terça-feira, 30 de maio de 2017

Via Expressa Contorno Norte - Tanquinho (Ribeirão 2001)

Com a proposta de hoje, finalizamos por hora os projetos apresentados no documento Ribeirão 2001. Existem outros de igual importância que caso fosse de fato implantados, trariam grandes mudanças no sistema viário de Ribeirão Preto e que serão apresentados em outras oportunidades.

Sobre o Ribeirão 2001

Foi criado na antiga gestão do ex-prefeito Antônio Palocci (1993-1996). Nele constam informações sobre projetos voltados para o crescimento econômico, politicas administrativas e programa de urbanização para a cidade de Ribeirão Preto. O arquivo está disponível na seção Downloads com link direto para o site oficial. Leitura recomendada para especialistas e simpatizantes das áreas de logística, mobilidade urbana e planejamento urbano.

Aviso: o blog Ribeirãotopia mantem uma posição totalmente apartidária, não fazendo nenhum apoio ao lado A, lado B, lado C ou qualquer outro lado da política. Todos os fatos apontados são para fins de conhecimento de projetos voltados para mobilidade urbana e planejamento viário que poderiam (ou podem) ser implantados em nossa cidade.

Ligações de vias bairro a bairro (ou região à região) são importantes para ajudar a desviar o tráfego pesado da região central da cidade e suas avenidas perpendiculares. Estas ligações devem ser previamente planejadas para que no futuro não tenhamos problemas com desapropriações.

Ribeirão Preto não possui muitas avenidas que liguem uma região a outra, o que acaba sobrecarregando as vias mais próximas, por veículos que apenas querem cruzar determinado bairro. Um exemplo é a falta de ligação entre as zonas Norte/Leste da cidade.

Definições

São poucas as opções e mesmo estas estão se mostrando inadequadas para o crescimento da frota da cidade. Abaixo as principais ligações entre as regiões Norte / Leste:

- Via Norte: acesso entre o anel viário norte (rodovia Alexandre Balbo) e rotatória Amim Calil. O motorista que entra na cidade pela Via Norte precisará seguir até a rua Aliados para somente depois conseguir chegar até a avenida Quito Junqueira, não sem antes cruzar todo o bairro Campos Elíseos. Lembrando que todas as vias que ele acessar são em sua maioria locais.

Via Norte sentido Centro / Bairro
Foto via: Acervo pessoal
Av. Cavalheiro Paschoal Innecchi: acesso entre a avenida Meira Júnior e avenida Brasil. Melhor alternativa evitando que o motorista passe por dentro do bairro Jardim Independência. Mesmo assim será preciso passar pelo pesado tráfego da avenida Brasil, por ser uma via simples de mão dupla.

Avenida Paschoal Innecchi próximo ao Corpo de Bombeiros
Via: Google Street View

- Rua João Bim: acesso entre a avenida Meira Júnior e Barão do Bananal (passando pelos bairros Jardim Paulistano, Jardim Anhanguera e Jardim Zara). Uma das mais perigosas ruas de Ribeirão, tendo em vista que este é o principal acesso para a zona leste. A via de pista simples, mão dupla e com estacionamento permitido em um dos lados, sempre possui transito intenso de veículos em alta velocidade e presença de ciclistas. Via bastante criticada por pedestres pela falta de faixas de segurança disponível;

Rua João Bim no Jardim Paulistano
Foto via: Google Street View
- Rua Carlos Augusto Brasão e Emílio Fávero: acesso entre a Meira Júnior e entrada do Jardim Anhanguera. Foi pavimentada anos depois da João Bim e passou a ser alternativa para os moradores do bairro. Começa a apresentar transito intenso em determinados horários do dia.

Rua Carlos Augusto Brasão no Jardim Paulistano
Foto via: Google Street View
Todas estas vias alternativas já apresentam sinais de saturação, tendo em vista o grande número de veículos e constantes acidentes. Não existem avenidas que façam uma devida ligação entre as regiões, o que acaba sobrecarregando até mesmo vias locais destes bairros.

