terça-feira, 22 de março de 2016

Museu do Trólebus Ribeirãopretano

Atualização: 22/02/2024

A história dos trólebus é bastante antiga. Existem registros dos primeiros carros em meados de 1911 e desde então seu princípio de funcionamento continua o mesmo: duas hastes presas sobre a carroceria e ligadas a uma rede elétrica específica e separada da rede elétrica convencional. Foram claramente inspirados nos antigos bondes e tinham a vantagem de não dependerem de trilhos para seguir seu itinerário, o que lhes permitia ultrapassarem outros veículos ao longo da via e pararem junto as guias para o embarque e desembarque de passageiros.

Trólebus articulado no Corredor ABD
Via: Diário do Transporte

Muitas cidades do mundo como Londres, Nova York, e Bueno Aires adotaram este tipo de modal no passado. No Brasil, os primeiros trólebus chegaram por volta de 1949 em diversas cidades conforme seguem na lista abaixo:
* Corredor liga as cidades de São Paulo, Santo André, Mauá, Diadema e São Bernardo do Campo.

Desta lista, apenas a capital paulista, Santos e as atendidas pelo Corredor Metropolitano ABD ainda mantem os trólebus em funcionamento, inclusive com ônibus do tipo articulados. A concessionária que administra o corredor não só os mantem como ainda investe na compra de novos carros, em destaque para os de marcha autônoma, que possuem baterias internas, permitindo rápidas manobras em garagens e trechos de ruas que estejam sem energia.

Saiba mais: A história do Trólebus em São Paulo

Primeiro trólebus na cidade de Berlin
Via netleland

Trolebus da CMTC em São Paulo década de 80
Via netleland

Trólebus articulado da CMTC
Foto via: Via Trólebus

Trólebus de marcha autônoma em SP
Via: Electra Bus

Entre as vantagens dos trólebus podemos citar o consumo zero de diesel, zero poluição, maior conforto para os passageiros (baixo ruido por conta do motor elétrico e com sistema de transmissão automática, eliminando os "trancos" na troca de marchas), maior potencia nas subidas e menos custo de manutenção dos motores. Como desvantagens tinham destaque o impacto visual causado pelos fios expostos da rede e a impossibilidade de ultrapassarem outros trólebus por conta dos cabos de energia.

Em abril de 2019, o sistema trólebus completou 70 anos desde a implantação de sua primeira linha no Brasil e ainda possui força para continuar em operação em cidades como São Paulo.

Saiba mais: Trólebus 70 anos: Um meio de transporte que é viável para os dias de hoje e para o futuro


Trólebus na região

A cidade de Araraquara foi a primeira do interior paulista a receber trólebus em sua frota, controlada na época pela CTA (Companhia Trólebus de Araraquara), iniciando suas operações em 4 de dezembro de 1958 com a aquisição de 50 trólebus. O sistema seguiu em funcionamento até ser desativado ao final de 1999. Foi a única cidade do país que teve sua frota composta por 100% de trólebus. Atualmente a CTA opera apenas com ônibus a diesel e suas linhas foram repassadas para o consorcio Araraquara de Transportes.

Trólebus de Araraquara
Saiba mais: História dos Trólebus em Araraquara (pela CTA).


Trólebus em Ribeirão Preto

Em 1982 foi criada a empresa Transerp para gerenciar o sistema de transporte público da cidade. Os 22 trólebus comprados por ela operavam nas sete linhas radiais criadas na época numa total de 76 km de extensão ligando as principais regiões da cidade:
  • 207 - Jardim Presidente Dutra (primeira linha criada)
  • 202 - Jardim Independência
  • 205 - Vila Virgínia
  • 206 - Hospital das Clinicas 
  • 203 - Iguatemi
  • 103 - Fórum
  • 107 - Sumarezinho
Diagrama da rede de trólebus em Ribeirão Preto
Via: Lembranças Ribeirãopretanas
As linhas 605 - Delboux e 103 - Fórum, foram criadas posteriormente, mas operavam apenas com ônibus movidos a diesel.

