terça-feira, 25 de agosto de 2015

Extensão da rua Tajaçú até a rua Acre

Atualização: 23/01/2017

Muitas vezes a restrição de acessos à um bairro podem prejudicar o fluxo de veículos e a passagem de pessoas. O caso mais conhecido aqui em Ribeirão seria a estrada Antônia Mugnatto Marincek, único acesso ao bairro Ribeirão Verde, um dos mais populosos da região norte. Existe um projeto junto ao PAC 2 para a duplicação desta avenida. As obras seguem em ritmo lento e sem data para sua conclusão.

Esquema de entrada no bairro Ribeirão Verde
Fonte: Google Maps
Mas vou falar sobre uma região do bairro Ipiranga que sofre um pouco com a falta de acesso sentido Av. Dom Pedro I e Sumarezinho. Como você pode reparar no mapa, as ruas mais próximas para acessar a Dom Pedro I seriam a Tapajós e Espirito Santo.

Vou usar como ponto de referência o cruzamento das ruas Caravelas com Porto Seguro. A distancia média que um motorista teria que se deslocar, chegando até a avenida Rio Pardo seriam de aproximadamente 400 metros, seja indo para a Espirito Santo ou pela Tapajós. Já um pedestre teria que se deslocar aproximadamente 200 metros, seja indo pela General Câmara ou pela Piaui.

Visualização de acessos do Ipiranga para a Av. Dom Pedro I
Fonte: Google Maps
Edição: Photoshop
Isso faz com o que transito da rua Espirito Santo acabe ficando mais saturado por ser a via mais próxima à se acessar. O mesmo vale para a Tapajós. Caso o motorista/motoqueiro/ciclista queira evita-la, pode descer até o final da Rio Pardo e seguir pela rua Pará até a Dom Pedro; ou descer a rua Américo Batista até a Via Norte. Isso se a pessoa for sentido ao Sumarezinho ou Centro. Já para quem pretende ir rumo ao Planalto Verde ou mesmo Hospital das Clínicas, a Tapajós é a mais próxima de qualquer jeito.

Como se não bastasse, estas ruas (principalmente a Tapajós) estão em péssimas condições por dois motivos: a falta de recapeamento por parte da prefeitura e do transito excessivo (as duas são corredores de ônibus, no caso da Tapajós, da linha estrutural Circular 199). Parte deste fluxo poderia pegar uma rua alternativa, reduzindo o tempo de deslocamento entre pontos.

Ideia utópica de hoje

A proposta de hoje é simples, mas ao mesmo tempo também complicada (explicarei melhor abaixo): estender a rua Tajaçú até a rua Acre e implantar um pequeno trecho de mão dupla entre a rua Tajaçú até a rua Bonfim.


Esta foto-montagem é de abril de 2012. Mandei esta e outras ideias para um vereador da câmara que ainda está em pleito e nunca recebi uma resposta. Explicando-a abaixo:
  • A rua Tajaçú seria aberta em mão única (sentido bairro-centro) até a rua Acre.
  • Neste cruzamento, uma bifurcação em "T" desviaria o transito em dois: os que vão rumo ao Centro, convergindo à esquerda e os que vão rumo à Dom Pedro I, posto de saúde da Cuiabá ou mesmo HC, convergindo à direita.
  • Este pequeno trecho teria implantação de mão dupla, com proibição de estacionamento para o lado direito (calçada da Ceagesp), seguindo assim até a rua Bonfim.
  • Neste cruzamento, a preferencia seria para quem desce a Acre. Quem estiver subindo, irá aguardar a preferencial até entrar na Bonfim.
Isso traria agilidade para motoristas e pedestres (que não precisariam dar uma volta enorme em torno da Ceagesp) e deixaria a rua Bonfim mais útil e com maior número de veículos a utilizando, a sensação de segurança aumentaria consideravelmente.


Projeções de abertura da Tajaçú até a Acre e
adaptação do cruzamento da Acre com Bonfim
Via: Google Street View
Edição: Photoshop
Esta seria a parte simples. A parte complicada fica por onde a rua passaria: pelo terreno da Ceagesp. Apesar de parecer abandonado, o armazém ainda está em atividade, sendo usado para armazenagem de grãos e produtos embalados. Esta área abaixo dos silos, possui apenas um esqueleto de concreto armado desativado, de certa forma fácil de ser removido. Mas a briga neste caso é mais burocrática do que técnica. A prefeitura precisaria negociar com a Ceagesp, a possibilidade de ceder parte da área para a abertura da rua.

