terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Estação Barracão - restauração e implantação de base de apoio da GCM

Dica rápida: ao final da proposta, a seção Links para Pesquisa conta com vários artigos e reportagens mais detalhadas que possuam relação com a publicação. Ótima forma de se aprofundarem sobre o assunto debatido.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------

As cidades continuam crescendo a medida que novos habitantes vão surgindo. Moradias e empregos são fundamentais para que uma sociedade possa crescer com mais equilíbrio. Com a falta de espaço nos grandes centros, muitas vezes imóveis antigos acabam sendo demolidos e dando lugar a novos prédios muito mais modernos.

Felizmente muitos povos tem aprendido a preservarem parte do seu passado ao manterem edifícios considerados históricos e que tenham sidos significativos para seus pais e avós. Racionalmente falando, imóveis são "apenas" grandes pilhas de tijolos, cimento e argamassa feitos para nos proteger do sol e da chuva; porem o seu significado emocional faz com que cada edifício seja único e ajude a nos contar parte de uma história que insiste em não ser esquecida.

Em muitas cidades da Europa ainda é comum encontrarmos centenas de edifícios construídos séculos atras e que ainda são mantidos revitalizados, servindo de atração para turistas todos os anos.

Bolonha, Itália
Via: Qual Viagem
Heidelberg, Alemanha
Via: Qual Viagem

No Brasil é comum encontrarmos grandes construções datadas ainda dos tempos do império em excelente estado de conservação. Verdadeiras histórias vivas feitas em pedra e concreto. Centro Histórico de Olinda, Praça São Francisco em São Cristóvão, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo - SP, entre tantos outros.

Infelizmente também temos casos daqueles que por inúmeros motivos acabaram se deteriorando ou mesmo sendo destruídos por incêndios como é o caso do Museu da Língua Portuguesa e museu do Ipiranga em São Paulo.

Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA) - BA
Via: Quero Bolsa

Edifício Matarazzo (Banespinha) - SP
Via: FL

Saiba mais: Brasil tem 14 Patrimônios Históricos e Culturais da Humanidade

Utilização do patrimônio histórico

Contudo sabemos que a restauração de um imóvel histórico depende de vários fatores como altos investimentos financeiros, atração de investidores, interesse do poder público e pesquisa detalhada sobre o imóvel em questão. Isso tudo acaba incentivando que diversos prédios considerados antigos acabem sendo demolidos e seus terrenos utilizados para a construção de novos imóveis.

Uma vez restaurados, alem do turismo, muitos destes patrimônios tem sido utilizados pela iniciativa privada para novos negócios (principalmente em grandes centros), aliando a demanda por produtos e serviços com a originalidade de um antigo imóvel adaptado com dispositivos de segurança e acessibilidade mais modernos.

Prédio do Mappin em São Paulo, atualmente utilizado
por uma unidade das Casas Bahia.
Via: UOL Economia

Prédio da Light em São Paulo, atualmente
Shopping Center Light.
Via: UOL Economia

Saiba mais: Veja o antes e o depois de prédios famosos

No link anterior, dos 29 edifícios antigos citados, três são de Ribeirão Preto. Porem não estamos nada bem nesta lista, tendo em vista que apenas o portal e casa dos empregados da antiga Cerâmica São Luiz se encontram restaurados. Os demais (antiga Cianê e cervejaria Antárctica) estão em situação completa de abandono e aguardando novas oportunidades ou destinação adequada.

Antigo prédio da fábrica Cianê nos Campos Elíseos.
Atualmente sem uso e abandonado.
Via: UOL Economia

Nota do RT: em 2016 foi publicada uma proposta no blog sugerindo um novo terminal rodoviário na região da antiga fábrica da Cianê. Alem disso, um grupo empresarial havia anunciado em 2015 a construção de um shopping no terreno da antiga cervejaria. Porem a mesma empresa acabou desistindo do empreendimento em 2019.

Patrimônio histórico em Ribeirão Preto

A história ribeirãopretana é bastante rica e isso reflete diretamente na antiga arquitetura do denominado Quadrilátero Central. Teatro Pedro II, Centro Cultural Palace e Praça XV são os mais conhecido e foram construídos numa época onde o café era o produto mais valioso do interior do estado de São Paulo.

