terça-feira, 26 de julho de 2016

SCSI - Sistema de Coleta Seletiva Integrada

Atualização: 31/01/2017

A proposta de Ecopontos apresentada em junho de 2015 teve uma boa repercussão. Nela eu expliquei as vantagens de Ribeirão Preto ter espaços destinados para a coleta de galhos, restos da construção civil, lixo eletrônico, entre outros materiais inservíveis. Passado um ano, Ribeirão continua sem ecopontos, mas ganhou uma estrutura parecida e que está em caráter de testes: o projeto Caçamba Social.

Basicamente, são três caçambas localizadas em um ponto específico da cidade (preferencialmente locais com alto índice de descarte irregular de entulho) onde são depositados os materiais inservíveis pela própria população. A primeira unidade fica localizada na rotatória da avenida Patriarca com a avenida Pereira de Freitas, no Jardim Branca Sales. O projeto inclusive foi aprovado pela Câmara Municipal de Ribeirão. Alem deste projeto, está em estudo a implantação de um outro projeto chamado Eco Praça, parecido com o Caçamba Social, mas neste caso as caçambas serial posicionadas em praças com alto índice de descarte irregular. 

Caçambas do projeto Caçamba Social
Foto via: A Cidade

Apesar de todos os esforços da Coordenadora de Limpeza Urbana e de seu responsável na época, Marcelo Reis, o projeto apresenta falhas e ainda não seria o melhor para Ribeirão Preto. O Caçamba Social seria uma versão bastante simplificada de um Ecoponto e sem as garantias do mesmo. Entre as falhas estão:

- Posicionamento das caçambas em relação ao solo: muitas pessoas trazem os materiais em veículos com caçamba ou mesmo em carrinhos. Nos ecopontos as caçambas ficam em um nível mais baixo (por isso que o local onde os veículos param é acima do solo) facilitando o descarte dos materiais. As caçambas do projeto ficam muito altas e dificultam o descarte, o que acaba incentivando que pessoas deixem o lixo ao lado das caçambas;

- Demora na remoção dos materiais: em duas vezes que precisei ir até o local para descartar algum objeto, as caçambas estavam totalmente lotadas de resíduos, até transbordando e caindo no chão.

- Local afastado: as caçambas ficam localizadas no extremo da região oeste da cidade, o que torna o deslocamento de pessoas de outras regiões praticamente inviável. Das vezes que precisei ir as caçambas, apenas o fiz pois estava levando também materiais recicláveis para a cooperativa Mãos Dadas (que fica ao lado do Caçamba Social);

- Falta de divulgação: muitos moradores não sabem a existência das caçambas, o que acaba causando descartes irregulares até mesmo próximo a região da rotatória. A falta de educação da população é um fato, mas os esforços da prefeitura para orientar são bastante fracos.

E novamente a prefeitura de Ribeirão resolve atribuir culpados para a situação. Desta vez, culpou o preço do aluguel das caçambas praticado na cidade o motivo dos descartes irregulares na cidade.

Ponto de descarte próximo à Via Norte
Foto via: A Cidade
A reportagem da EPTV chegou a chamar o local de ecoponto, o que de fato este projeto não é. Colocar caçambas em praças públicas não irá resolver o problema! Sem o menor controle, no local serão descartados quaisquer tipos de materiais, entre eles lixo hospitalar, tóxico, orgânico e até mesmo animais mortos. Um ecoponto é uma estrutura devidamente fechada e planejada, que destina o material arrecadado para os devidos fins. No máximo estas caçambas infelizmente se tornarão uma lata de lixo de grandes proporções. Novamente afirmo que respeito o trabalho prestado pela CLU, mas existem fatos e atitudes que são impossíveis de se aceitar, sabendo que existem soluções mais eficientes para a cidade. Não podemos aceitar mais gambiarras.