Se uma avenida prometida a 50 anos tivesse de fato sido concluída, grande parte destes problemas seriam solucionados.


Avenida do Tanquinho

O projeto existente desde os anos 60 consiste em uma avenida que serviria de ligação entre a Via Norte e o bairro Lagoinha, ficando as margens do córrego. Entre as principais vantagens para a construção da avenida seria a redução no tempo de viagem entre as regiões da cidade. Assim avenidas como a Francisco Junqueira por exemplo, teriam um alívio no fluxo de veículos e uma melhor distribuição no tráfego entre as vias.

Infelizmente com a passagem de vários governos municipais, o projeto sequer saiu do papel, mesmo estes prefeitos sabendo de sua importância. Entretanto o que existe atualmente é uma avenida chamada Guido Golfeto; uma via de aproximadamente 950 metros de extensão e liga a avenida Quito Junqueira e Onze de Agosto.


Em amarelo, extensão da avenida Guido Golfeto.
Ao lado direito da via sentido Bairro / Centro, maternidade Sinhá Junqueira.
Fotos via: Google Maps e Google Street View


Apesar de ser uma avenida bem resolvida (duas faixas de rolamento com recuo para estacionamento e bastante arborizada), sua função se torna bastante subestimada, pois a mesma termina em uma via local (Onze de Agosto) de acesso ao Jardim Independência.

O documento Ribeirão 2001 acrescentou a importância da Via Contorno Norte, citando-o na página 77. Na ocasião, a avenida teria seu início na Via Norte, cruzando as avenidas Costa e Silva, Saudade, Quito Junqueira, Meira Júnior e terminando na avenida Clóvis Bevilacqua, no Parque dos Bandeirantes.

Documento Ribeirão 2001 citando sobre a Via Contorno Norte
ou como é mais conhecida, avenida do Tanquinho.
Link para o arquivo

Ideia utópica de hoje

Baseado no projeto original, a proposta de hoje irá demonstrar maiores detalhes da Via Contorno Norte, ou como é mais conhecida, Avenida do Tanquinho. Lembrando que esta avenida já foi ilustrada no mapa Obras de Mobilidade - Ribeirão Preto. Abaixo os subtópicos propostos:

- Trecho entre avenida Antônio Gomes da Silva Júnior e Clóvis Bevilacqua;
- Trecho entre avenida Clóvis Bevilacqua e Quito Junqueira;
- Trecho entre rua Onze de Agosto e Via Norte;
- Acesso para a Via Norte.

Não foi citada a ligação entre Quito Junqueira e Onze de Agosto justamente por esta avenida já existia, apesar de que seriam necessárias as devidas intervenções.

A avenida seria composta de uma via em cada margem do córrego, com duas faixas de rolamento e recuo para estacionamento (que poderia ser eliminado futuramente para a implantação de uma terceira faixa caso a demanda demonstre tal necessidade), ciclovia entre o córrego e a avenida, e calçada com largura conforme normas técnicas de acessibilidade.

A canalização do córrego, apesar de importante, seria vista em outro momento por se tratar de uma obra de custo bastante elevado. Outra vantagem aparente é que o número de desapropriações ao longo da via é menor, principalmente entre a avenida Antônio Gomes e Quito Junqueira; infelizmente o mesmo não se aplica no trecho entre a Onze de Agosto e Costa e Silva. Maiores detalhes adiante.

Visão geral da extensão da avenida entre bairros da zona norte e leste

- Trecho entre avenida Antônio Gomes da Silva Júnior e Clóvis Bevilacqua

Alguns trechos do córrego são bastante sinuosos, o que demandaria um trabalho de engenharia mais complexo para avaliar melhor o traçado da avenida. Apenas duas vias a cruzariam; a Estr. Catarina Belesi Vendrúscolo e o início da Barão do Bananal. O cruzamento da estrada Catarina Belesi poderia ser em nível, enquanto o da Barão do Bananal o mais indicado seria um viaduto, aproveitando o relevo da região.