Outras construções importantes como o edifício Diederichsen, catedral metropolitana e mercadão municipal também ajudam a formar um cenário que define como era Ribeirão Preto do passado.

Quarteirão paulista, Centro de Ribeirão Preto
Via: Aerok Drones (Youtube)

Edifício Diederichsen
Via: ACidade ON

Infelizmente ainda temos muitos edifícios importantes aguardando sua restauração. Prédios como o palacete Camilo de Matos, Hotel Brasil e palacete Albino de Camargo sequer possuem projetos de restauração e aos poucos vão se deteriorando ao ponto de no médio prazo serem impossíveis de serem restaurados.

Talvez o destino mais "cruel" que um imóvel deste possa ter é ser completamente demolido e transformado em mais um estacionamento na região central, fazendo com que uma região sem maiores atrativos fique ainda mais depreciativa para pedestres e consumidores.

Mas nem tudo está perdido. Imóveis como o antigo palacete Jorge Lobato, casa da memória italiana e biblioteca Sinhá Junqueira (anteriormente Altino Arantes) passaram por um complexo processo de restauração e hoje atentem aos moradores de Ribeirão Preto e região.

Casa da Memória Italiana
Via: site oficial Casa da Memória Italiana

Biblioteca Sinhá Junqueira
Via: Revide

Todos estes fatos se concentram na região central, mas nem por isso que seus arredores tenham imóveis históricos. E quando falamos de ferrovias, esta história fica ainda mais interessante.

Estações e ferrovias de Ribeirão

Em 1883 com a chegada da companhia Mogiana, Ribeirão viveu um período econômico bastante prospero e por muitos anos titulada como "A Capital do Café". A grande malha ferroviária e as várias estacões distribuídas no município indicavam que o modal trem seria o futuro por muitos anos ao transportar o chamado "ouro verde". Infelizmente a história nos mostra que isso não aconteceu de fato.

Locais onde onde encontram-se a câmara municipal de vereadores e parque Maurílio Biagi, já tiveram um dos maiores depósitos de locomotivas do interior do estado, incluindo uma rotunda; tudo isso em 1927. Hoje pouquíssimas estacões ainda resistem ao tempo e praticamente não vem sendo utilizadas para função alguma. Todas as demais (Bonfim, Santa Teresa, Guimarães, entre outras) foram completamente destruídas.

kk

Antiga estação Ribeirão e rotunda.
Via: Estações Ferroviárias do Brasil

Estação Silveira do Val
Via: Estações Ferroviárias do Brasil


Saiba mais:
Série "Sobre Tilhos"

As estações Barracão, Silveira do Val, Evangelina e Joaquim Firmino são as únicas que ainda existem, sendo a Barracão a única dentro da área urbana.

Sobre locomotivas, atualmente a cidade possui duas remanescentes: a 420 da Mogiana e U.S. Amália. Destes veículos, a Amália foi enviada para Campinas em 2019 onde passará por um processo de restauração para assim ser mantida de forma estática no interior do parque Maurílio Biagi. Já a 420 quase teve um destino parecido em 2017 quando seria transportada para Salto, porem na última hora a justiça acabou impedindo a saída da locomotiva ao lado da estação ferroviária no Jardim Independência.

Nota do RT: Ribeirão Preto nunca foi grata as ferrovias. As mesmas que ajudaram a trazer desenvolvimento e sonhos de imigrantes em terem uma vida melhor, hoje agonizam enquanto aguardam debates demagogos de políticos e "especialistas" e sem profundidade sobre o que fazer com este "monte de velharias". Criam dificuldades e empecilhos desnecessários ignorando todo o valor histórico destas estruturas, enquanto a população precisa suportar imóveis deteriorados que acabam servindo de abrigo para moradores de rua e bandidos. 