Reciclagem e Cata-Trecos

Alem do projeto Caçamba Social, a prefeitura desempenha outros dois trabalhos voltados ao descarte de materiais. A coleta seletiva atende vários bairros da cidade em dias pré determinados e este material é levado para a cooperativa Mãos Dadas. Infelizmente a coleta seletiva não atende todos os bairros. Já o projeto chamado Cata-Trecos, seria um serviço onde o usuário liga para um número da prefeitura e agenda a remoção de algum item inservível com um móvel velho por exemplo. Neste caso, a pessoa vai precisar aguardar dias para então um caminhão da prefeitura passar pela rua marcada e levar o objeto. Cidades como Campinas e Sorocaba também utilizam o serviço.

Caminhão do Cata Trecos em Sorocaba - SP
Foto via: G1
Todas as iniciativas são boas, mas estamos falando de uma cidade com mais de 600 mil habitantes. A infraestrutura e organização para dar destino a estes materiais é pequena e não deve focar apenas em moradores de baixa renda (como dito na reportagem da EPTV parágrafos acima). Toda a cidade precisa ser atendida com eficiência. Quando a cidade possui um eficiente serviço de coleta seletiva, os benefícios são:
  • Reduzem a quantidade de descartes irregulares em praças e terrenos;
  • Equipes de limpeza podem ser deslocadas para áreas mais importantes e urgentes da cidade;
  • Facilitam o trabalho de catadores e cooperativas de reciclagem;
  • Diminui a quantidade de lixo domiciliar enviado ao aterro de Guatapará, economizando inclusive gastos com combustível e mão de obra;
  • Materiais como entulho podem ser transformados em outros materiais, gerando renda e economia para a prefeitura.

Ideia utópica de hoje

Ecopontos, cooperativas e recolhimento de inservíveis. Com base nestas demandas, desenvolvi um pré projeto chamado Sistema de Coleta Seletiva Integrada, ou abreviando, SCSI.

O SCSI é um conjunto de ações e estruturas integrados com o objetivo de agilizar o descarte e destinação de qualquer material classificado como inservível, reciclável ou resíduo da construção civil. Este sistema operaria de forma independente do sistema de coleta domiciliar convencional.


O sistema é composto de quatro partes fundamentais que serão explicadas na forma de tópicos:
  1. Ecopontos
  2. Cooperativas de reciclagem
  3. Ecocentros
  4. Campanha massiva de divulgação
1- Ecopontos

Proposta apresentada em junho de 2015. Um ecoponto seria um terreno adaptado para recolher podas e galhos de árvores, móveis velhos, resíduos de construção (no máximo 1 m³ por morador), lixo eletrônico, materiais recicláveis, pilhas, baterias, óleo usado de cozinha e remédios vencidos. A proposta inclui a construção de 27 ecopontos espalhados em cinco regiões da cidade.



Mapa com a possível localização dos Ecopontos.
Mais detalhes no link completo.

2- Cooperativas de reciclagem

As cooperativas de reciclagem são locais onde todo o material que pode ser reciclado (papeis, latas, vidros e metais) é devidamente separado em esteiras por cooperados e vendidos novamente a indústria em geral, sendo reaproveitado como matéria prima.

Atualmente apenas a Mãos Dadas opera na cidade, processando os materiais recicláveis recolhidos pela equipe da coleta seletiva municipal e por meio de um caminhão próprio da cooperativa. Mesmo passando por várias dificuldades vindas até da própria prefeitura, os cooperados continuam executando o trabalho na cidade.

Cooperativa Mãos Dadas em Ribeirão Preto
Foto via: A Cidade
Saiba mais: A Importância das Cooperativas de Catadores

A ideia seria a implantação de outras quatro cooperativas na cidade (Norte, Leste, Sul e Central), que em conjunto com os ecopontos, aumentariam a quantidade de material a ser reaproveitado e reciclado e agilizaria o trabalho do serviço de coleta seletiva e caminhões encarregados de limparem os ecopontos.