- Trecho entre avenida Clóvis Bevilacqua e Quito Junqueira

Seriam necessárias algumas desapropriações para a extensão da Clóvis Bevilacqua até a Via Expressa e um cruzamento em nível na João Bim. Uma alternativa para melhor conexão entre estas vias seria uma grande rotatória ligando João Bim, Barão do Bananal e Clóvis Bevilacqua, dando prioridade a Via Expressa por meio de um viaduto. A linha laranja representa as obras de arte.

Entretanto esta região possui um entrave: as torres de transmissão de energia. Isso poderia limitar o tipo de intervenção viária escolhida.


A partir da Clóvis Bevilacqua até a Quito Junqueira, teríamos cruzamentos em nível com as ruas José Mancuso e Dr. Antônio Carlos Marçal (que podem ser convertidas em pontes, aproveitando o relevo). Já o cruzamento com a Meira Júnior precisaria ser estudada a melhor alternativa, seja ela cruzamento em nível ou viaduto.

Obs: este ponto é questionado com insistência por estarmos falando de uma via expressa onde, segundo o Código de Transito Brasileiro, não deve haver cruzamentos em nível. Caso estes sejam adotados ao inves de um viaduto, a via pode perder suas características de via expressa, ficando com os mesmos problemas apresentados na Via Norte.

O cruzamento com a Guido Golfeto precisará de adaptações, uma vez que a distancia entre as vias paralelas ao córrego é bastante grande.


- Trecho entre rua Onze de Agosto e Via Norte

Novamente aqui teremos os problemas com desapropriações, onde devido a anos de falta de fiscalização e falta de definições sobre este tipo de construção tendo como base o Plano Diretor, acabou permitindo a instalação de imóveis juntos ao córrego e até mesmo a eliminação de um pequeno trecho da rua Campinas.

Ruas como a Luiz Barreto e as avenidas da Saudade e Costa e Silva se enquadrariam na mesma situação da Meira Júnior, sendo revista a necessidade de cruzamento em nível ou viaduto.


Trecho da avenida Saudade com construções
bastante próximas ao córrego.
Foto via: Google Street View
- Acesso para a Via Norte

O trecho entre a Costa e Silva e Via Norte não apresenta construções, o que facilitaria a adição de viadutos, alças de acesso e retorno entre as vias expressas. A sugestão apresentada está sendo elaborada com base em outra proposta já apresentada no blog, sobre as vias marginais junto a Via Norte.



Na projeção 3D abaixo, seguem as rotas de acordo com a região que o motorista pretende seguir:

- Linha Amarela: transito vindo da Via Expressa Norte e que seguirão pela Via Norte sentido anel viário Norte. A linha amarela tracejada indica os veículos que irão continuar na marginal;

- Linha Azul: trânsito vindo da Via Expressa Norte e que entrarão na Via Norte sentido Centro;

- Linha Vermelha: transito vindo da Via Norte sentido anel viário e que entrarão na Via Expressa Norte sentido zona Leste;

- Linha Verde: transito vindo da Via Norte sentido Centro e que entrarão na Via Expressa Norte via marginais. A linha verde tracejada indica os veículos que irão continuar na marginal.


A princípio foi pensado em utilizar apenas cruzamentos em nível ao inves dos viadutos e alças de acesso. Mas alem de tirar as características de via expressa da Via Norte, os cruzamentos logo poderiam tornar-se perigosos devido ao grande fluxo de veículos que começassem a utilizar a avenida do Tanquinho.

Seriam duas rampas de acesso do lado norte da Via Norte, com ligação na via marginal paralela a via expressa. Os acessos lado sul da Via Norte seriam por alças de acesso em nível com faixa adicional para evitar redução de velocidade ou pontos de congestionamento.