Paralelo a Rio Parto também temos os trilhos da antiga FEPASA, hoje atual FCA. Os trilhos foram desativados em 1995 e existe um projeto por parte da prefeitura para a remoção destes 14 km de malha ferroviária para a implantação de um corredor BRT e abertura total da Rio Pardo da Via Norte até a Dom Pedro I. Esta briga se desenrola desde o ano de 2012. Alguns acham melhor reativar os trilhos, outros a total remoção... e como temos política no meio, quem sofre mesmo neste jogo de interesses é a própria população.

Projeção da visão de um motorista que venha da Tajaçú
e chegue na Acre
Via: Google Street View
Edição: Photoshop
Mostrei aqui que é possível (pelo menos de um ponto de vista técnico básico) que a extensão da Tajaçú ser realizada. Mas é preciso que as pessoas que moram nesta região cobrem por ela. Cobrem da prefeitura e de seus vereadores projetos que beneficiem motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres do bairro. Cobrem respostas concretas e não apenas promessas vazias de campanha!

Fico por aqui. Até a próxima postagem!

Links para pesquisa:

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Readequação do parque Maurilio Biagi

Atualização: 23/01/2017

Praças e parques são muito importantes para todas as cidades, sejam elas pequenas ou grandes metrópoles. São como válvulas de escape da tumultuada e caótica rotina do dia a dia. São usados por praticantes de caminhadas e corridas, por pais e filhos que queiram fazer um piquenique, por namorados que queiram passar um tempo juntos ou até para pessoas que estejam no horário de almoço e procuram um lugar calmo pra descansar. Estas são algumas das funções dos parques; proporcionar qualidade de vida ao cidadão.

Parque Ibirapuera em São Paulo-SP
Via: G1.com
Saiba mais: A importância dos parques urbanos e áreas verdes na promoção da qualidade de vida em cidades

Ribeirão Preto possui seis grandes parques, com a situação descrita abaixo:
  • Parque Maurilio Biagi - em funcionamento
  • Parque Pref. Luiz Roberto Jábali (mais conhecido como Parque Curupira) - em funcionamento
  • Parque Luiz Carlos Raia - em funcionamento
  • Parque Tom Jobim - em funcionamento.
  • Parque Roberto de Melo Genaro - fechado aguardando reforma
  • Parque Rubens Cione - fechado e com reforma prometida com prazo indeterminado.
Para uma cidade do porte de Ribeirão, temos pouquíssimas áreas verdes, e as que existem quase não recebem manutenção adequada. Por isso é comum encontrarmos praças com bancos quebrados, mato alto, iluminação noturna inexistente e falta de atrativos como parquinhos ou academias ao ar livre. Praças e parques são lugares de convivência. Eles precisam destes tipos de incentivos.

Parque ecológico Maurilio Biagi

Em novembro de 1982, foi promulgada a Lei nº 4.233, dispondo sobre a criação do "Parque Ecológico Maurílio Biagi", passando por uma reinauguração em 2010. O mesmo foi implantado na confluência dos córregos Laureano e Ribeirão Preto, onde no passado ficavam instaladas o antigo pátio de manobras para locomotivas e pela estação da antiga Cia. Mogiana.

Localização: entre o terminal de ônibus urbano Dra. Evangelina e a Câmara dos Vereadores.
Avenidas no entorno: Jerônimo Gonçalves, Elpídio Gomes, rua Felipe Camarão e alameda Tupi. 

Parque Maurilio Biagi
Fonte: Google Maps
Isso mostra o quão importante o parque é para a região. Bastante frequentado por crianças, adolescentes, famílias e praticantes de esportes (ciclistas, skatistas, corredores e patinadores). O parque possui ciclofaixa, parquinho, academia ao ar livre, rampas de skate, duas quadras para futebol e basquete, cantina e banheiros em uma área de 70 mil m².

Saiba mais: Parque Ecológico Maurílio Biagi - História


Vídeo de 2016 mostrando as dimensões e estruturas do parque Maurílio Biagi.