Apesar dos antigos trilhos já não serem mais usados para o transporte de passageiros ou de carga, pelo menos nossas antigas estações e locomotivas deveriam ser restauradas para que sirvam de guias as futuras gerações e assim possam entender como o transporte ferroviário foi importante para Ribeirão Preto. Ignorar as ferrovias, é ignorar o nosso próprio passado.

Estação Barracão

Considerada uma das mais importantes para Ribeirão (atras apenas da já extinta estação Ribeirão Preto) a estação Barracão foi fundamental para o surgimento dos bairros Ipiranga e Campos Elíseos (antes chamados de Barracão de Cima e Barracão de Baixo, vindo dai o nome que originou a estação) por conta do grande número de imigrantes que ali chegavam.

Localizada na junção das avenidas Dom Pedro I e Capitão Salomão, a estação Barracão foi construída em 1900 (data aproximada) e desativada oficialmente em 2011. Por estar bastante próxima da linha-tronco principal, acabou servindo como ramal principal até Sertãozinho. Em algumas situações, as manobras de composições cargueiras acabam fechando temporariamente o tráfego da avenida Dom Pedro I, o que causavam certa curiosidade e alguns transtornos aos motoristas na época.

Estação Barracão
Via: Estações Ferroviárias do Brasil
Estação Barracão
Via: ACidade ON Ribeirão

Saiba mais: Estações ferroviárias do Brasil - Barracão

Por muitos anos tem sido discutido o destino para a antiga estação. Umas das hipóteses mais citadas seria transformar o local em um museu ferroviário, aliado a uma restauração completa do prédio. Algo bastante justo considerando a importância histórica do Barracão.

Porem na proposta desta semana, gostaria de sugerir mais um uso para esta estação. Algo que ajudaria a manter parte da história ribeirãopretana viva e que traria melhor qualidade de vida aos moradores da região.


Ideia utópica de hoje

O título da publicação diz tudo: restaurar a antiga estação ferroviária e adapta-la para dois usos: uma base de apoio da GCM - Guarda Civil Metropolitana - e um pequeno museu da ferrovia focado na história do Barracão.


Algumas observações sobre o projeto 3D:

  1. As texturas usadas são apenas para ilustração, portanto não significam que devam ser utilizadas em uma restauração realista. O mesmo se aplica ao tamanho do prédio e seus detalhes pormenores. O projeto é apenas visual e com medidas aproximadas para melhor ilustrar a proposta e discussão sobre o assunto;
  2. Restauração e adaptação são dois projetos diferentes. Assim como foi feito com a biblioteca Sinhá Junqueira, o prédio deve manter seus aspectos originais desde que sua infraestrutura predial seja moderna e atualizada (sistemas de energia, água, proteção contra incêndio, internet, entre outros).
Esclarecidos os pontos, vamos ao projeto.

Resumindo a situação, a principal função da Guarda Civil Metropolitana (antes municipal) é a guarda e proteção dos bens públicos do município como praças, escolas e postos de saúde. Em algumas cidades a GCM também tem a função de fiscalização de trânsito, auxiliando no direcionamento de tráfego e na aplicação de multas aos infratores. Em Ribeirão Preto alem da Guarda tradicional temos a divisão de Canil, ROMU e patrulha ambiental.

Sobre infraestrutura, a GCM conta com dois imóveis para a guarda de veículos de patrulhamento e equipamentos. Algo bastante tímido considerando o tamanho de Ribeirão Preto.

Agentes da GCM em patrulhamento
Via: G1.com

A ideia seria utilizar o local estratégico da estação como base de apoio da GCM na região do Ipiranga, Campos Elíseos e Sumarezinho. A área a frente do Barracão teria entradas adaptadas para viaturas e demais veículos públicos e com fácil acesso as avenidas Dom Pedro I, Capitão Salomão e uma alça de entrada e saída para a Via Norte sentido Centro. Com isso os agentes ganhariam maior agilidade em seus deslocamentos em caso de ocorrências que precisem atender urgentemente.

Reforço na iluminação do local ajudam a aumentar a sensação de segurança de uma região tão deficitária de patrulhamento ostensivo e preventivo. Alias a própria base auxilia neste aumento da segurança.

Placa identificando a existência de uma base
de apoio da GCM

Acesso facilitado as principais vias arteriais da zona norte

Edifício passaria por restauração e nova identificação
da GCM sem perder suas características principais

Acesso direto para a Via Norte (sentido Centro)
e Capitão Salomão

Nada impediria de demais serviços como polícia militar ou mesmo a Transerp de utilizarem a base como ponto de patrulhamento estratégico. Por estarem próximos de três vias arteriais importantes da região norte, toda parceria e apoio serão bem vindos.

Não optei em definir a disposição interna do prédio por justamente não saber os pontos estruturais que poderiam ser alterados. Basicamente metade do Barracão seria revitalizado e adaptado as necessidades dos agentes, com espaço para mesas de atendimento, sala de reuniões, sanitários e salas de serviços.

Área de convivência no antigo pátio de manobras
de cargas e locomotivas

Estacionamento para acesso a base e museu ferroviário

Espaço para serviços como lanchonete e sanitários

Centro de convivência ao lado da antiga estação

Nova fachada revitalizada com identificação da
estação Barracão e base da GCM

Contudo nem todo o imóvel precisa ser ocupado pela GCM. Parte dele ainda poderia ser convertido em um museu ferroviário focado na história da estação e dos bairros atendidos. Visitas monitoradas e palestras ajudariam aos moradores e estudantes a entenderem todo o contexto histórico deste imóvel.

A área externa da plataforma poderia ser adaptada com bancos, mesas e até a preservação de parte dos trilhos do antigo ramal ferroviário.

======================================================

Quando resolvemos os problemas de um bairro que se arrastam por anos sem solução, criamos confiança e esperança de que novas melhorias são possíveis. Ao reativar a antiga estação Barracão e dar uma nova função a mesma, novas oportunidades de negócios voltam a surgir e a qualidade de vida dos moradores se eleva.

No blog nós focamos ao máximo nas soluções destes problemas, pois apenas reclamar incessantemente, não traz beneficio algum a ninguém.

Caso tenha gostado da proposta, ajude a compartilha-la. Comente com seus vizinhos, sua associação de bairros, com seu vereador eleito. Cobre para que este projeto possa sair do papel e assim trazer benefícios para todos.

Obrigado pela audiência e até a próxima publicação.

Links para pesquisa

13 patrimônios históricos que sediam universidades no Brasil

Prédios históricos e culturais caem no esquecimento por falta de investimentos

Conheça 10 prédios históricos de São Paulo

Quarteirão Paulista - história (em PDF)

História ferroviária de Ribeirão Preto (SP) está 'esquecida'

Estações Ferroviárias do Brasil - Ribeirão Preto - Mogiana

Audiência Técnica - Sobre Trilhos (em PDF)

terça-feira, 25 de agosto de 2020

Ligação da rodovia Duarte Nogueira com Anhanguera (via São José)

Dica rápida: na pagina Ribeirãotopia no Facebook você poderá acompanhar as notícias, considerações, analises e citação de propostas de forma mais dinâmica em com atualizações quase que diárias. Curta e comente lá.

================================================================

Readequações viárias muitas vezes são necessárias para agilizar o fluxo de veículos tanto na área urbana quanto rural. Desde uma simples rotatória até mesmo um complexo de viadutos podem eliminar congestionamentos em pontos considerados críticos.

No blog algumas das sugestões como a readequação da rotatória na Vila Virgínia, encontro das avenidas Caramuru com Jerônimo Gonçalves e duplicação da avenida Thomaz Alberto Whately sentido bairro são alguns exemplos de obras necessárias para que o sistema viário ribeirãopretano possa eliminar gargalos que num futuro próximo possam causar grandes transtornos.

Em situações mais extremas, as readequações viárias podem acabar se estendendo alem da mancha urbana. Em específico no anel viário que circunda Ribeirão Preto.

Anel Viário

Considerado um dos primeiros do país, nosso anel viário é formado pelas rodovias Anhanguera, Antônio Machado Sant'Anna, Prefeito Antônio Duarte Nogueira e Alexandre Balbo.