O sistema trólebus era bastante elogiado pelo conforto e agilidade me manobras com os veículos, alem do baixo preço da passagem e o curto intervalo entre um carro e outro (alta demanda). Na época era possível fazer integração entre os trólebus no antigo terminal Carlos Gomes no Centro de Ribeirão. Por exemplo, o usuário embarcava na linha Presidente Dutra, desembarcava no terminal e embarcava em outro trólebus de linha diferente. A integração era física e não tinha limite de tempo para o reembarque no próximo ônibus.

Abaixo algumas fotos extraídas do vídeo Trólebus Ribeirão Preto. Clique nelas para ampliar:




Linha 207 - Jd. Presidente Dutra
Via: MOBILIDADE ELÉTRICA - Jorge Françozo de Moraes


Em 1992, foram adquiridos mais 22 carros movidos a diesel, mas segundos estudos da época, já não era mais vantajoso a utilização dos trólebus por conta do aumento no custo da energia e depois de uma votação ocorrida na Câmara em 1999 (com tentativa de relançarem os trólebus em Ribeirão) o sistema foi desativado em julho de 1999. Todas as linhas foram entregues para as permissionárias na época (Andorinha, Transcorp e Rapido D'oeste) e os carros foram vendidos para a cidade de Recife por um custo muito menor do que valiam realmente e ficaram em operação até 2001.

Toda a rede foi desmontada e desativada, os terminais Antônio Achê (onde é atualmente o Centro Popular de Compras) e Carlos Gomes (atualmente praça Carlos Gomes) foram desativados e demolidos, e a garagem da Transerp foi transformada em pátio para veículos apreendidos do município, alem de servir de base operacional da própria Transerp. Fotos via Mauro Alessandro Villas Boas (Ônibus Brasil).

Link original

Link original
Link original
A forma que o sistema trólebus foi tratado pela administração na época foi revoltante. A incompetência era tão grande, que um sistema que era bastante elogiado pelos usuários foi desativado e vendido a preço de sucata. Hoje ainda é possível encontrar pessoas que elogiam o sistema e que também não entendem porque ele acabou. Claro que o fator custo de energia elétrica falta de planejamento em algumas linhas também contribuíram para o declínio do sistema Trólebus.

Para saber mais detalhes da história, segue o vídeo abaixo:



E provando novamente o quanto a prefeitura não valoriza o seu passado, os poucos carros que restaram estão apodrecendo em alguma garagem de uma das empresas. A história vai se desfazendo e a geração mais nova jamais saberá como Ribeirão teve um sistema de transporte tão eficiente e importante... até agora.

Ideia utópica de hoje

A proposta foi inspirada em algo que Araraquara fez e que deu muito certo: a criação de um museu do trólebus. A prefeitura em parceria com a CTA restaurou o carro de nº 1 na cidade e o colocou numa praça devidamente protegida. Não sei informar se é necessário agendamento para conhecer o museu, mas pelo menos visitas monitoradas de escolas são permitidas.

Trólebus de numero 1 em Araraquara
O vídeo abaixo criado pelo canal Araraquara sobre Rodas no youtube contando um pouco da história da CTA e do próprio museu (em duas partes):



Links originais (YouTube):
Matéria Museu do Troleibus CTA - Parte 1
Matéria Museu do Troleibus CTA - Parte 2

Saiba mais: Araraquara 306º - Museu do Trólebus

Araraquara soube preservar seu passado. Então por que Ribeirão não pode fazer o mesmo? Por isso desenvolvi a ideia da criação do Museu do Trólebus Ribeirãopretano. Maquete eletrônica criada com o software SketchUp, objetos de cenário Armazem 3D e modificações Adobe Photoshop. Clique nas imagens para ampliar.



O tereno teria uma área aproximada de 900 m², sendo de 420 m² de área térrea construída. Conta com pátio cimentado e local reservado para a acomodação de um trólebus devidamente restaurado. Preferencialmente o museu ocuparia um terreno de esquina em um dos bairros onde o sistema Trólebus operou, onde caberia a prefeitura escolher o bairro que mais seria adequada a construção (Jardim Presidente Dutra, Jardim Independência, Hospital da Clínicas, Vila Virgínia ou Iguatemi).