Carrapatos e capivaras

Em julho de 2014, o parque precisou ser fechado por conta de um problema no mínimo curioso: a infestação de carrapatos.


Em resumo, como o córrego passa por dentro do parque, as capivaras tinham total acesso ao local. As cercas que margeiam o córrego não foram suficientes para a entradas dos bichos. A prefeitura fechou o parque prometendo resolver o problema. Depois de longos seis meses, o parque é reaberto... mas com ressalvas.


Defensas usadas na Stock Car agora vão segurar... capivaras.
Fonte da foto: www1.folha.uol.com.br
Como podem fechar um parque tão importante por um período tão longo, e reabri-lo ainda com os mesmos problemas? As capivaras continuam tendo acesso ao parque! As defensas de concreto instaladas de forma emergencial foram removidas para a realização da StockCar na cidade! E o máximo que estrutura que o parque recebe são placas de advertência e faixas de isolamento? É muita incompetência para um lugar só.

Placa alertando sobre o risco do carrapato estrela
e capivaras no gramado do parque.

Não sou perito em obras públicas, mas as coisas poderiam ter ocorrido de forma muito mais rápida e eficiente com um cronograma mais ou menos assim:
  1. Anuncio de licitação para reforma do parque
  2. Apresentação das propostas
  3. Anuncio do vencedor da licitação
  4. Prefeitura teria uma semana para divulgar aos frequentadores sobre o fechamento do parque
  5. Parque fechado e inicio imediato das obras
  6. Prazo estipulado sendo cumprido
  7. Reabertura do parque com os problemas solucionados
Mas o que aconteceu foi isso:
  1. Parque fechado sem nenhum aviso com antecedência á população
  2. Nenhuma informação sobre as obras que serão realizadas
  3. Nenhuma previsão de reabertura do parque
  4. Defensas de concreto são colocadas semanas antes da reabertura do parque, de forma improvisada e inadequada
  5. Reabertura do parque com os mesmos problemas
Nas primeiras semanas, o parque apresentava problemas de postes apagados (problemas com o disjuntor), falta de bebedouros e patrulhamento escasso. Alem do mato alto, brinquedos do parquinho quebrados, e banheiros pichados e sem torneiras nas pias. Ou seja, seis meses de fechamento para nenhuma melhoria?

Atualização: no momento, o parque continua em funcionamento, mas com um de seus acessos fechados. Entre os motivos alegados na época, foi trazer mais segurança aos usuários. Mas isso acabou gerando outro problema: as pessoas que antes usavam o parque para cortar caminho e chegarem até a rodoviária ou terminal de ônibus, precisam passar por fora do parque, por calçadas em mal estado, ao lado do tráfego pesado da alameda Tupi e com grandes desníveis de solo (onde cadeirantes e idosos serão duramente prejudicados). 

Ideia utópica de hoje

A proposta desta semana não vale apenas para um parque, mas também para todos os demais parques (existentes e futuros) e até mesmo para praças da cidade. Falarei de uma proposta de readequação do parque Maurilio Biagi. Clique na imagem para ampliar.


Lista das principais mudanças:
  1. Cerca em alambrado nas margens do córrego
  2. Postes autônomos
  3. Bebedouros do tipo "aperta fácil"
  4. Reforço na sinalização para pedestres
  5. Catracas nas entradas e saídas
  6. Sistema para coleta de água da chuva
1) Cerca em alambrado nas margens do córrego



Nas fotos: 1ª Cercas muito baixas, 2ª Margens do córrego sem nenhum cuidado, 3ª Defensas de concreto, 4ª Alambrado jogado ao lado da cerca "aguardando" ser instalado. Fotos arquivo pessoal.

As antigas cercas eram feitas com mourões de madeira e com menos de 1,50 m de altura, alem de vários pontos falhos (arames danificados), facilitando a entrada das capivaras. A instalação de cercas de alambrado com mourões em concreto pré-moldado com 2 metros de altura e alicerces de bloco de concreto resolveriam o problema.


Simulação de cercas de alambrado em torno do córrego
Atualização (29/07/2019): em setembro de 2018 a prefeitura fez a instalação dos alambrados no entorno do córrego que cruza o parque, resolvendo em definitivo o problema da invasão de capivaras. Sugestão aplicada na prática.

Alambrado instalado no parque Maurílio Biagi
em agosto de 2018.
Via: acervo pessoal.