Até meados de 1984 os bairros Recreio Anhanguera, Vila Abranches e Recreio Internacional (um conjunto fechado de chácaras) eram os poucos que cruzavam os limites destas rodovias. No final das décadas de 90 e 2000 houve uma explosão de novos empreendimentos imobiliários na zona sul estimulados pelo Plano Diretor da época. Bairros como Cândido Portinari e Complexo Ribeirão Verde foram um dos primeiros a despontarem na zona leste.

A instalação das primeiras edificações no Distrito Empresarial em 2003 marcaram o início de expansão da zona norte alem do anel viário. Contudo o crescimento da zona sul se tornou mais intenso a partir dos anos 2010 com o surgimento de novos condomínios e grandes empreendimentos como o Iguatemi Shopping em 2013.

Ribeirão Preto - 1984

Ribeirão Preto - 2002

Ribeirão Preto - 2013

Ribeirão Preto - Atual
Em fatos recentes, em 2019 o bairro Cristo Redentor foi o primeiro loteamento residencial a ultrapassar os limites da rodovia Alexandre Balbo, com mais de 7 mil unidades planejadas entre imóveis residenciais, comerciais e industriais.

Todo esse crescimento nas últimas décadas mostra que as regiões Leste e Sul tiveram maior desenvolvimento em comparação com as regiões Norte e Oeste (esta última pouco evoluiu no surgimento de novos loteamentos). Se por um lado o crescimento da cidade é um sinal que mais pessoas acreditam que seja interessante viverem em Ribeirão Preto, temos que ficar atentos em relação ao crescimento desordenado, evitando o surgimento de vazios urbanos.


Isso pode fazer com que algumas regiões fiquem mais sobrecarregadas que as outras em vários sentidos, principalmente em relação ao uso do solo e sistema viário. E assim chegamos em um problema constante na zona sul: os congestionamentos rodoviários.

Anel viário sul de Ribeirão Preto
Via: G1 Ribeirão e Franca

Congestionamento na saída da rodovia Duarte Nogueira para o bairro Nova Aliança
Via: CBN Ribeirão

Frequentemente a mídia local noticia casos de acidentes nesta região que acabou transformando a rodovia Duarte Nogueira em uma "grande avenida rápida" e mesmo a redução de velocidade adotada em 2017 reduziu parcialmente o problema. A construção de vias marginais na região do Nova Aliança também tem o objetivo de tirar grande parte do tráfego local das vias expressas.

Por mais que estas rodovias consigam ajudar na fluides do trânsito através de trevos como o Trevo Waldo Adalberto da Silveira (mais conhecido como Trevão da Anhanguera), alguns pontos necessitam de intervenções urgentes. O trecho em questão é uma alça de acesso entre as rodovias Machado Sant'ana com Duarte Nogueira.

Acesso entre as rodovias Machado Sant'ana e Duarte Nogueira, região sul

Alça de acesso entre as rodovias Machado Sant'ana e Duarte Nogueira
Via: CBN Ribeirão
O número de acidentes na região acabou motivando o Ministério Público a julgar uma ação civil publica exigindo que o governo do estado, concessionária Via Norte e Artesp refizessem o acesso para assim eliminar o problema em definitivo. O MP alega que um erro de projeto na construção seria o principal fator para a quantidade de acidentes e congestionamentos constantes.

Com o constante crescimento na região sul e o aumento no fluxo de veículos da cidade e região, este acesso precisa ser readequado o quanto antes.


Ideia utópica de hoje

A proposta desta semana inclui uma readequação viária envolvendo as avenidas Dr. José Ribeiro Ferreira e José Canavaci, que fazem divisão com os bairros São José e Jardim Roberto Benedetti. Isso incluiria os tópicos abaixo:
  1. Eliminação do aclive entre o radar fixo e os viadutos;
  2. Novo acesso de entrada da rodovia Machado Sant'ana com Duarte Nogueira;
  3. Construção de uma via dupla expressa até a entrada dos bairros citados;
  4. Readequação das avenidas José Ferreira e José Canavaci.