Todo o entorno teria total acessibilidade para cadeirantes, excluindo a possibilidade de escadas. Junto a entrada teríamos um paraciclo com capacidade para até 10 bicicletas. A face voltada para uma das esquinas teria um jardim com arbustos e paisagismo adequado.


No interior, junto a entrada principal seriam instaladas duas catracas para controle de acesso. O ambiente seria dividido da seguinte forma: no lado direito estariam murais com fotos e documentos dos trólebus, terminais, garagem entre outros. Ao lado esquerdo, teríamos equipamentos e peças antigas usadas nos veículos, alem de mapas e esquemas técnicos dos veículos que circularem por Ribeirão até 1999. Para título de demonstração, uma miniatura em escala 1:10 de um dos trólebus do sistema estaria disponível para exposição, o que com certeza atrairia a atenção das crianças.





No pátio estaria a grande estrela deste museu: um trólebus devidamente restaurado e cercado por uma cerca do tipo alambrado com mourões de concreto de 2 metros de altura. Seria reproduzido um ponto de parada do veículo, incluindo os postes com rede própria para energia. Placas e painéis ajudariam os visitantes a conhecerem mais detalhes do veículos exposto. Sobre a pintura do veículo, os responsáveis pelo resgate das informações definiriam se ela seria a primeira inspirada na antiga CMTC de São Paulo (amarela com faixas marrons) ou a mais recente padrão Transerp (branca com faixas azuis).





O museu contaria com estrutura completa para receber seus frequentadores, como sanitários adaptados, lanchonete e escritório onde seriam arquivados documentos e fotos que necessitem de mais cuidados.




Alguns detalhes a acrescentar:
  • Não optei por acrescentar um estacionamento por se tratar de um local com uma estimativa média de frequentação;
  • O museu funcionaria preferencialmente nos finais de semana e poderia ter visitas agendadas de escolas durante a semana;
  • O lucro da venda dos itens da lanchonete poderia ser revertido para alguma entidade (como tão acontece com os parques Curupira e Maurilio Biagi) ou utilizada para a manutenção do próprio museu, deixando assim parcialmente autossuficiente;
  • Em uma proposta ainda mais utópica, a prefeitura poderia implantar um passeio turístico utilizando um trólebus restaurado. Mas conforme o funcionário da CTA explicou no vídeo postado algumas linhas acima, o custo para tal seria inviável;
  • Um guia seria de grande ajuda para os visitantes, de preferência algum ex-funcionário da Transerp como um motorista, ajudante ou mecânico.
Mais algumas fotos do Museu do Trólebus Ribeirãopretano:







Como podem ver, uma cidade precisa ter visão de futuro. Mas não deve jamais ignorar seu passado, pois é através dele que conseguimos prevenir e evitar futuros erros. Um destes erros foi a administração da época ter desativado o sistema Trólebus, deixando milhares de usuários a mercê de um sistema ineficiente que ainda perdura até hoje (ou que pelo menos tivessem privatizado o sistema, permitindo sua operação em outras regiões da cidade). O museu seria uma forma de respeito com um modal tão importante para Ribeirão Preto e para seus ex-funcionários que ajudaram para que este sistema funcionasse por quase 20 anos.

Gostou da proposta? Ajude a compartilha-la! Divulga entre seus amigos, pegue no pé do seu vereador. Mas cuidado com as falsas promessas. Se você tiver alguma sugestão ou crítica ao projeto, esteja livre para opinar. Lembre-se que tanto no blog quanto na página do Facebook o debate é de ideias e propostas. Reclamações da cidade? Acho que já temos reclamões demais na internet não é?

Abraços e até a próxima postagem!


Links para pesquisa:

Memória 76 - Ônibus elétrico no Brasil
Trólebus Brasileiros
Trólebus na Wikipédia
62 anos de trólebus: Brasil e Trólebus
História do Trólebus
A história da Cobrasma como fabricante de ônibus

TRÓLEBUS HISTÓRICOS 15 - Ribeirão Preto - Parte 1 e parte 2

terça-feira, 15 de março de 2016

Região Metropolitana de Ribeirão Preto

Atualizada  em 27/01/2017

Confesso que estava com uma proposta pronta e agendada para hoje, mas não podia deixar este fato passar em branco. No dia 14 de março de 2016, inciou-se de forma definitiva os procedimentos para a criação da Região Metropolitana de Ribeirão Preto.