O antigo retorno Centro/Bairro seria desativado tendo em vista que não seria mais necessário por conta do viaduto Tanquinho/ Via Norte.

Atualmente existem poucos edifícios comerciais e industriais na região, o que geraria menos custos com desapropriações. Uma vez as vias marginais sendo construídas, novas áreas de loteamentos industriais poderiam ser liberados pela prefeitura.









Placas de orientação de destino do tipo braço projetado e pórticos seriam necessários para alertar e orientar os motoristas sobre os bairros, regiões e avenidas de interesse a serem acessadas.

Braço projetado instalado ao final da Via Expressa Norte
indicando saída para a Via Norte sentido rodovia e sentido Centro

Pórtico instalado na Via Norte (Centro - Bairro) antes dos viadutos indicando
acesso para a Via Expressa Norte

Pórtico instalado na Via Norte (Bairro - Centro) antes dos
viadutos indicando acesso para a Via Expressa Norte

Braço projetado instalado na marginal esquerda da Via Norte
(Bairro - Centro) indicando acesso para a Via Expressa Norte


Imagem geral dos viadutos, alças de acesso e vias marginais
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O projeto Via Expressa Contorno Norte traria grandes vantagens para a mobilidade urbana da região Norte e Leste, que pouco receberam investimentos nos últimos anos. Moradores teriam uma avenida rápida que cruzaria diversos bairros, empresas de logística ganhariam tempo em seus deslocamentos antes feitos por vias estreitas e inadequadas, novos empreendimentos comerciais e residenciais poderiam ser lançados em uma região adaptada para um grande volume de veículos.

São projetos de custo alto e que exigem um alto grau de complexidade técnica. Por isso não devem ser falados como promessas vazias de campanha. Precisam ser levados muito a sério e discutidos por todos os envolvidos. ACIRP (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto), entidades de classe, câmara de vereadores e demais grupos interessados devem cobrar agilidade para que obras como estas saiam do papel.

Compartilhem e comentem a proposta com seus amigos e grupos de interesse. Simples reclamações via rede social nunca conseguiram nada. Cobranças em peso da sociedade são muito mais eficientes. Pense nisso.

Obrigado e nos vemos na próxima proposta.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Intervenções na avenida Costa e Silva (Ribeirão 2001)

Podemos definir quão eficiente é a mobilidade urbana de uma cidade pelo tempo que um cidadão leva para cruza-la, seja por transporte individual ou coletivo. Isso também se inclui para aqueles que estão chegando à cidade ou deixando-a. Uma boa transição entre vias de diferentes categorias pode fazer a diferença no deslocamento destas pessoas.

Uma alternativa utilizada em várias cidades é a construção de um anel viário, que ajuda com que os motoristas não precisem passar por dentro do perímetro urbano para seguir sua viagem e pode trazer agilidade aos moradores que precisem ir de um extremo a outro da cidade.

Contudo alguns especialistas alegam que um anel viário é apenas uma solução de curto prazo para um problema de longo prazo. Uma das principais críticas seria a de que a cidade poderia crescer alem da rodovia que a contorna, transformando-a em uma especie de "avenidona rápida".

Anel viário de Campinas - SP
Foto via: CBN Campinas

Pelo menos o de Ribeirão Preto, formado pelas rodovias Anhanguera, Antônio Machado Santana, Prefeito Antônio Duarte Nogueira e Alexandre Balbo, ainda possui trechos onde o tráfego flui de forma mais ágil (contorno Norte) e infelizmente trechos onde os congestionamentos locais começam a se misturar com o tráfego da rodovia (contorno Sul).

Por outro lado, muitos motoristas preferem passar por dentro de Ribeirão utilizando as principais avenidas. Um exemplo são as avenidas Costa e Silva, Francisco Junqueira, Maurílio Biagi e Célso Charuli, que em conjunto cruzam a cidade de norte à leste.