Mapa com as regiões definidas e atendidas pelas
cooperativas de reciclagem
3- Ecocentros

Os ecocentros são grandes locais aptos para receber e processar o material entregue nos ecopontos. Seria uma forma de centralizar serviços que já existem na cidade como a Usina de Reciclagem de Resíduos Sólidos, que fica na Via Norte na entrada do bairro Simioni.

Os ecocentros poderiam receber materiais inclusive de caçambeiros, evitando assim o descarte irregular deste tipo de resíduo. Outros processos podem ser executados nos ecopontos como o processamento de galhos e podas (transformando-os em abudo e reutiliza-lo em praças e canteiros), descarte correto de móveis e utensílios domésticos (doando-os ou destruindo-os de maneira correta) e qualquer outro material que precise de um destino adequado.

Por questão de logística, os ecocentros ficariam localizados próximos ao anel viário norte e sul, agilizando o deslocamento dos caminhões e ficando fora da área urbana.

Mapa com a localização aproximada dos Ecocentros

4- Campanha massiva de divulgação

Nenhuma destas ações e alternativas surtirá efeito caso a prefeitura, por intermédio da secretaria de meio ambiente, não realize uma campanha de grandes proporções divulgando os novos locais para descarte destes materiais. É comum ouvirmos pessoas jogarem lixo em locais públicos alegando que não conhecem outra forma de descarta-lo. Claro que isso não seria uma justificativa (manter a cidade limpa é dever de todos), mas quando a prefeitura mesmo não dá a devida atenção ao problema, sobram aborrecimentos.

Uma campanha massiva em escolas, condomínios, associações de bairros, comércio e industria apresentado todos os passos apresentados acima e dar total apoio na questão de dúvidas e sugestões que possam melhorar o sistema. Campanha através de sites, TV aberta e outdoors também ajudam aos moradores conhecerem o novo sistema. É um processo lento e demorado, mas que se bem executado, trará resultados bastante positivos e transformar Ribeirão em referência em relação a coleta seletiva de lixo.

Finalizando: PPP

Todos estes projetos presentes no SCSI poderiam ser facilmente inseridos na Parceria Público Privada do lixo em Ribeirão Preto e aprova-la de forma definitiva. Mas devido a tantas irregularidades e promessas um tanto improváveis em um real momento, até a presente dada nada foi resolvido ou finalizado. Infelizmente muitos planos acabam saindo da esfera técnica e caem na esfera política, onde tudo acontece na base de acordos e "parcerias".

----------------------------------------------------

Se você gostou da proposta, compartilhe! Junte o pessoal do bairro, da empresa, da escola, faculdade. Cobre de seu vereador. Ajude a divulgar o SCSI. É inadmissível que em pelo século XI ainda tenhamos dúvidas de como devemos tratar o nosso lixo.

Até a próxima postagem!


Links para pesquisa

terça-feira, 19 de julho de 2016

Extinção de valetas profundas

Atualização: 18/10/2018
Dica sugerida por Evandro Semighini (via Facebook)

--------------------------------------------------------------------------------------

Confesso de demorei para lançar esta proposta pois a princípio ela parecia algo simples, mas o problema não envolve apenas a estrutura em si, mas todo um sistema mais complexo e técnico. Por isso por base nas sugestões do Evando e outras realizadas via pesquisa, tentarei passar algumas ideias na proposta desta semana.

Costuma-se dizer que "obra embaixo da terra não dá voto", talvez seja este o motivo de poucos políticos destacarem ideias de projetos de infra-estrutura que fiquem fora da visão do cidadão e prefiram outras mais chamativas como uma nova avenida, viaduto, creche, posto de saúde entre outros. Mas o verdadeiro chefe do executivo com visão empreendedora sabe que obras de infra ajudam na redução de gastos da prefeitura e evitam futuros problemas. Por hora, gostaria de falar sobre as chamadas valetas.