A ideia seria ao mesmo tempo eliminar os pontos de lentidão nas proximidades dos viadutos e também criar um novo acesso até a rodovia Anhanguera envolvendo uma requalificação das duas avenidas que cruzam estes bairros da zona leste.

1) Eliminação do aclive entre o radar fixo e os viadutos

Este detalhe somente é percebido para os motoristas que "descem" sentido a rodovia Machado Sant'ana. Logo após o radar fixo de 80km/h a depressão na via torna-se bastante acentuada e assim os veículos que desdem em alta velocidade acabam agindo abruptamente quando já estão sobre o viaduto. Tanto o radar quanto os balizadores que dividem as faixas de rolamento foram instalados justamente para desestimular excessos de velocidade.

Visão lateral do trecho em aclive

Entre o veículo cinza e as placas de advertência é possível
visualizar a depressão ao fim do declive na via.


Na proposta este trecho precisaria ter seu aterro refeito e assim reduzir ou mesmo eliminar o declive acentuado, dando mais tempo do motorista poder reduzir a velocidade e assim evitar colisões com outros veículos já lentos.


Nota do blog: grande parte dos acidentes de trânsito são causados por falha humana (imperícia, imprudência e negligência), porem em situações específicas as falhas de projetos em vias também podem aumentar as chances de acidentes fatais.

Esta etapa pode ser considerada uma das mais complexas pois envolveria uma grande movimentação de terra e refazimento do pavimento. Seria necessário que fossem feitos estudos de cálculos para saber a real viabilidade do projeto.

2) Novo acesso de entrada da rodovia Machado Sant'ana com Duarte Nogueira

Ao continuar a rodovia sentido leste, seria possível a construção de uma nova via de acesso até a Duarte Nogueira sentido nordeste (semelhante com a existente sentido sudeste). A princípio não seria necessária uma alça lado sudoeste e por conta de imóveis já construídos no bairro City Ribeirão, seria bastante complexo a construção de uma alça lado noroeste por questões burocráticas a fim de desapropriações e distanciamento mínimo da rodovia. O antigo acesso seria desativado (marcado com um X vermelho na projeção).



3) Construção de uma via dupla expressa até a entrada dos bairros citados

A partir destas novas alças de acesso, seria possível a continuação das vias até a confluência da avenida Celso Charuli. Neste ponto seriam construídos dois viadutos que ligariam-se as avenidas que fazem a divisão dos bairros São José e Roberto Benedetti.


Trata-se de um trecho de 700 metros até a Celso Charuli, portanto seria preciso estudar o caso para saber se o mais viável seria uma via elevada cruzando a avenida ou que o segmento de rodovias passassem a ser a nível do solo e assim construir um cruzamento em nível na região. Por questões de custos a segunda opção seria interessante, porem se quiséssemos um projeto completo e mais funcional a primeira opção seria a mais indicada.



Outra sugestão válida seria a ligação da avenida Antônio Machado Sant'Anna (sim avenida mesmo, que cruza o bairro City Ribeirão) até a nova via expressa. Isso permitiria um novo acesso dos moradores a este bairro e incentivaria a ocupação desta área de 242 mil m² para futuros empreendimentos. Porem os moradores da City poderiam não achar a ligação necessária alegando que o fluxo de veículos no bairro poderia aumentar. São ideias que podem e devem ser discutidas.

4) Readequação das avenidas José Ferreira e José Canavaci

Infelizmente na época que estes bairros foram construídos as avenidas acabaram sendo construídas ao redor das torres de alta tensão da CPFL. O resultado são vias com trechos mão dupla e mão única, ruas mortas e um acesso pela Anhanguera totalmente inadequado. Com a extensão das vias expressas toda esta região precisaria ser readequada. Ambas avenidas passariam a ter sentido único de circulação, assim como as duas vias locais que cruzam o canteiro.



Atualmente existem dois galpões próximos da rotatória de acesso a rodovia Anhanguera e via marginal. Para concluir a duplicação da avenida José Canavaci seria preciso um processo de desapropriação de parte do imóvel. Isso inclusive permitira que a avenida Profa. Edul Rangel Rabello pudesse ser integrada ao sistema viário.