Muitas pessoas ficam um pouco confusas ao tentarem entender o que seria uma região metropolitana. Para isso voltemos um pouco para entender o significado de metrópole. Usando uma definição do site Info Escola:

Metrópole é um termo que pode designar a cidade principal ou capital de um determinado país ou província, ou ainda, alguma cidade que, por algum motivo, exerce influência (cultural, social, econômica) sobre as demais cidades da região metropolitana.

A definição mais antiga conhecida de metrópole vem da Grécia Antiga, para se referir a uma cidade-mãe, ou seja, uma cidade que influenciava nas cidades ao seu redor, tanto economicamente como socialmente. No Brasil, o processo de urbanização foi acelerado e verificou-se que grandes cidades (principalmente as capitais) concentravam os grandes setores econômicos e industriais.

Região Metropolitana de CampinasFoto via: EMTU
Saiba mais: Regiões Metropolitanas do Brasil

Neste processo surge um fenômeno urbano conhecido por conurbação, onde duas ou mais cidades unem-se como se fossem apenas uma cidade. Literalmente, uma pessoa poderia sair de uma cidade e entrar em outra apenas atravessando uma rodovia, avenida ou mesmo uma rua de tão unidas que são. Este tipo de união faz com que o fluxo de pessoas entre as cidades aumente bastante, gerando grande problemas de infraestrutura, principalmente de transporte pública.

Baseado nisso, em 1974 foi criada a Lei das Regiões Metropolitanas, onde foram definidas regras específicas para tentar diminuir os problemas gerados quando duas ou mais cidades passam a ser unidas fisicamente. No Brasil existem 68 regiões metropolitanas, sendo cinco apenas no estado de São Paulo. Ribeirão passaria a ser a sexta região criada.

Entre as vantagens podemos destacar o amplo mercado de trabalho, facilidade para a liberação de verbas estatuais e federais, a disponibilidade de serviços particulares e públicos disponíveis e a utilização da infraestrutura existente. Como desvantagens existe a questão da poluição do ar que costuma ser mais problemática principalmente em cidades com maior concentração de industrias, o aumento no trânsito e no custo de vida.


Região Metropolitana de Ribeirão Preto - Cidades


Mapa com a disposição de todas as cidades
participantes da RM de Ribeirão Preto
Foto via: ACidade ON
A RMRP será formada por 34 cidades, entre elas:
  • Altinópolis,
  • Barrinha,
  • Batatais,
  • Brodowski,
  • Cajuru,
  • Cassia dos Coqueiros,
  • Cravinhos,
  • Dumont,
  • Guariba,
  • Guatapará,
  • Jaboticabal,
  • Jardinópolis,
  • Luis Antônio,
  • Mococa,
  • Monte Alto,
  • Morro Agudo,
  • Nuporanga,
  • Orlândia,
  • Pitangueiras,
  • Pontal,
  • Pradópolis,
  • Ribeirão Preto,
  • Sales Oliveira,
  • Santa Cruz da Esperança,
  • Santa Rita do Passa Quatro,
  • Santa Rosa de Viterbo,
  • Santo Antônio da Alegria,
  • São Simão,
  • Serra Azul,
  • Serrana,
  • Sertãozinho,
  • Taiúva,
  • Tambaú
  • Taquaral.

Vídeo: Criação da Região Metropolitana de Ribeirão Preto - Jornal da Clube

Serão realizadas outras audiências e se tudo correr bem, até junho de 2016 a região metropolitana enfim será uma realidade. Infelizmente foi preciso estarmos em ano eleitoral para tal fato, mas isso não minimiza a importância desta conquista para a cidade e região.