Rodovia Antônio Duarte Nogueira próximo ao
bairro Jardim Nova Aliança - contorno sul
Foto via: Google Street View
Avenida Francisco Junqueira
Foto via: Google Street View
Para que a travessia seja o mais rápida possível, estas vias precisam estar em plenas condições de receber todo este trânsito pesado. Destas avenidas citadas, apenas a Costa e Silva apresenta sérios problemas estruturais e de infraestrutura.


Avenida Costa e Silva / Silveira Martins

Esta via de ligação Norte / Centro possui aproximadamente 7 quilômetros de extensão, cruzando os bairro Campos Elíseos, Vila Mariana, Parque Industrial Tanquinho, parte da Vila Elisa, Vila Brasil e Parque Avelino. Seus pontos iniciais se dá na rotatória Amin Calil e terminando na rodovia Cândido Portinari, que dá acesso para Brodowski e Batatais.

Algumas pessoas costumam confundir a avenida Costa e Silva com a avenida Silveira Martins pelo fato de ambas serem paralelas. Na verdade a Silveira Martins tem seu início na Amin Calil e deixa de ser paralela à Costa e Silva nas proximidades da antiga empresa Cianê, seguindo assim pelo bairro Campos Elíseos até córrego Tanquinho. Ela segue como se fosse a "pista sul" da Costa e Silva.

Avenida Costa e Silva - traçado e pontos de interesse
Definições das avenidas Costa e Silva e Silveira Martins
Av. Costa e Silva sentido bairro-centro como pista única

Av. Costa e Silva sentido centro-bairro como pista dupla
Sendo assim a avenida passa a ser rota de entrada e saída de moradores e visitantes para Ribeirão Preto. Mesmo sendo uma via tão importante, os problemas existentes são preocupantes:

- Pavimento em péssimo estado: grande parte da avenida (assim como muitas outras da cidade) estão com seu asfalto tomado de buracos e imperfeições causadas por reparos mal feitos. Muitas vezes o motorista é obrigado a reduzir drasticamente a velocidade para desviar destes buracos, o que pode resultar em acidentes.

No últimos dois anos do mantado passado, apenas 180 metros de pista foram devidamente recapeados - e mesmo assim entregue de forma inacabada, sem a devida sinalização de solo. Mas o fato foi ainda pior: dias depois de recapeado o trecho, o Daerp abriu novamente o asfalto para corrigir um vazamento... do lado errado da via. De fato, são situações dignas de filmes comédia pastelão.

- Falta de sinalização adequada: trechos da avenida que passam pelos Campos Elíseos não possuem sinalização vertical (placas) e horizontal (pinturas de solo) de acordo com o tráfego local. Atualmente a via possui duas faixas de rolamento e pontos de estacionamento de forma mal distribuída ao longo do percurso.

- Canteiro central "invadido": tecnicamente o canteiro da Costa e Silva não deveria ter construções em sua extensão. Isso acontece entre as ruas Capitão Salomão e Patrocínio, alem de um pequeno trecho entre a rua Aliados e João Gilberto. Outro trecho bastante complicado fica entre as ruas Pernambuco e Flávio Uchôa, onde o transito sentido bairro-centro é desviado para a rua Buarque, terminando na rua Pernambuco e assim retornando para a Costa e Silva. As imagens abaixo ilustram um pouco este problema.

Mesmo sendo uma imagem do Street View de 2012,
o trecho com buracos e remendos ainda é o mesmo até hoje.
Rua Buarque usada pelos motoristas sentido bairro - centro e acesso à
Costa e Silva. Detalhe para a placa apontando o parque Tom Jobim para
a direção errada, induzindo o motorista ao erro. (o parque fica na região
norte da cidade, portanto a seta deveria apontar para a direita).
Tão logo o canteiro da Costa e Silva termina e sua continuação
passa a ser composta de imóveis diversos até a avenida Capitão Salomão

Incluído no Ribeirão 2001

Assim como casos da Rodrigues Alves e Capitão Salomão, a avenida Costa e Silva também foi citada no documento Ribeirão 2001.