Nota do blog: a avenida Edul Rangel Rabello é o principal acesso dos bairros até a rodovia Duarte Nogueira e possui alguns trechos de duplicação inacabados por conta de grandes terrenos que fazem margem com a via marginal oeste. São exemplos claros do que a falta de planejamento de novos bairros podem causar no futuro e crescimento da cidade.

===============================================================

Como foi sugerido na proposta, a readequação do acesso viário entre as rodovias poderia trazer ainda mais benefícios nas regiões adjacentes, permitindo assim a recuperação viária destes bairros e distribuindo melhor o fluxo de veículos na região.

Ribeirão Preto tem obtido crescimento tanto populacional quando em representatividade na economia brasileira. Temos um grande ponto a nosso favor que seria planejar a expansão da massa urbana de forma consciente e assim evitarmos inúmeros problemas futuros relacionados a mobilidade urbana. Todos os moradores precisam cobrar por este crescimento planejado.

Se você gostou da proposta, comente e ajude a compartilha-la entre seus amigos e vizinhos. Ajude a "lembrar" seu vereador que Ribeirão Preto vai alem dos limites da Câmara de Vereadores (ou mesmo de seu bairro onde obteve mais votos) e cobre por melhorias constantes para a cidade. Assim poderemos pensar em atingir a marca de 1 milhão de habitantes com total confiança e respeito.

Obrigado a todos pela audiência e até a próxima proposta.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Praça do Bonfim

As praças públicas são áreas verdes que possuem sua importância no urbanismo de uma cidade. Proporcional lazer aos moradores, ajudam a limpar a poluição do ar e até ajudam na valorização dos imóveis ao seu redor.

Não é de hoje que o blog já publicou propostas voltadas para estas áreas verdes, em destaque a de Modernização de praças, onde são citadas ideias e sugestões que poderiam criar uma padronização nestas áreas verdes e assim trazer muitos benefícios para as pessoas que as frequentam.

Praça XV de Novembro, Centro de Ribeirão
Via: Revide

Por isso a proposta desta semana apesar de ser bastante simples, é muito importante e especial pois trata-se de uma espécie de "piloto" que antecedeu ao blog. Confira.

Sugestões enviadas

Em 2012 ao entrar em contato com um vereador ainda eleito na época, fiz questionamentos sobre quais projetos ou propostas o mesmo estaria apresentando e que poderiam beneficiar os ribeirãopretanos. Ao receber uma resposta com vários projetos executador por ele, me senti confiante em enviar uma lista com diversas propostas que beneficiariam tanto o meu bairro quanto toda a cidade. Infelizmente neste caso eu não obtive um novo retorno.

Entre as sugestões enviadas estava a construção de uma praça na confluência das ruas Piaui, Paranaguá e Tajaçú no bairro Ipiranga. O terreno em questão se encontrava desocupado e constantemente era utilizado como local para descarte irregular de lixo e entulho.


Projeto antigo da praça criado em 2012
Passados alguns meses, mesmo sem ter recebido resposta ao segundo e-mail, notei uma movimentação no terreno em questão. Nesta intervenção foram construídas algumas calçadas no interior do terreno ligando as esquinas das ruas próximas. Contudo a obra não avançou alem disso e até o momento o local nunca mais recebeu nenhuma intervenção do poder público.

Metade abandonado, metade cuidado

Passados 8 (oitos) desde então, uma parte do terreno nas proximidades da Escola Estadual Francisco Bonfim continua sendo utilizada como local para descarte irregular de lixo. É possível encontrarmos desde lixo doméstico até mesmo restos de televisores velhos. De tempos em tempos a prefeitura realiza a limpeza da área sem sucesso, pois poucos dias depois o mesmo lugar volta a ficar na mais pura imundice.

Felizmente alguns moradores conseguiram adotar parte do terreno (esquina das ruas Piaui e Paranaguá) mantendo e cuidando de um pequeno jardim cercado com uma pequena tela e placas alertando que ali é proibido o descarte de lixo. Seguem algumas imagens tiradas este mês do local:

O pequeno canteiro improvisado possui um pequeno jardim
mantido por moradores.

