como seriam as fachadas sem postes e sem fios elétricos?

Ideias existem para serem debatidas. Apenas com a discussão de todas as partes podemos chegar a um resultado conciso. Com o resultado deste debate, nos resta cobrarmos de nossos gestores públicos. Isso não serve apenas para a proposta de hoje, mas também para todas as propostas já apresentadas aqui no blog, para as futuras ou até para suas próprias propostas.

Não seja conivente com os problemas de sua cidade. Participe!

Obrigado e até a próxima postagem!


Links para pesquisa

Redes subterrâneas
Fiação subterrânea: vantagens e dificuldades