Carro com dificuldade em passar por valeta em Araçatuba - SP
Via: Jornal Noroeste SP
Elas estão presentes em muitas ruas e cruzamentos dos municípios e sua função básica é direcionar a água da chuva para bocas de lobo ou mesmo para córregos ou rios. São mais comuns em vias locais mas não é dificil encontra-las em vias com alto fluxo de veículos. É nesta parte que as valetas começam a mostrar suas desvantagens.

Uma valeta mal planejada pode trazer grandes prejuízos aos motoristas que por ela passam como:
  • Danos aos pneus e suspensão do veículo, sejam carros de passeio ou veículos de carga ou transporte público, principalmente para veículos que passem por ela na diagonal em relação a via;
  • Riscos de quedas e acidentes a motociclistas e ciclistas;
  • Atrasa o fluxo da via, por conta da redução excessiva de velocidade;
  • Grande desconforto para passageiros, principalmente usuários de transporte público, devido aos solavancos causados ao passarem pela valeta.
E acredite, as valetas causam tantos prejuízos que são usadas até por bandidos para dificultar a chega da polícia em bairros da periferia de algumas cidades.

Valeta com buracos no bairro
Jardim Irajá em Ribeirão Preto
Foto via: G1

Raio X de uma valeta

As valetas, em teoria, teriam a função de direcionar as águas pluviais sem prejudicar a passagem de veículos pelo local. Com base em alguns modelos existentes, segue um esquema simples de como seriam as valetas adequadas (clique nas imagens para ampliar):


Mas na realidade estes tipo de valetas são bastante difíceis de encontrar, sendo que o modelo mais comum visto nas ruas é justamente as valetas profundas:


O ex-secretário de transportes internos de Piracicaba chegou a ser mais radical em dizer que as valetas não funcionam e atual mais como um mero placebo (pelo menos por parte da prefeitura) para resolverem a curto prazo um problema de longo prazo. Motivos que concordo com o ex-secretário.


Valetas em Ribeirão Preto

Em Ribeirão a situação não é diferente. É muito comum encontrarmos valetas totalmente fora das especificações técnicas. Entre os problemas estão:

  • Profundidade excessiva das valetas;
  • Pavimento gasto, provocando buracos em torno da valeta;
  • Falta de sinalização de advertência alertando sobre a presença de valetas (placa A-19 Depressão);
  • Recapes realizados próximos as valetas sem a adaptação da mesma, propiciando a criação de "degraus";


Como se não bastasse a falta de alternativas para as valetas e ausência total de manutenção das mesmas, já se foi ouvido da própria prefeitura de Ribeirão Preto que as valetas tem a função de "reduzir a velocidade dos veículos".

Eu mesmo não acreditei quando ouvi tamanho absurdo. Se a prefeitura quer reduzir a velocidade dos veículos, que se utilize dispositivos de Traffic Calming, que alem de cumprirem sua função, não danificam os veículos que por ali passagem. Esta resposta com certeza não veio de um profissional, mas sim de uma pessoa absolutamente despreparada em resolver os problemas da cidade.

Valeta acentuada em Piracicaba - SP
Via: Câmara de Piracicaba


Ideia utópica de hoje

Como disse no começo da postagem, as alternativas que serão propostas ajudam a resolver o problema das valetas profundas, mas que outras medidas mais complexas precisam ser executadas. Conforme o guia abaixo, as alternativas seriam:
  1. Criação de valetas adequadas em vias de baixo fluxo de veículos;
  2. Eliminação de valetas em vias de médio e alto fluxo;
  3. Tubulação sob o asfalto;
  4. Implantação de bocas de lobo;
  5. Bueiros inteligentes;
  6. Criação de uma plano de macro drenagem;
1- Criação de valetas adequadas em vias de baixo fluxo de veículos

Em locais que não compense financeiramente ou estruturalmente a instalação de bocas de lobo (mesmo eu acreditando que todas as esquinas devam te-las), é possível a criação de valetas eu via locais (preferencialmente residenciais) de forma que não prejudiquem o fluxo de veículos. Podem ser construídas usando blocos sextavados, paralelepípedos ou concreto, desde que sejam perpendiculares a sarjeta.