O pequeno canteiro improvisado possui um pequeno jardim
mantido por moradores.

O pequeno canteiro improvisado possui um pequeno jardim
mantido por moradores.

Outras áreas do terreno não se encontram em tão boa situação,
onde até mesmo restos de lixo e eletrônicos foram descartados
de maneira irregular.

Outras áreas do terreno não se encontram em tão boa situação,
onde até mesmo restos de lixo e eletrônicos foram descartados
de maneira irregular.
Outras áreas do terreno não se encontram em tão boa situação,
onde até mesmo restos de lixo e eletrônicos foram descartados
de maneira irregular.
O blog parabeniza os moradores que estão ajudando a manter o terreno mais bonito, mesmo com poucas condições e estrutura presentes; vocês são verdadeiros ribeirãopretanos que de fato gostam do bairro e cidade onde vivem. Os nossos parabéns!

Por outro lado o blog repudia os atos cometidos por cidadãos que insistem em poluir o terreno descartando lixo e até mesmo materiais perigosos como eletroeletrônicos, que possuem materiais contaminantes que podem poluir o solo e até mesmo se infiltrarem em direção ao lençol freático. Vocês são uma vergonha como cidadãos!

O Projeto de Lei Complementar nº 38/2005 é bastante claro quanto a isso:

Art. 1º Nas Vias e Logradouros Públicos, bem como nos terrenos ou mesmo terrenos anexos às construções, sempre a critério da Administração, não é permitido:

I - depósitos de lixo ou detritos de quaisquer naturezas, salvo, em caso de aterro, nos locais previamente indicados pela Administração;

Dado os fatos resumidos, seguimos com a proposta.


Ideia utópica de hoje

A ideia não poderia ser outra senão um projeto básico visando a transformação do terreno atual em uma praça propriamente dita, com os equipamentos e mobiliários básicos necessários para garantir conforto e lazer aos moradores do bairro. Não estarei colocando legendas nas imagens considerando que na forma como estão elas são bastante auto-explicativas. No projeto constariam:
  1. Novo calçamento tanto interno quanto externo;
  2. Plantio de novas arvores, mantendo as demais que estivessem saudáveis;
  3. Playground para crianças com bancos de concreto para acompanhantes;
  4. Quadra para práticas esportivas como futebol de salão ou basquete;
  5. Jardim e horta comunitária;
  6. Postes do tipo Pétala com iluminação em LED;
  7. Paraciclos;
  8. Rampas de acessibilidade;














Algumas observações:
  • O nome Praça do Bonfim seria apenas uma sugestão por conta do terreno estar próximo a escola municipal de mesmo nome. Contudo nada impediria da praça ter quaisquer outra nomeação;
  • Ainda sobre a escola, mesmo que a praça fique do lado oposto do portão principal de entrada dos alunos, a área verde poderia ser utilizada também para atividades externas relacionadas aos trabalhos escolares das crianças. O fato da área verde ficar entre vias locais ajudam a aumentar a sensação de segurança;
  • Apesar desta praça não contar com todas as sugestões apontadas na proposta Modernização de Praças, nada impede que estas possam ser implantadas ou até mesmo que a praça seja usada de exemplo para uma futura padronização de praças;
  • O projeto original de 2012 previa a construção de um pequeno estacionamento, uma quadra de maiores dimensões e lombofaixas, alem de prever um calçamento mais retilíneo. Na releitura do projeto alguns destas ideias foram retiradas ou mesmo modificadas para que a praça tenha uma proposta mais acolhedora aos moradores.
===========================================================

Se você gostou da proposta, ajude a divulga-la e compartilha-la! Junte-se com seus vizinhos e sua associação de bairro e cobre melhorias para este terreno que hoje encontra-se abandonado e mantido por alguns moradores.

Ribeirão Preto necessita de grandes projetos, porem também precisamos focar naqueles que causam impacto direto em nosso dia-a-dia e que possam trazer uma boa opção de lazer e diversão para os moradores ao seu redor.

Obrigado a todos pela audiência e até a próxima proposta.