2) Postes autônomos

Os postes atuais possuem fiação subterrânea e precisam de um funcionário para liga-los. Já expliquei sobre estes postes na proposta de travessias iluminadas para pedestres em maio/2015, mas vou explicar novamente. São postes que utilizam placas solares para captação da luz do sol. Podem ser programados para acenderem por Timer ou de acordo com a luminosidade ambiente. Imagine a redução de custos de energia da prefeitura, ou melhor, custos arcados por todos os moradores da cidade.
Simulação de poste solar no parque Maurilio Biagi, baseado nos postes
usados no Parque Barigui, em Curitiba
Foto via: http://www.flogao.com.br/ribeiraopreto/136679086

3) Bebedouros do tipo "aperta fácil"

A falta de bebedouros é um problema antigo no parque. Nos primeiros anos de funcionamento, existiam bebedouros ao lado da guarita entrada Elpidio Gomes e próximo aos banheiros. Depois deste período, todos os bebedouros foram removidos e sem prazo para sua reinstalação (o argumento da prefeitura era de que os bebedouros estavam em manutenção). Somente este ano foi instalado um novo bebedouro com três torneiras (onde uma já está danificada) ao lado da guarita entrada alameda Tupi.
Bebedouro de inox instalado ao lado da guarita de entrada
Foto acervo pessoal
Hoje existem bebedouros especiais, feitos de inox, com grandes botões laterais e escritos em braile, e com versão adaptada para cadeirantes. Em Sorocaba, estes bebedouros já são realidade para seus frequentadores.

Bebedouro instalado em parque de Sorocaba - SP
Foto via: Jornal Cruzeiro
4) Reforço na sinalização para pedestres

As avenidas que rodeiam o parque são bastante movimentadas e os veículos que as usam desenvolvem uma velocidade excessivamente alta para uma região com tantas pessoas, principalmente crianças. Apenas a faixa na entrada pela Elpidio Gomes não é suficiente, visto que os motoristas e motoqueiros raramente a respeitam. Já a faixa pela entrada da alameda Tupi foi apagada e remanejada próxima ao terminal de ônibus. O pedestre tem preferência e fim de papo. As faixas elevadas para pedestes (lombofaixas) seriam perfeitas para a região.

Motoristas não respeitam as faixas para pedestres nas imediações do parque
Foto acervo pessoal
5) Catracas nas entradas e saídas

As entradas do parque Maurilio Biagi são demarcadas com faixas de isolamento e barreiras de metal, quase que limitando a entrada de pessoas; algo feito de forma extremamente amadora. Vale lembrar que a ideia das catracas não é restringir ou segregar o acesso ao parque, mas sim ter um controle de quantos frequentadores o utilizam, assim tendo dados para fins estatísticos (quantas pessoas foram ao parque num feriado ou a um evento específico) e até como forma de organizar o acesso dos usuários. A catraca basicamente apenas serviria como um contador de acessos. Quatro catracas (duas para entrada e duas para saída) alem de acesso adaptado para cadeirantes e passagem de ciclistas com bicicletas desmontadas.


Projeção e montagem - catracas para acesso ao parque
Foto das catracas via: http://pt.123rf.com/profile_id1974
Foto da entrada: acervo pessoal

6) Sistema para coleta de água da chuva

Reduz custos e ajuda o meio ambiente. Os coletores de água de chuva estão sendo bastante utilizados em industrias, comércios e residências. Uma prefeitura precisa pensar em alternativas deste porte quando falamos em economia. Os coletores seriam colocados no telhado da área onde fica a cantina e banheiros, sendo utilizada tanto para as descargas, quanto para a limpeza do parque.

Cantina e sanitários
Foto acervo pessoal
Saiba mais: Aproveitamento da água de chuva

Estas seriam as principais iniciativas para a readequação do parque, mas posso enumerar outras como:
  • Iluminação nas áreas do parquinho e academia ao ar livre.
  • Instalação de antenas WiFi.
  • Atualização da sinalização interna (localização de banheiros, saídas, quadras...).
  • Criação de área para a prática de vôlei de praia.
  • Desvio dos fios de alta tenção que passam dentro do parque, limitando uma área que poderia ser usada para empinar pipas por exemplo.
  • Iluminação dos painéis de pontos turísticos da cidade.
  • Saídas de emergência destrancadas. Sim, atualmente estas saídas são trancadas com correntes. Já imaginou se acontece algum acidente que precise de evacuação imediata?
Será que estas medidas são tão absurdas ou mesmo utópicas? Bom, se estamos falando da administração atual e se elas estão em um blog com o nome utopia embutido, provavelmente elas são. Mas cabe a você cobrar da prefeitura e vereadores tais mudanças! Reclamar é o primeiro passo! Agir é o segundo! Se você leva seus filhos para o parque ou tem amigos que o frequentam, compartilhem esta postagem e vamos tentar deixar Ribeirão um pouquinho melhor.

Até o próximo post!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Paraciclos e bicicletários

Atualização: 06/08/2020

O uso da bicicleta no Brasil tem crescido bastante nos últimos anos. Seja para adotar uma postura saudável, preservar o meio ambiente ou mesmo para economizar com combustível, a bicicleta é uma tendencia que veio para ficar.


A cidade de São Paulo tem tido muito destaque nas ultimas semanas por conta na ampliação no numero de ciclovias na cidade, inclusive a tão comentada (e polêmica para alguns) ciclovia da av. Paulista. Como o uso da bicicleta é um assunto mais amplo, não vou me estender muito neste blog, mas convido o internauta a conhecer minha outra página chamada Bike Ribeirão Preto, com assuntos voltados para o uso da bicicleta em Ribeirão, inclusive com um mapa de locais que possuam estrutura para receber o ciclista. Inclusive, este é o assunto desta postagem.

O uso da bicicleta em São Paulo tem aumentado nos últimos anos
Foto via Band.com.br
O numero de bicicletas tem aumentado bastante, por conta disso elas já são uma realidade na cidade. Vários estabelecimentos comerciais tem reservado um pequeno espaço para os ciclistas deixarem suas bicicletas, e a prefeitura de São Paulo aos poucos começa a instalar novos paraciclos.

Novos paraciclos instalados em São Paulo
Foto via Vá de Bike
Saiba mais: São Paulo começa a instalar paraciclos ao longo das ciclovias

Antes de qualquer coisa, existe uma diferença clara entre paraciclo e bicicletário:
  • Paraciclos são estruturas simples, destinadas para paradas rápidas, de forma que não danifique a bike ao ser presa com cadeado.
  • Bicicletários são estruturas mais completas, geralmente fechados, com controle de entrada e saída e em alguns casos, com armários, bebedouros e vestiário.
Paraciclo em São Paulo
Foto via: Site da Prefeitura de São Paulo
Bicicletário no terminal Sacomã em SP
Via: Ipiranga News

É comum este tipo de confusão, pois ambos são estruturas para bicicletas, mas com finalidades diferentes. A título de comparação, o paraciclo seria o equivalente a uma vaga na rua para um carro, enquanto o bicicletário seria equivalente a um estacionamento fechado.


Ideia utópica de hoje

Uso a bicicleta com frequencia em Ribeirão e posso dizer com propriedade: não existe nenhum paraciclo ou bicicletário público na cidade. Na ultima Feira do Livro ocorrida em junho de 2015, tive muita dificuldade para encontrar no Calçadão um lugar seguro para trancar a bike. Acabei trancando-a numa lixeira longe da feira. E vale lembrar; apesar de meus insistentes pedidos no Facebook da prefeitura, o Calçadão será entregue sem nenhum paraciclo. A falta de visão é fato na antiga administração.

Calçadão de Ribeirão. Ainda em reforma e sem paraciclos
Foto: Arquivo pessoal
Por isso minha proposta é a instalação de paraciclos e bicicletários em locais estratégicos da cidade, pois a falta de vagas para bicicleta é uma reclamação que só fica atras da falta de ciclovias em Ribeirão.

Paraciclo adequado em "R" no Pão de Açúcar da Fiúsa
Foto: acervo pessoal
A placa diz bicicletário, mas o que foi instalado no
terminal da Jerônimo Gonçalves foi um paraciclo!
Foto: acervo pessoal
Paraciclo destruído no parque Curupira. Atualmente o local foi
convertido para um estacionamento de motos
Foto: acervo pessoal
O Guia para Construção de Bicicletários Adequados é leitura obrigatória para quem precisa ou pensa em instalar tal estrutura. Nele constam dados técnicos relevantes para a implantação destas estruturas. O paraciclos do tipo "U" invertido é o mais simples e o mais funcional de todos. Mesmo assim é comum encontrar modelos de paraciclos nada práticos e que podem até mesmo danificar a bicicleta.