Ribeirão Preto
Foto via: Wikimédia
 A RMRP sai com uma pequena vantagem na questão de conurbação. Com exceção de Ribeirão Preto / Bonfim Paulista, todas as demais cidades ainda mantem um "espaço" para crescimento, que por conta da criação da RMRP, pode ser realizada de forma planejada, principalmente na questão de transporte, evitando assim problemas futuros. A RM conta com 1,6 milhão de habitantes, ocupará uma área de 14,8 mil m² e tem um PIB estimado de R$ 48,38 bilhões (2,93% do PIB do estado de São Paulo).

O assunto precisa ser discutido com toda a comunidade. Mas um fato precisa ser citado: muitos moradores sabem muito pouco sobre a criação da RM, e os poucos se se informam, minimizam a conquista com argumentos como: "Como vamos criar uma RM se temos inúmeros buracos na rua" ou "A saúde está péssima e a prefeitura inventa moda com esta RM" e demais outros que desanimam qualquer cidadão otimista. Estes problemas sim são realidade, mas neste caso o problema é a falta de gestão competente. Isso pode interferir na rotina da RM, mas não chega a travar todo o processo.

Por isso cabe a nós avaliarmos os futuros candidatos à prefeito de Ribeirão Preto e escolhermos o que tenha o perfil de um verdadeiro administrador, que olhe para a cidade como um empreendedor olha para sua empresa. O mesmo vale para a escolha de vereadores. Pessoas que se vendem por uma cesta básica ou bola de futebol são pessoas mesquinhas que sem perceberem acabam incentivando que tais atitudes continuem e pouco se importam com o futuro da cidade. Fique atento com tais candidatos! Eles não querem ajudar a cidade e sim a eles mesmos.

A RMRP está se tornando realidade. Novas informações vocês poderão encontrar nesta postagem (por meio de atualizações) ou pelos posts na página do Ribeirãotopia no Facebook. Fiquem antenados!

Até a próxima postagem!


Links para pesquisa

Projeto da região metropolitana recebe assinatura do governador - Jornal da Clube (06/06/2016)
Regiões metropolitanas 
Tramites para implantação da Região Metropolitana Já estão em andamento
Região Metropolitana de Ribeirão Preto será composta por 34 municípios

terça-feira, 8 de março de 2016

Cuidadores de praças

Atualização: 06/12/2021

Dica rápida: caso encontre alguma imagem ou link quebrado nas postagens, por favor me comunique pelo blog ou na página Ribeirãotopia no Facebook.

Em postagens posteriores como a proposta de readequação do parque Maurilio Biagi, mencionei a importância que as praças e parques tem para uma cidade. Dependendo da região onde uma praça será instalada, ela atrairá públicos diferentes: uma praça ao lado de uma escola servirá de ponto de encontro para as crianças e adolescentes que aguardam a abertura dos portões ou mesmo para se reunirem apos as aulas.

Já uma que seja construída num bairro tipo industrial ou comercial, atrairá funcionários que queiram descansar durante o horário de almoço. Por fim, praças em bairros residenciais atrairão todos os tipos de público; crianças, jovens, adultos, idosos, mães com bebês, praticantes de caminhadas, animais de estimação com seus donos... todos são bem vindos.

Piquenique realizado em uma praça de Belo Horizonte-MG
Foto via: O Tempo
Mas não basta apenas a prefeitura construir a praça e pronto. Assim como qualquer estrutura, uma praça precisa de cuidados e manutenção básicos corriqueiros. Profissionais que mantenham a grama sempre aparada, os mobiliários urbanos em condições adequadas de uso (bancos, lixeiras, parquinhos etc), calçada varrida constantemente. São estes cuidados que atraem as pessoas para as praças, seja para passarem o dia ou usa-la como lugar de passagem.

Uma praça mal cuidada afasta as pessoas, trás insegurança para o bairro (risco de assaltos aos frequentadores), perigo de acidentes para crianças (brinquedos do parquinho quebrados por exemplo) e até reduz o valor dos imóveis em seu entorno.

Praça abandonada em Canoas-RS
Foto via: Diário Gaúcho
Fato é que praças e áreas verdes precisam de manutenção constante. É ai que a prefeitura deveria entrar... ou pelo menos deveria.