Valeta em rua do Ipiranga. Mesmo não sendo perpendicular,
a profundidade da mesma é bem mais suave
em comparação com outras espalhadas pela cidade.
Via: Google Street View
2- Eliminação de valetas em vias de médio e alto fluxo

Ruas com tráfego intenso não devem ter valetas por menor que seja sua interferência. Ruas como a Marques de Pombal nos Campos Elísios devem ser desimpedidas de qualquer elemento que provoque lentidão ou danos nos veículos que por ela passam. Para isso seguem as sugestões dos itens a seguir.

Valetas na Marques de Pombal próximo a praça Rômulo Morandi.
Inadmissível em uma via que inclusive é também corredor de ônibus
Via: Google Street View
3- Tubulação sobre o asfalto

Dica enviada pelo Evandro Semighini. Na esquina das ruas Barão do Amazonas com Prudente de Morais no Centro, foi instalado um cabo sob o pavimento no lugar de uma valeta convencional. Esta seria uma alternativa boa para ruas específicas.

Tubulação instalado como alternativa as valetas. Em destaque
a seta verde indica o bocal de saída do cano enquanto a
linha verde a trajetória do mesmo.
Via: Google Street View
4- Implantação de bocas de lobo

As bocas de lobo promovem a drenagem das águas até as galerias pluviais. Podem ser do tipo localizado nas guias ou nas sarjetas da via. Devem ser instaladas de forma a não acumular água e não prejudicar a travessia de pedestre (sendo instaladas antes da travessia para pedestres) e passagem de veículos, alem de impedirem que a água atravesse o cruzamento.



Esquerda um modelo de boca de lobo de guia - Direita: boca de lobo de sarjeta
Fotos via: Ebanataw
Instalação adequada das bocas de lobo em um cruzamento
Foto via: Ebanataw
A boca de lobo não deve ter uma abertura muito grande (para evitar a queda de pessoas, principalmente de crianças em situações de grandes enxurradas) e nem muito pequenas (para evitar que detritos como garrafas, papeis, latas e etc venham a entupir a entrada da boca de lobo).


Atenção: não confunda bocas de lobo com poços de visita ou poços de inspeção, que possuem tampas redondas e normalmente ficam no cruzamento das vias e calçadas. Estas estruturas servem para que funcionários possam entrar e fazerem a manutenção necessária.

5- Bueiros inteligentes

Aproveitando a ideia anterior, parece estranho permitir que lixo entre bueiro a dentro, provocando futuros entupimentos do sistema. Por isso cidades como São Paulo estão instalando os chamados bueiros inteligentes. Uma das medidas é instalar uma espécie de cesta dentro do bueiro chamados de Ecofiltros, evitando que este lixo caía na rede de drenagem. O sistema facilitaria sua limpeza e diminuiria os custos envolvidos no processo.

Ecofiltro instalado em bueiro de SP
Via: Revista Qual Imóvel
Funcionários fazendo a limpeza de ecofiltro em bueiro
Via: Prefeitura de São Paulo
Outra forma de acompanhar o estado dos bueiros é com a instalação de chips que detectam a situação atual da estrutura, alertando sobre entupimentos e prevenindo possíveis alagamentos.


6- Criação de um plano de macrodrenagem

Todas as medidas acima se tornarão mais eficientes caso a cidade bote em prática o Plano Diretor de Macrodrenagem, engavetado pela prefeitura desde 2009. A grosso modo estamos falando de saneamento básico, algo que envolve abastecimento de água, destinação de águas pluviais, coleta de lixo e rede de esgoto. Ele é composto por:
  1. Drenagem urbana convencional
    1. Sarjetas;
    2. Bocas de lobo;
    3. Galerias;
    4. Despejo em rios;
    5. Canalização de córregos.
  1. Técnicas de manejo sustentável
    1. Telhados ecológicos;
    2. Pavimento poroso;
    3. Valas e poços de infiltração;
    4. Microrreservatórios;
    5. Telhado reservatório;
    6. Restauração de margens;
    7. Faixas de infiltração;
    8. Reservatórios de amortecimento.
Para maiores informações, consulte o PDF direto do site Soluções para Cidades.