Para aqueles que buscam saber quais locais públicos e estabelecimentos comerciais possuem estrutura para os ciclistas, criei em 2012 o blog Bike Ribeirão onde busco reunir por meio do Google Maps totens virtuais sinalizando paraciclos e bicicletários que podem ser classificados como Recomendados, Recomendados em Termos e Não Recomendados. Por mais que a malha cicloviária de Ribeirão seja pequena, o número de locais com paraciclos na cidade é relativamente alto.


Voltando a proposta, os paraciclos podem ser colocados em praças, áreas abertas específicas e até mesmo com a desativação de uma vaga para carro. A estrutura poderia ficar próxima de esquinas, assim resolvendo outro problema muito comum que é o dos pontos cegos nas preferenciais.


Modelo de paraciclo em locais abertos
Programa usado: Google SketchUp 

Paraciclo instalado no pavimento. O espaço ocupado é o mesmo de um carro
Programa usado: Google SketchUp 
Já os bicicletários, devem ser instalados em regiões com grande concentração de pessoas como no terminal de ônibus urbano da Jerônimo Gonçalves, Mercadão Municipal, Calçadão, entre outros polos geradores de tráfego.

Atualização 06/08/2020: A proposta Mapa Cicloviário de Ribeirão Preto 2016 utiliza esta publicação como complemento e ainda possui um mapa com sugestões para a construção de paraciclos e bicicletários próximo de grandes estabelecimentos comerciais e instituições de ensino. Confira nos links abaixo:


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Como podem ver, são estruturas simples que, quando instaladas em locais estratégicos, podem suprir uma demanda reprimida e impulsionar um novo modal em Ribeirão Preto. Se você usa a bicicleta no dia a dia, ajude a divulgar a proposta! Cobre da administração municipal melhores estruturas para os ciclistas Ribeirãopretanos!

Fico por aqui. Até a próxima postagem!

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Edifício garagem

Atualização: 19/10/2021

Por mais que o transporte público de uma cidade seja eficiente, os carros não deixarão de existir nos grandes centros. E onde guardar esta quantidade absurda de veículos durante o dia? Existem algumas alternativas como:
  • Estacionamentos pagos por hora ou diária;
  • Estacionamentos internos de empresas;
  • Zonas de Área Azul;
  • Ruas nas imediações onde é permitido estacionar.
Porem a tendência no médio prazo é que estacionar nas ruas seja cada vez mais dificil (principalmente em vias arteriais). Vale lembrar que não é direito do motorista tais vagas no espaço público e que com o tempo vão sendo transformadas em faixas de tráfego, corredores para ônibus ou ciclovias. Construir mais e mais estacionamentos convencionais também não é a solução. Foi daí que surgiu a proposta dos edifícios garagem.

Edifício garagem no aeroporto de Guarulhos - SP
Fonte: Portal R7
Os edifícios garagem são relativamente comuns em aeroportos, centros comerciais, shoppings e hospitais. São parecidos com edifícios convencionais, mas adaptados para a guarda de veículos. Sua principal vantagem é comportar um numero maior de carros em um pequeno espaço. Fazendo uma conta básica; se um estacionamento comporta dez veículos, um edifício garagem de cinco pavimentos, comportaria cinquenta veículos.

Comparação na questão de espaço de um edifício garagem com um convencional
Via Google SketchUp 
O edifício pode ser construído de alvenaria ou estrutura metálica e alguns podem funcioar até mesmo de forma automatizada. O acesso entre os pavimentos costuma ser feito por rampas retas entre os pavimentos, rampas helicoidais (tipo espiral) ou elevadores. 


Por isso, é preciso fazer uma pesquisa profunda e decidir qual o melhor tipo de estrutura, de acordo com o local que ela será instalada.