Sobre o Ribeirão 2001: Foi criado na antiga gestão do ex-prefeito Antônio Palocci (1993-1996). Nele constam informações sobre projetos voltados para o crescimento econômico, politicas administrativas e programa de urbanização para a cidade de Ribeirão Preto. O arquivo está disponível na seção Downloads com link direto para o site oficial. Leitura recomendada para especialistas e simpatizantes das áreas de logística, mobilidade urbana e planejamento urbano.

Aviso: o blog Ribeirãotopia mantem uma posição totalmente apartidária, não fazendo nenhum apoio ao lado A, lado B, lado C ou qualquer outro lado da política. Todos os fatos apontados são para fins de conhecimento de projetos voltados para mobilidade urbana e planejamento viário que poderiam (ou podem) ser implantados em nossa cidade.

Trecho com citação de duplicação da Costa e Silva
Foto via: Ribeirão 2001 -  pág. 69 (documento)
ou pág. 35 (arquivo PDF)

Para a avenida é dada a seguinte solução:

"Médio Prazo:
A- Duplicação entre a Rua Flávio Uchôa e Rua Pernambuco;
B- Implantação de ciclovia na calçada de pista lado ímpar

Longo Prazo:
A- Desapropriação do canteiro central entre a Rua Patrocínio e Avenida Capitão Salomão ao longo da Rua Silveira Martins e Avenida Costa e Silva."

Lembrando que a duplicação entre a Flávio Uchôa e Pernambuco foi citada como uma das obras do - infelizmente - extinto Pacto pela Mobilidade, prometido na gestão anterior. Confira esta e outras intervenções prometidas no mapa Obras de Mobilidade - Ribeirão Preto.


Ideia utópica de hoje

Baseado nisso, a proposta de hoje é uma alternativa de revitalização total da avenida Costa e Silva. Algumas ideias foram acrescentadas ao projeto original. Tudo foi dividido nos tópicos a seguir:
  1. Desapropriação;
  2. Revitalização viária - veículos particulares;
  3. Revitalização viária - transporte público e ciclovias;
  4. Conclusão de duplicação;
  5. Revitalização da região - comércio e aparelhos de lazer;

1. Desapropriação

De todos está e uma das questões mais complexas. Não sabemos de fato se os imóveis existentes nesta região do canteiro da avenida são de fatos legais. São residências e comércios instalados em sua extensão de maneira possivelmente irregular. Caso sejam mesmo legalizados, por que outras regiões como o trecho entre a Capitão Salomão e rotatória Amin Calil também não possuem imóveis?

Novamente este processo exigirá um grande esforço do setor jurídico da prefeitura, para que consiga as desapropriações de forma mais limpa e ágil possível, onde ambas as partes saiam em vantagem. O processo também envolveria os imóveis existentes na região da rua Aliados. (clique nas imagens para ampliar)

Desapropriação - Entre Capitão Salomão e Patrocínio

Desapropriação - Entre Pernambuco e Flávio Uchôa

Desapropriação - Entre Schibuola e João Ribeiro

2. Revitalização viária - veículos particulares

Na proposta de Readequação Viária - Av. Silveira Martins, Costa e Silva e Capitão Salomão, foi citada parte desta revitalização. Nela estavam incluídas a total recuperação do pavimento, implantação da terceira faixa e reforço na sinalização vertical de destino e localização. A revitalização desta proposta incluiria toda a avenida Costa e Silva até as proximidades do viaduto João Paulo II.

Na projeção abaixo, refere-se ao trecho entre a avenida Capitão Salomão e rua Patrocínio separado por cinco subtípicos:

2.1 - Cruzamentos;
2.2 - Sinalização (horizontal, vertical e semafórica);
2.3 - Mobiliário urbano;
2.4 - Ciclovia;
2.5 - Lazer e meio ambiente.

Readequação avenida Costa e Silva / Silveira Martins
a partir da Capitão Salomão

Readequação avenida Costa e Silva / Silveira Martins
Visão geral

Readequação avenida Costa e Silva / Silveira Martins
Visão a partir da rua Patrocínio

2.1 - Cruzamentos

O número de cruzamentos foi reduzido de seis para cinco (a rua Ceará passaria a ter início na Silveira Martins ao inves da Costa e Silva) e o número de vias laterais subiria de duas para três, sendo uma via sem saída e uma via local (a travessa Amazonas não foi ilustrada na projeção).

Esquema dos cruzamentos e vias laterais
Cruzamento rua Goias com Silveira Martins e Costa e Silva.
Proposta já publicada no blog em junho de 2015

Cruzamento rua Amazonas com Costa e Silva e Silveira Martins

Cruzamento rua Anita Garibaldi com Silveira Martins e acesso
para a Costa e Silva. Cruzamento passaria a ser semaforizado.

Eliminação do cruzamento rua Ceará com Costa e Silva, sendo
mantido apenas via lateral com a Silveira Martins

Cruzamento rua Patrocínio com Silveira Martins e Costa e Silva

Acesso da Anita Garibaldi para a Costa e Silva por alça de saída

Cruzamento rua Amazonas com Costa e Silva. Criação de
conversão livre a esquerda 
Cruzamento rua Goias com Costa e Silva


2.2 - Sinalização (horizontal, vertical e semafórica)

As avenidas passariam a ter oficialmente três faixas de rolamento, o que será necessário reforço na sinalização horizontal das vias (faixas organizadoras de fluxo, marcações de área de conflito e linhas de bordo). Como o estacionamento passaria a ser proibido, a sinalização vertical (placa R-6c - Proibido parar e estacionar) será essencial para alertar os motoristas.

Faixas de pedestres também serão necessárias próximas a rua Ceará, acompanhadas de semáforos para pedestres e sinalização vertical (placa A-32b — Passagem sinalizada de pedestres).

A sinalização semafórica também passaria por mudanças, com a adição do sistema Onda Verde, identificação para daltônicos e temporizador. Como complemento, todos os semáforos contariam com placas de identificação de logradouro. Maiores detalhes sobre a Revitalização de Semáforos, confira a proposta no blog publicada em maio de 2016.

Setas organizadoras de fluxo, marcações de área de conflito
e linhas de bordo seriam adotadas em toda a via.
Faixa de pedestre com semáforo, sinalização vertical
e rampas de acessibilidade.
Semáforos com devida revitalização e placas
informativas de logradouros (nomes de ruas)
Sinalização vertical (placas) ajudam a orientar e alertar
motoristas sobre proibições demais eventos na via.

2.3 - Mobiliário urbano

Com o canteiro central liberado e calçadas readequadas com total acessibilidade, seria possível a implantação de mobiliário urbano como bancos, floreiras, lixeiras e placas de informação.

Lixeiras padronizadas ao longo da calçada

2.4 - Ciclovia

Outro uso para o canteiro central seria a implantação de uma ciclovia bidirecional, que será utilizada tanto para mobilidade quanto para lazer. Todos os cruzamentos seriam devidamente sinalizados para alertar os motoristas sobre a presença de ciclistas. Lembrando que a implantação de ciclovias foi citada em proposta no blog em setembro de 2016.

Para maior segurança aos ciclistas durante a noite, postes autônomos podem ser instalados junto a ciclovia. Estes postes funcionam por energia solar e possuem funcionamento automático (ligando e desligando conforme horário e luminosidade) alem de não terem fios, o que reduz os custos de manutenção e risco de furtos. Estes postes já foram citados na proposta de Readequação do parque Maurilío Biagi em agosto de 2015, Modernização de Praças em abril de 2016 e na Ideia Minuto #5 via página no Facebook.

Ciclovia devidamente sinalizada, trazendo segurança e
agilidade aos ciclistas

Postes de energia autônomos

2.5 - Lazer e meio ambiente

Apesar de grande parte dos imóveis as margens da avenida serem comerciais, também existem lotes residenciais próximos, principalmente nas imediações da rua Goias. Por isso foi pensado na construção de um playground no canteiro central nas esquinas da Costa e Silva com Goias. O local seria devidamente isolado com barreiras tipo grade e alerta na via quanto a presença de crianças.

Aproveitando o grande espaço disponível no canteiro, seriam plantadas árvores de médio e grande porte, de preferência frutíferas, para amenizarem os efeitos da poluição do ar e sonora causada pelo tráfego nas avenidas. Seria um novo corredor verde para a cidade.

Corredor verde de árvores ao longo do canteiro central.

Playground com equipamentos para crianças e
academia ao ar livre.

Gradis ajudam a dar mais segurança aos pedestres que
utilizarem o playground.

3. Revitalização viária - transporte público

Com aproximadamente cinco metros de largura, o canteiro central da avenida Costa e Silva poderia ser reduzido para acomodar ainda uma faixa exclusiva para ônibus. Mesmo com apenas três linhas servindo a avenida (210 - Simioni, 301 - Avelino Palma e 110 - Quintino I) podem ser estudadas novas linhas diretas ou expressas até o Centro.

Sinalização adequada para alertar sobre ponto de
parada de ônibus

4. Continuação de duplicação

Como foi explicado anteriormente, existe um trecho da Costa e Silva onde o motorista é obrigado a desviar para a rua Buarque e somente após converter a esquerda na rua Pernambuco ele voltaria para a avenida. Este trecho onde hoje predominam imóveis comerciais também seria desapropriado mediante acordo e assim a duplicação seria completada.

Detalhe para o cruzamento da rua Dom Pedro II que seria mantido, para uma futura extensão até a rua São Francisco, com ponte sobre a Via Norte. Proposta já debatida em junho de 2015

Duplicação da Costa e Silva entre rua Pernambuco e Flávio Uchôa
Necessárias desapropriações.

5. Revitalização da região - comércio e aparelhos de lazer

Os imóveis da Costa e Silva são formados em sua maior parte por estabelecimentos comerciais, grande parte deles voltados para revenda de automóveis e venda de peças automotivas. Esta configuração segue até a rua João Gilberto, onde passam a predominar galpões de prestadoras de serviços e pequenas indústrias. Já a região entre a Vila Elisa e Quintino II ainda é pouco explorada, que poderia ser explorada também por indústrias de pequeno porte.

Com as devidas readequações, a avenida poderia atrair novos espécies de comércios para a região, ajudando no processo de revitalização. Por ser uma área também residencial, moradores por meio de associações podem organizar eventos a fim de transformar a avenida em uma fonte de lazer aos finais de semana.

Por fim, algumas comparações de como a região é atualmente e como ficaria com as devidas intervenções:



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Todas estas ações transformariam uma região tão degradada como a avenida Costa e Silva. Assim como a zona sul possui suas belas avenidas de entrada como Castelo Branco e Presidente Vargas, a zona norte também pode ter seu belo cartão de boas vindas.

É um projeto ousado e beira de fato a utopia, mas que com esforço de todos os envolvidos (moradores, entidades e poder público) podem fazer este projeto deixar o papel e se tornar realidade. Compartilhe com seus amigos. Cobre de seus vereadores. Questione a prefeitura.


Obrigado e até a próxima proposta!


Links para pesquisa
Número de acidentes cresce em 2017 no Anel Viário em Ribeirão Preto, SP