Vale lembrar que todas estas propostas precisam ser discutidas pela sociedade através de consultas e audiências públicas, de forma bastante clara e objetiva. O processo mais complicado seria adaptar as áreas já construídas da cidade e que não oferecem esta infraestrutura básica e cobrar de construtoras que os futuros empreendimentos imobiliários como loteamentos e condomínios, sigam a risca estas propostas, para não repetirmos os erros cometidos no passado.


Se você gostou da proposta, compartilhe com seus amigos, familiares e associação de bairros. Saneamento básico é direito básico de todos os moradores de uma cidade. Um debate técnico e sem meras promessas políticas é fundamental neste caso.

Até a próxima postagem!


Links para pesquisa
Valetas em ruas no bairro Jardim Virgínia causam prejuízos a motoristas
Manejo de águas pluviais urbanas (em PDF)
Planejamento de Sistemas Municipais de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais (em PDF)
UOL TAB - Desenhe sua cidade: proposta quatro - Bueiros Conectados
Sistema inteligente de monitoramento em bocas de lobo evita enchentes na região de Santana
Boca de lobo - Informações gerais

terça-feira, 5 de julho de 2016

Readequação viária - Avenida Caramuru e Alvaro de Lima / Rua Guatapará e Rui Barbosa / Rua José Bonifácio e Felipe Camarão

Atualização: 31/01/2017

Qualquer um que utilize carro, motocicleta ou ônibus devem ter notado que a frota de veículos de Ribeirão Preto parece ter aumentado nos últimos anos. E isso não é apenas impressão. Nos últimos treze anos, a frota de veículos da cidade mais que dobrou em comparação com a última medição realizada em 2003. Só de carros são quase 300 mil que circulam pelas ruas e avenidas de Ribeirão.

Apesar de termos uma frota com o porte de metrópole, não podemos dizer o mesmo da malha viária, que evoluiu pouco nos últimos anos. A cidade não investiu na construção de novas avenidas, pontes, viadutos, túneis, ciclovias, corredores para ônibus, o que deixa o transito de Ribeirão em uma situação a beira do colapso. As obras do PAC da Mobilidade, que foram bastante anunciadas em 2012, até hoje não saíram do papel.

Entrada do bairro Ribeirão Verde, aguardando duplicação
da avenida Antônio Mugnato Manincek
Foto via: G1

As novas estruturas fazem muita falta, mas as antigas também precisam de atualizações. Em postagens anteriores, lancei propostas que ajudariam a desafogar algumas regiões da cidade como a readequação do cruzamento da Av.Silveira Martins, Costa e Silva e Capitão SalomãoProlongamento da rua Dom Pedro II e São FranciscoConversão da Av. Dom Pedro I em mão única entre outras.

Hoje gostaria de falar de uma das regiões que tem apresentado bastante problemas de circulação, principalmente nos horários de pico. Como ela não possui um nome específico, chamarei-a de rotatória da Caramuru com Guatapará.

Vista aérea da região da rotatória da Caramuru
Foto via: Revista Agenda Ribeirão 2016
Parte da rotatória da Caramuru, visão da Saldanha Marinho
Foto via: Google Street View
A avenida Caramuru é um importante acesso que liga o Centro a vários bairros da zona oeste e sul como Jardim Sumaré, Alto da Boa Vista, Vila Virgínia (via João Fiúsa), Delboux e a diversos condomínios que margeiam a avenida. Já a rua Guatapará é uma das saídas da avenida Bandeirantes, entrada da cidade. Outras ruas que tem ligação com esta rotatória são José Bonifácio, Felipe Camarão e Rui Barbosa. 

Este emaranhado de ruas e avenidas podem parecer confuso a princípio, mas todos eles foram construídos numa época onde o trânsito da cidade era muito menor que os dias atuais. Para finalizar a região, temos parte da avenida Jerônimo Gonçalves e e Alvaro de Lima.

Região da Caramuru, José Bonifácio e Jerônimo Gonçalves
Foto via: Google Maps
Rotatória de acesso as avenidas Caramuru e Álvaro de Lima
Via: canal Aldo Passalacqua

Raio X da região

A explicação parecerá confusa, mas será a mais prática para que o leitor possa entender os problemas e mais adiante entender sobre o que se trata a proposta.

Origem 1: Rodoviária / Terminal de ônibus / avenida do Café
Destino: Avenida Caramuru
Rota: vira a direita pela Jerônimo Gonçalves, passando a Câmara dos Vereadores, vira a esquerda na Guatapará e a direita na Caramuru.

Origem 2: Avenida Caramuru / rua Itatiaia / Alto da Boa Vista
Destino: Avenida do Café, Francisco Junqueira, Rodoviária
Rota: segue até próxima as plataformas de embarque do lado direito, onde irá virar a esquerda e seguir pela Jerônimo Gonçalves.

Origem 3: rua Rui Barbosa
Destino: Caramuru
Rota: Cruza a José Bonifácio, vira a esquerda e entra na Guatapará a esquerda e depois a direita na Caramuru

Rotas mais utilizadas na região da Rotatória da Caramuru / José Bonifácio
Quem precisa ir a avenida Caramuru terá mais dificuldades, obrigando o motorista a dar mais voltas. E neste conjunto de avenidas, existe uma que permanece de forma subutilizada: a avenida Felipe Camarão, sendo que apenas parte dela é utilizada como retorno para quem precisa subir a rua Bernardino de Campos. O restante da via é pouco utilizada, sendo que muitos acabam preferindo seguir pela Jerônimo Gonçalves e fazendo uma conversão bastante acentuada a esquerda na Guatapará.

Outra avenida bastante subutilizada é a recém aberta Alvaro de Lima. A avenida que antes era uma das primeiras vítimas de enchentes, passou a ter mais valor depois da canalização do córrego. No sentido Centro-bairro ela é bastante utilizada, mesmo terminando na rua Primo Tronco. O mesmo não posso dizer da via sentido bairro-Centro, que permanece a maior parte do via vazia a ponto de andarilhos circularem e se instalarem nos arredores da rua Guatapará.

Avenida Álvaro de Lima
Via: canal Aldo Passalacqua

Ideia utópica de hoje

Observando estas questões, resolvi elaborar uma proposta de modernizar e readequar esta região baixa do Centro, com base de informações colhidas de forma empírica no local. Dentre as modificações estão:
  1. Duplicação da Felipe Camarão e José Bonifácio até a Caramuru;
  2. Inverter o sentido de direção das ruas Rui Barbosa (paralela ao córrego) e "antiga" Felipe Camarão;
  3. Cruzamento das ruas José Bonifácio, Felipe Camarão e Bernardino de Campos;
  4. Desativação do acesso da Saldanha Marinho à Caramuru;
  5. Desapropriação dos imóveis presentes na rotatória (opcional);
  6. Proibição de conversão a esquerda na Jerônimo Gonçalves com Guatapará;
  7. Reprogramação dos semáforos, eliminando e realocando os aparelhos conforme o novo traçado das avenidas;
  8. Implantação de ciclovia no canteiro da José Bonifácio.
A maquete volumétrica foi criada baseada em observações das imagens fornecidas pelo Google Maps e criada com o programa SketchUp. Seguem imagens da região atual e com as intervenções já realizadas:







1- Duplicação da Felipe Camarão e José Bonifácio até a Caramuru

Quando visualizamos as avenidas do alto, percebe-se que da região próxima as plataformas até a Caramuru existe a ausência de uma via sentido Centro-Bairro. A ideia seria estender a Felipe Camarão até a Caramuru com uma via de três faixas e canteiro com largura adequada para uma ciclovia. Com esta duplicação, os motoristas que descerem a Rui Barbosa, podem fazer a conversão a esquerda na própria avenida ao invés de irem até próximo ao córrego.

Assim os motoristas que precisarem acessar a Caramuru vindo da Alameda Botafogo ou Jerônimo Gonçalves, devem cruzar o córrego, virar a direita e seguir em frente.


2- Inverter o sentido de direção das ruas Rui Barbosa e "antiga" Felipe Camarão

Não faz sentido manter duas vias nas margens do córrego com o mesmo sentido de direção. Por isso os trechos correspondentes teriam inversão de sentido, dando maior propósito para a avenida Alvaro de Lima e ajudando a desafogar a avenida Caramuru.



3- Cruzamento das ruas José Bonifácio, Felipe Camarão e Bernardino de Campos

Este novo cruzamento exigirá uma nova programação nos semáforos, conforme esquema que apresentarei na ideia 7. Pinturas de solo e intervenções como tachões e barreiras irão ajudar a redimensionar o novo fluxo de veículos.



4- Desativação do acesso da Saldanha Marinho à Caramuru

O semáforo existente neste cruzamento seria removido e o acesso a avenida Caramuru seria fechado, uma vez que os motoristas teriam uma nova opção mais rápida e segura para chegarem a avenida. Assim a rua Saldanha Marinho teria este trecho transformando em acesso local com placa de Parada obrigatória na esquina da Caramuru ou mesmo o fechamento da via, com avisos de placas de Rua Sem Saída na esquina da Rui Barbosa;


5- Desapropriação dos imóveis presentes na rotatória (opcional)


Existem aproximadamente seis construções existentes na rotatória, próximas ao córrego, divididas entre residencias e comércios. A princípio elas seriam removidas e assim implantada uma pequena praça ou bolsão de estacionamentos.


6- Proibição de conversão a esquerda na Jerônimo Gonçalves com Guatapará


Esta esquina possui tráfego intenso, inclusive de ônibus, que poderão acessar a Caramuru pela duplicação da José Bonifácio. Desta forma, ficariam proibidas as conversões a esquerda.



7- Reprogramação dos semáforos, eliminando e realocando os aparelhos conforme o novo traçado das avenidas

Com as readequações, alguns semáforos seriam desativados. Alem do presente na Caramuru com Saldanha Marinho, existe um outro semáforo na Jerônimo Gonçalves próximo a esquina da continuação da Felipe Camarão. Neste caso, seria mantido apenas um semáforo e o outro seria removido.

A grande maioria dos semáforos da região seriam adaptados para três tempos, sendo:

1º tempo: vias na "horizontal" em relação ao mapa;
2º tempo: vias na "vertical" em relação ao mapa;
3º tempo: vias de retorno e algumas na "vertical".




8- Implantação de ciclovia no canteiro da José Bonifácio

A ideia seria ligar uma ciclofaixa que sairia do acesso da Plataforma I, passando pelo canteiro central da José Bonifácio e seguiria até o início da Caramuru, para uma futura rota cicloviária que possa ser criada. O trecho de conflito próximo as plataformas de ônibus merecem atenção especial, com a instalação de dispositivos que reduzam a velocidade e placas de orientação.


Peço desculpas caso as montagens não estejam no mesmo padrão das propostas anteriores. Como sempre expliquei ao final de postagens como esta, pode ser que minhas colocações sejam erradas, inadequadas ou até mesmo inviáveis. Mas devido a falta de discussão sobre o assunto, sempre as coloco para debate. O que não podemos aceitar é que um problema continue lá e ninguém se prontifique a propor uma solução.


Até a próxima postagem!