Ideia utópica de hoje

Estacionar em Ribeirão está cada dia mais complicado. A área azul na cidade existe mas não funciona. E sempre quando é anunciada a remoção de vagas para a ampliação de uma avenida, o chororô é geral, muitas vezes vindo de comerciantes. Mas agora eu quero fazer uma breve reflexão: todas estas vagas abertas que vivem lotadas, são mesmo ocupadas por clientes? Pois eu digo que não! Vejam exemplos tirados no Google Street View em uma avenida que sofre diariamente com a falta de vagas, a Dom Pedro I (clique nas fotos para ampliar).


Estas motos paradas nas vagas, são de clientes? E esta Montana vermelha? Seriam mesmo de clientes? Pois bem. Muitas vagas das vagas da Dom Pedro I são usadas como "vitrines" de revendas de carros e motos. Mas o maior uso delas vem agora: comerciantes e funcionários. Estes carros ficam parados durante todo o horário comercial, enquanto o cliente roda a procura de uma vaga livre. E isto acontece na cidade inteira!

Atualização 29/07/2020: Em agosto de 2017 a Transerp implantou o sistema de Área Azul na avenida Dom Pedro I. O resultado? Grande parte dos veículos que ficavam estacionados durante todo o período do dia simplesmente sumiram, o que reforça a tese anterior sobre aqueles que as usavam de fato. Contudo as mesmas serão extintas no curto prazo para a implantação do Corredor Estrutural de Transporte Leste/Oeste 1.

Voltando para os EG, temos na região central o Condomínio Garagem Everest na rua Alvares Cabral, com onze pavimentos e funciona com elevadores; alem de vagas para curto período, a garagem funciona como um condomínio, onde a pessoa aluga uma vaga permanente para o veículo. Outro bem próximo ao Everest, não chega a ser um edifício garagem em sua totalidade, é o SE Estacionamento. Ele faz parte do edifício Center Plaza, nas esquinas das ruas Américo Brasiliense e Visconde de Inhaúma.

Condomínio Edifício Garagem Everest
Via Google Street View

Edifício Garagem parcial - Center Plaza
Via Google Street View
Outro edifício garagem inaugurado em 2016 seria o Deck Parking do Ribeirão Shopping, com 1250 vagas para estacionamento divididos em quatro pavimentos. 

Deck Parking Ribeirão Shopping
Fonte: TK Vídeos - Vimeo

Pelo menos a inciativa privada tem visão sobre o como são importantes estas edificações. Mas seria possível a construção de edifícios garagem públicos? Eu acredito que sim. Os EG podem ajudar de duas formas:
  • Forma de compensação na remoção de vagas abertas nas ruas;
  • Forma de integração com o transporte público.
No primeiro caso, o EG poderia ter parceria com o setor privado (estacionamento particulares) onde a construção poderia ser realizada pela prefeitura. Exemplo: num EG de seis pavimentos, três ficariam a cargo da prefeitura (equivalente a uma Área Azul) e os outros três seriam cedidos em forma de contrato, onde uma pequena porcentagem no valor das diárias seria paga para a prefeitura; dinheiro que seria usado na manutenção do local e na arrecadação municipal. As vagas seriam apenas de caráter rotativo e de preferencia para clientes e demais munícipes.


Para o segundo caso, é mais comum em grandes metrópoles terem EG próximos de estações de metro ou de trem. Talvez pelo porte de Ribeirão, instalar um EG próximo aos terminais de ônibus da Jerônimo Gonçalves ou terminal Ribeirão Shopping, não seria vantajoso. Mas em casos futuros em que Ribeirão se torne de fato uma região metropolitana, a ideia passaria a ser discutida.

Exemplo de remoção de vagas na av. Saudade
Via Google Maps e Adobe Photoshop
Pode parecer contraditório eu já ter estimulado o uso do transporte público ou bicicleta e de repente começar a dar ideias para o transporte motorizado individual. Ora, a cidade é formada de muitos modais. Criar edifícios garagem não significa que todos desistirão de usar ônibus ou bicicleta. Esta é apenas mais uma forma de organizar melhor a disposição de vagas. Por exemplo, ao criar EG em regiões estratégicas do Centro, pode-se pensar na proibição de carros nas áreas com maior fluxo de pessoas, priorizando o pedestre.

Por fim, esta seria minha proposta. Discutam e compartilhem com seus amigos e vizinhos. Vamos tentar sacudir o poder público e estimular assuntos que melhorem a qualidade de vida de Ribeirão!

Até a próxima postagem.