Praças de Ribeirão Preto

Ribeirão possui 210 praças em toda a cidade e o serviço de zeladoria é de responsabilidade da Coordenadora de Limpeza Pública, realizando a poda de mato e recolhimento deste material. A manutenção de postes e bancos fica a cargo da Secretaria de Infraestrutura. Apesar do grande esforço, infelizmente muitas praças acabam se tornando alvo de um problema crescente em Ribeirão Preto: o descarte irregular de lixo e entulho.

Descarte irregular de lixo + Link Ao Vivo - Jornal da Clube (13/11/2015)
Via: YouTube

Nota RT: Uma parcela dos ribeirãopretanos perderam o respeito pela própria cidade em que vivem. Como alguém em sã consciência teria coragem de descartar lixo em uma área onde crianças costumam frequentar? O mais revoltante é que estas pessoas jamais admitem que fizeram algo errado, muitas vezes culpando a prefeitura. Ora, é mais fácil jogar o lixo aqui do que se preocupar em procurar um lugar adequado para ele não é? Tudo isso foi falado na postagem distopia.

Contudo a prefeitura possui sua parcela de culpa nesta situação. A limpeza de parques e praças precisa ser programada de forma a evitar que os problemas apareçam e se acumulem. Não é comum encontrar moradores reclamando de praças que não veem manutenção a muitos meses. Medidas como separar equipes por regiões (como já apontei na proposta de Divisão de Serviços por Região) ajudariam a diminuir o tempo entre uma manutenção e outra das praças. Se isso acontece em parques movimentados e conhecidos como o Maurilio Biagi e Curupira, imagina o que não acontece em parques da periferia?

Área verde abandonada na zona oeste de Ribeirão Preto
Via: Revide

Ideia utópica de hoje

Esta ideia foi inspirada em projetos já existentes na cidade de São Paulo e Volta Redonda e pode muito bem funcionar aqui em Ribeirão Preto: a função de Cuidadores de Praças.

Praça revitalizada em São Paulo-SP
Via: site Governo do estado de São Paulo
Os cuidadores de praça seriam pessoas contratadas pela prefeitura por meio de contratos pré-determinados e que ficariam responsáveis pela manutenção básica de uma praça. Serviços como troca de lâmpadas, varreção de canteiro, plantio de flores e mudas, tudo o que seria necessário para que uma praça esteja em boas condições. Serviços mais pesados como o corte de mato e manutenções mais complexas continuariam a cargo da Coordenadoria de Limpeza.

Este trabalho poderia ser executado por pessoas que já estejam aposentadas ou desempregados que procuram uma oportunidade de trabalho. A carga horária varia de acordo com o porte da praça em questão, sendo 4 ou 6 horas diárias. O cuidador não faria os serviços durante a noite e de preferência deve residir próximo a praça a ser cuidada. Ele também ficaria responsável por avisar a Coordenadoria sobre solicitações de reparos imediatos (uma arvore com risco de cair ou algum cano de água que esteja vazando de forma excessiva).

Praça XV de Novembro, Centro de Ribeirão Preto
Via: ACidade ON
Atualização 06/12/2021: a prefeitura da cidade de Matão-SP anunciou recentemente (06/12) o projeto Boa Praça Matão, onde idosos seriam remunerados para tomarem conta de praças e áreas verdes da cidade, com serviços básicos de zeladoria urbana.

Projeto Boa Praça Matão terá idosos como responsáveis
pelas praças da cidade.
Via: Jornal da Clube (YouTube)

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Concluindo, apenas a presença do cuidador já deixa os moradores do entorno da praça mais tranquilos e confiantes, pois saberão que o local contará com manutenção constante, incentivando moradores a também manterem o local limpo e denunciando casos de descarte irregular de lixo.

Ribeirão Preto já foi conhecida por ter praças bonitas e bem cuidadas no passado. Por que não podemos ter isso novamente? Uma ideia simples que pode ajudar a embelezar o bairro e cidade como um todo. Ajudem a compartilhar a proposta! Se você tiver alguma sugestão ou critica, ela será bem vinda. Apenas não seja omisso com os problemas de Ribeirão.

Até a próxima semana!

Links para pesquisa: