terça-feira, 31 de maio de 2016

Revitalização de Semáforos

Atualizada em 03/03/2024

Dica rápida: envie sua sugestão de proposta para o e-mail do blog: ribeiraotopia@gmail.com

----------------------------------------------------------------------------------

Em maio de 2015 publicamos uma postagem ilustrando os benefícios dos semáforos com temporizador e porque Ribeirão Preto deveria instala-los. Passados exatamente um ano, a única benfeitoria que os semáforos da cidade receberam foi a troca de 100% das lampadas tradicionais dos equipamentos pelas lâmpadas LED, que possuem melhor visibilidade e menor gasto de energia e manutenção.


Apesar de ser uma boa notícia, a situação dos semáforos em Ribeirão ainda está longe de ser a ideal. Frequentemente é possível ver condutores desrespeitando-os em qualquer horário do dia, seja em ruas mais calmas ou mesmo em cruzamentos com extremo fluxo de veículos. Em suma, não é dificil flagrar tais infrações ao longo do dia. O resultado destas imprudências todos já conhecem: acidentes de trânsito constantes e alguns com vítimas fatais.

No momento que escrevo esta postagem, a aproximadamente uma semana atras, um motoqueiro morreu ao ultrapassar um sinal vermelho, no cruzamento das ruas Rio Maroni com Porto Seguro no Ipiranga. Outro acidente igualmente trágico aconteceu em outubro de 2015, no cruzamento da Avenida Jerônimo Gonçalves com rua Guatapará. onde um mototaxista não respeitou o sinal vermelho e veio a colidir com um ônibus de fretamento. A passageira que o acompanhava morreu no local.

Alem das imprudências cometidas por motoristas e motoqueiros, com frequencia regular muitos destes semáforos apresentam defeitos e assim ficando totalmente desligados, prejudicando o trânsito e aumentando o risco de acidentes. Isso quando alguns apresentam problemas no mínimo bizarros, como este semáforo no cruzamento das avenidas Presidente Vargas com João Fiúsa, que ficou com as luzes verde e vermelhas acessas ao mesmo tempo.

Outro ponto que merece infeliz destaque são os semáforos dessincronizados. Em cruzamentos com dispositivos imediatamente próximos, está sendo bastante comum que os tempos de abertura e fechamento estejam fora de sincronia. Tal falha pode resultar em acidentes graves por conta de veículos que acabam fechando as vias adjacentes ou por motoristas pegos de surpresa com um semáforo que deveria ficar verde, mas que na verdade continua vermelho, sem falar na lentidão causada que prejudica o fluxo da via. 

Semáforo desligado no cruzamento da Francisco Junqueira
com Cerqueira Cesar em Ribeirão
Foto via: Vai e Vem da Vida
Semáforo com defeito em cruzamento de Ribeirão Preto
Foto via: G1.globo.com
Outro problema crônico são os constantes furtos de fios, deixando os equipamentos totalmente inoperantes em plena luz do dia. Um destes furtos aconteceu no cruzamento da alameda Botafogo com avenida do Café, um dos locais com maior fluxo de veículos da cidade. Os maiores culpados por estes furtos são usuários de drogas, que retiram o cobre presente nos cabos e os vendem em ferros velhos.

Cruzamento das ruas Martinico Prado
com Paraíso na Vila Tibério
Foto via: G1.globo.com
Resumindo, os principais problemas apontados são:
  • Desrespeito por parte dos motoristas;
  • Falta de energia;
  • Falta de manutenção;
  • Furtos constantes;
  • Falta de sincronismo entre os dispositivos.

Custos de manutenção e licitações

A RP Mobi (antiga Transerp) é o órgão responsável pela gestão do trânsito de Ribeirão Preto, apesar de nunca ter prestado contas sobre seus gastos mensais e de como é investido o dinheiro arrecadado pelas multas aplicadas na cidade. Em uma reportagem da revista Revide, o órgão alega ter gastado aproximadamente cerca de R$ 1,100 milhão apenas com o reparo de semáforos. Isso levando em conta apenas o primeiro trimestre de 2016. Segundo a Transerp, cada semáforo tem um custo estimado de R$ 37.000,00, um valor no mínimo bastante alto. Outro fato que chama a atenção é a abertura de licitação para a compra de 16 novos semáforos realizada pela prefeitura e não pela RP Mobi.


Nota RT: Isso faz com que a existência da RP Mobi seja bastante questionada perante sua função inicial. Quando utiliza os semáforos como única alternativa de curto prazo para tentar resolver os problemas de trânsito local, mostra total desconhecimento sobre as demandas em relação a melhorias no sistema viário. Alternativas como transformar a Transerp em uma secretaria de trânsito ou a criação da CET Ribeirãopretana poderiam minimizar os problemas de gestão da autarquia.

Outro lado que também merece ser repreendido são os motoristas, motoqueiros, ciclistas e pedestres de Ribeirão Preto. Muitos se aproveitam da falta de fiscalização e impunidade e insistem em desrespeitar o sinal vermelho. Semáforo não é mais garantia de transito seguro em Ribeirão Preto. Não estamos contando os casos e situações onde a pessoa os desrespeita na madrugada, alegando risco de assalto. Estamos focando nas infrações cometidas durante o dia, muitas vezes em horário de pico e em avenidas com grande fluxo de veículos. Continuem com este ato suicida e assim garantirão destaque nos principais jornais e telejornais, mais precisamente na seção acidentes de trânsito.

Desrespeito ao sinal vermelho no
Centro de Ribeirão Preto
Foto via: G1.globo.com
Lembrando que não existem apenas os semáforos como dispositivos de controle de tráfego disponível. Equipamentos como as mini-rotatórias, como já foram citadas na proposta de julho/2015 ajudariam a reduzir os riscos de acidentes e custos de manutenção da RP Mobi.

Enfim, a sinalização semafórica de Ribeirão precisa urgente de uma revitalização. E esta é a proposta de hoje.

Ideia utópica de hoje

Desta forma, seguem algumas mudanças que podem ser realizadas pra deixar o sistema de semáforos ribeirãopretano mais eficiente e que tragam benefícios e vantagens para o deslocamento diário de veículos e pedestres:
  1. Temporizadores;
  2. DNA Semafórico;
  3. Radares;
  4. Caixas de passagem reforçadas; 
  5. Sistema Onda Verde;
  6. Amarelo intermitente;
  7. Avisos sonoros;
  8. Tempo para pedestres;
  9. Adaptação para daltônicos.
1- Temporizadores

Proposta já apresentada em maio de 2015 aqui no blog. Em resumo, trata-se de contadores que indicam ao motorista quanto tempo falta para o semáforo libere o tráfego. Podem ser tanto em numerais quanto em pequenos sinais luminosos.

Semáforo com temporizador em Juiz de Fora - MG
Foto via: G1
2- DNA Semafórico

Este projeto foi lançado na capital paulista em 2012 e prevê a troca de toda a fiação antiga, instalação de nobreaks, criação de uma central de manutenção semafórica entre outros benefícios. Com isso, previne-se que semáforos fiquem desligados em casos de falta de energia e sejam detectados os que apresentarem defeitos, evitando em alguns casos o deslocamento de equipes até o local para realizar a manutenção. Alias este projeto foi usado de base para a criação deste proposta no blog.

Abaixo uma reportagem do Olhar Digital falando sobre a revitalização dos semáforos de São Paulo:



Nota RT: atualmente uma evolução do sistema de DNA Semafórico seriam os semáforos inteligentes, que permitiriam um melhor controle sobre os equipamentos baseados em sensores e câmeras nas principais avenidas.

3- Radares 

A mais polêmica de todas. Sinto informar que na atual situação do trânsito de Ribeirão, esta medida radical precisa ser adotada. O funcionamento é parecido com o de um radar convencional: são instalados dois fios com uma distancia média de 5 metros de distância. Baseado na velocidade que o veículo percorre entre um fio e outro, o sistema detecta que ouve ou não a infração. Cruzamentos com grande fluxo de veículos e os que apresentam grande numero de infrações teriam prioridade na instalação do dispositivo.

E para aqueles que alegarem o fator risco de assaltos, estes radares funcionariam das 6:00 até as 22:00.

Radares próprios para captar avanço de sinal vermelho
Via Jornal Cruzeiro do Sul


Saiba mais: Radares - Onde estão e como funcionam?


4- Caixas de passagem reforçadas

As caixas de passagem são recipientes metálicos onde são instalados todos os fios responsáveis pelo funcionamento do semáforo. Esta ideia visa diminuir a ocorrência de furtos da fiação dos equipamentos. Outra medida que previne tal crime seja a fiscalização de depósitos de sucata que compram este tipo de material. Depois do último surto de roubo a fios ocorrido em outubro de 2015, a policia civil tem intensificado a fiscalização em depósitos de sucatas que possam estar comprando estes fios de cobre.

Caixa de fiação para semáforos
Via: CBN Diário

5- Sistema Onda Verde

Ideia citada na proposta de Readequação e Continuação de Avenidas. A principal vantagem deste sistema é a melhor fluides do tráfego, evitando os constantes "anda e para" dos veículos. Uma vez programados para a velocidade específica da via, um motorista que a segue consegue pegar um grande número de sinais abertos.

Semáforo com sistema Onda Verde em Santarém - Pa
Foto via: TV Tapajós
6- Amarelo intermitente

Normalmente os motoristas reduzem a velocidade ao cruzarem por semáforos com a luz amarela intermitente, resultado de um problema de manutenção. Mas a medida de manter alguns semáforos neste estado tem sido implantadas inclusive na capital paulista durante a madrugada. A ideia é que o motorista se aproxime com atenção do cruzamento, evitando parar no mesmo, prevenindo acidentes ou assaltos. Em Ribeirão o projeto chegou a ser indicado para votação, mas até hoje nada foi de fato implantado.

Semáforo com amarelo intermitente.
Via: Autoentusiastas

7- Avisos sonoros

São semáforos que emitem sinais sonoros voltados para deficientes visuais. O semáforo funciona da seguinte forma: um som intermitente, enquanto o verde para o pedestre estiver aceso e outro intermitente mais rápido, quando o vermelho piscante para o pedestre for ativado e indica que o tempo de pedestre está acabando. A medida não apenas traz mais segurança ao pedestre como é uma forma de integração social.

Outro dispositivo criado para acrescentar mais autonomia ao pedestre deficiente visual e idosos foi criado em Curitiba. O usuário aproxima um cartão junto ao sensor presente no semáforo, liberando sua passagem dentro de poucos segundos.

Sistema permite a travessia de idosos e
deficientes visuais mediante um cartão especial
Foto via: UOL Notícias Cotidiano

8- Tempo para pedestres

Em muitos cruzamentos o fluxo de veículos é tão intenso que os pedestres não conseguem realizar a travessia, visto que poucos motoristas acabam respeitam sua travessia. Por isso a instalação de semáforos de tempo único para os pedestres se faz necessária. Com isso o dispositivo passa a ter três tempos, sendo um deles apenas para os pedestres. As duas vias cruzantes permanecem com os semáforos fechados. Em Ribeirão Preto os semáforos da Avenida Dom Pedro I e alguns dos cruzamentos das ruas Florêncio de Abreu com José Bonifácio / Jerônimo Gonçalves já contam com este tempo extra.

Semáforo para pedestres em João Pessoa - PB
Foto via: Ônibus da Paraíba
Vale lembrar que os semáforos únicos para pedestres também devem ser instalados em pontos onde apenas a faixa de segurança não é suficiente para garantir uma travessia segura. São semáforos que possuem botoeiras que ao serem acionadas, em poucos segundos a luz verde libera a travessia. Agradeço ao frequentador da page Gabriel pela dica.


9- Adaptação para daltônicos

Entre todos os que cruzam com semáforos, existe um grupo de pessoas que apresentam mais dificuldade para conseguir interpreta-los. Estamos falando dos daltônicos. O Daltonismo é um distúrbio visual que provoca dificuldade de seu portador em reconhecer algumas cores, entre elas o verde e o vermelho. Adaptar os semáforos para que estas pessoas possam melhor entende-lo é questão de acessibilidade garantida.

Semáforo adaptado para daltônicos em
São Bernardo do Campo - SP
Via ABC do ABC


Saiba mais: CET adapta semáforos de São Paulo para daltônicos

A adaptação é simples: uma faixa refletiva branca é adicionada na altura da luz amarela. Assim é possível ver a luz refletida na faixa branca, facilitando o entendimento do motorista sobre qual sinal estará ativado. Existem outras adaptações onde são usadas letras ou formas geométricas, mas que demandam um custo maior de adaptação. Obrigado ao seguidor Evandro Semighini pela dica.

____________________________________________

Percebeu o quanto um simples semáforo pode ser modernizado e revitalizado? Considerando o porte de Ribeirão Preto, tais melhorias já passaram da hora de serem instalados. Então da próxima vez que um vereador divulgar de forma excessivamente comemorativa a implantação de um semáforo, não se empolgue e mostre este artigo para ele. Exija menos populismo e mais profissionalismo. Não entendeu? Pesquise por postagens antigas na página do Ribeirãotopia no Facebook e entenderá.

Obrigado pela audiência e nos vemos na próxima publicação.


Links para pesquisa
Sinalização semafórica (em PDF)

terça-feira, 24 de maio de 2016

Readequação da ciclovia Via Norte

Atualização: 30/01/2017

Bastante conhecidas em cidades pequenas e despontando nas grandes cidades e capitais, a bicicleta tem ganhado destaque nos últimos anos como alternativa para transporte de uso diário, sendo vantajosa economicamente (custo de manutenção baixo e zero consumo de combustível) e ecologicamente correta (não emite poluentes).

Mesmo com estas vantagens, muitas pessoas ainda tem receio de usar a bicicleta em sua rotina, devido ao desrespeito no trânsito por parte dos motoristas e motoqueiros em ruas e avenidas. Dividir o espaço que antes era predominantemente dos carros com as bicicletas ainda é algo que muitos motoristas não aceitam. Felizmente existe uma estrutura que pode auxiliar os ciclistas em seus deslocamentos; as ciclovias.

Ciclovia em Santos-SP
Via: Buskaki News
Saiba mais: A história das primeiras ciclovias do mundo

As ciclovias não são algo recente na história da mobilidade urbana. Existem registros das primeiras já em 1896, precisamente na cidade de Utrecht na Holanda. Nos Estados Unidos, a primeira surgiu no Brooklin em 1894. No Brasil, a primeira ciclovia foi implantada na cidade de Belém - PA, assim como o primeiro plano cicloviário projetado na década de 80.

Ciclovias são vias separadas do tráfego físico motorizado que pode ser tanto unidirecional (em apenas um sentido) ou bidirecional (nos dois sentidos). Sua principal função é dar agilidade e segurança aos ciclistas em seus deslocamentos. É comum as pessoas confundirem ciclovia com ciclofaixa, que apesar te terem o mesmo propósito, suas estruturas são diferentes. Enquanto a ciclovia é totalmente separa do tráfego, a ciclofaixa é pintada no chão sem nenhuma separação física.

Foto via: Ideias Green
Ciclovia em Sorocaba - SP
Foto via: Mobilize
Ciclofaixa em Francisco Beltrão - PR
Foto via: prefeitura de Francisco Beltrão
Saiba mais: Ciclovia, ciclofaixa, ciclorrota e espaço compartilhado

As ciclovias ganharam bastante destaque nos últimos anos principalmente em São Paulo. Segundo a CET, estão previstas até o final de 2016 a implantação de 400 km de ciclovias na capital paulista. Mas de todas existentes, a mais famosa e também polêmica é a ciclovia da Avenida Paulista, uma das avenidas mais importantes do país. 

Muitas cidades brasileiras tem investido na construção de ciclovias e elaboração de planos cicloviários eficientes. Mas nem todas vem esta tendência com prioridade.

Ciclovias em Ribeirão Preto

Com uma frota em sua grande maioria formada por carros, as ultimas administrações tem investido pouco ou quase nada em infraestrutura cicloviária. Ribeirão possui parcos 10 km de ciclovias implantadas e em pontos bastante dispersos uma das outras, impossibilitando conexões entre si. Para efeito de comparação, Sorocaba, que possui porte semelhante de Ribeirão, possui aproximadamente 115 km de ciclovias. Não é atoa que a cidade já foi inclusive comparada a Bogotá na Colômbia.

Ribeirão possui um Plano Cicloviário apresentado em 2007, engavetado a muitos anos pela Câmara de Vereadores e que dificilmente é discutido entre os mesmos. Até mesmo projetos como o Ciclovia Entre Rios perderam a força, por mais bem estruturada que seja a proposta apresentada.

Trecho da ciclovia Vila do Golf
Foto via: Bike Ribeirão
Saiba mais: Sistema Cicloviário de Ribeirão Preto e 2007 (em PDF)

Vale lembrar que eu não incluí na conta o projeto Ciclofaixa de Lazer, disponível todos os domingos das 7:00 as 14:00, ligando os parques Curupira até o Luiz Carlos Raia. Não incluí pois esta se trata de uma estrutura utilizada unicamente para lazer. Para quem precisa usar a bike em seus deslocamentos diários, o jeito é "conviver" com o pesado trânsito da avenida Maurílio Biagi. E mesmo assim, por ter cones em toda a sua extensão, ela seria considerada uma ciclovia operacional (uma vez que ela é "desmontada" ao final do período).

Como a prefeitura não disponibiliza um mapa com a localização das poucas ciclovias ribeirãopretanas, criei o blog Bike Ribeirão. Nele é possível ver os estabelecimentos comerciais onde é permitido trancar sua bicicleta com segurança, alem de um mapa desenvolvido indicando os locais onde existem ciclovias.

Ciclovia da Via Norte

Com aproximadamente 6 km de extensão e inaugurada em abril de 2012, a ciclovia da Via Norte é considerada a primeira ciclovia realmente implantada em Ribeirão Preto. Começando na entrada da Vila Tibério (próximo ao Carrefour), passando nas margens do córrego e cruzando bairros como Ipiranga, Vila Albertina, Jardim Jandaia, Manincek e terminando na entrada do Simioni, a ciclovia da Via Norte tem se mostrado uma alternativa para ciclistas destes bairros chegarem próximos ao Centro.

Totalmente segregada do tráfego, seu pavimento feito de concreto traz um pouco de agilidade e conforto para quem precisar usar a estrutura. As arvores ajudam a deixa o ambiente mais ameno e reduzem o calor vindo do tráfego pesado da via rápida. Alias, não apenas ciclistas a usam. Por ser também um parque linear, os praticantes de caminhadas, corridas e até mesmo alguns pescadores se aventuram a pescar nas margens do córrego também a utilizam.

Ciclovia da Via Norte em Ribeirão Preto
Foto via: Folha
Na época a ciclovia foi inclusive utilizada pela prefeita Darcy Vera, pedalando por poucos metros, apenas para caráter demonstrativo de inauguração. Na prática, acredito que a prefeita nunca mais tenha utilizado a ciclovia para deslocamento algum.

Passados quatro anos de sua inauguração, a ciclovia tem recebido pouca atenção da administração atual. Os problemas apresentados são constantes; alguns são resolvidos temporariamente, outros sequer foram resolvidos:
  • Ausência de barreiras de proteção: em alguns trechos da ciclovia, o ciclista fica a menos de um metro do barranco que o separa do córrego. Grande risco de quedas, inclusive fatais. Alem de barreiras isoladas em diversos pontos da ciclovia;
  • Mato alto constante: por mais que a Coordenadoria de Limpeza Urbana se esforce, constantemente os frequentadores da ciclovia reclamam do mato alto nas margens do córrego. O que nos leva a outro problema;
  • Roubos e assaltos: mesmo durante o dia, são vários os relatos de roubos e assaltos a frequentadores da ciclovia. Alem da constante presença de andarilhos e usuários de drogas, principalmente na região próxima ao retorno do Carrefour;
  • Lixo e mais lixo: nem mesmo a ciclovia escapa do descarte irregular de lixo causado por moradores. São sofás velhos, restos de construção e até mesmo lixo doméstico são encontrados. O risco de material cortante como vidro quebrado pode inclusive provocar acidentes ou danos as bicicletas;
  • Falta de segurança nos cruzamentos: pontos como a entrada da ciclovia sentido Centro-Bairro, cruzamento com a avenida Thomas Alberto e ponto de saída Bairro-Centro não oferecem nenhuma segurança ao ciclista. Motoristas ignoram a sinalização, colocando em risco o ciclista e demais usuários da ciclovia;
  • Sinalização inexistente: não existem placas que indiquem os bairros próximos ou mesmo as ruas que a ciclovia faz cruzamento;
  • Falta de iluminação: na condição atual da ciclovia, não é recomendado usar-la a noite visto que todos os motivos apontados acima são agravados.
Mato alto ao longo da ciclovia
Foto via: Folha
Proximidade da ciclovia ao córrego
Foto via: Bike Ribeirão
Fim da ciclovia da Via Norte. Nenhuma faixa ou transição
Foto via: Bike Ribeirão
Saiba mais: Avaliação Ciclovia da Via Norte (Bike Ribeirão)

Quando a administração atual irá entender que um bem público precisa de adequações e manutenção depois de inaugurados? Usar uma obra apenas para publicar fotos bonitas em blogs ou redes como o Facebook são atitudes típicas de políticos populistas que nunca mais passam sequer perto destas obras. 

Ideia utópica de hoje

A proposta da semana é a readequação da ciclovia da Via Norte, acrescentando estruturas e melhorias que possam deixar a região mais atrativa e melhor utilizada pela população. Seguem abaixo:
  1. Muretas de concreto;
  2. Postes autônomos de energia:
  3. Áreas de descanso;
  4. Reforço na sinalização em cruzamentos;
  5. Placas de localização e destino;
  6. Patrulhamento por bike e câmeras de segurança;
Novamente são adições em sua maioria simples, mas que para a prefeitura de Ribeirão, são verdadeiras utopias. Seguem em detalhes:

1- Muretas de concreto

Com altura mínima de 1 metro, as barreias evitariam a queda de ciclistas no córrego sem comprometer seu total acesso (em caso de veículos que venham a cair no córrego em virtude de acidentes). Em locais com curvas, serão instalados marcadores de alinhamento refletivos, que dariam segurança visual ao ciclista.

Projeção de muretas em trecho da ciclovia
Foto via: Acervo
2- Postes autônomos de energia

Eles já foram citados em propostas de abril, agosto e setembro no blog. Os postes autônomos seriam instalados ao longo da ciclovia, não tendo problemas com fios, custo de energia e aumentariam a sensação de segurança dos frequentadores.

Projeção de postes autônomos em trecho da ciclovia
Foto via: Acervo
3- Áreas de descanso

Em toda a extensão da ciclovia, não existem bancos, lixeiras ou sequer um pequeno espaço para descanso de ciclistas e caminhantes. Seriam pequenos pontos instalados a cada 1 km com torneiro ou bebedouro, bancos, mesas e totem para reparos de bicicletas, como os já existentes nos parques Curupira e Luiz Carlos Raia.



Modelo de Área para Descanso e
sua disposição ao longo da ciclovia
Criado no SketchUp e Photoshop
Foto via: acervo
4- Reforço na sinalização em cruzamentos

Os pontos de entrada e saída da ciclovia receberiam sinalização reforçada, trazendo mais segurança ao ciclista. O trecho de entrada próximo ao retorno da avenida Helena Zerrener já foi citado na proposta de fevereiro de 2016, junto com a criação de um viaduto da Zerrener com Via Norte. Para o lado oposto (entrada do Simioni) o correto seria a implantação de uma ciclovia que adentrasse o bairro. A passagem passaria a ter uma lombofaixa ou semáforo do tipo botoeira onde o ciclista o acionava, dando tempo suficiente para a travessia. O mesmo valeria para a travessia da avenida Thomas Alberto.

Lombofaixa em travessia próxima a ponte em São Paulo
Foto via: Vá de Bike
Projeção de uma "futura" ciclovia com
sentido ao Simioni - Lombofaixa - Possível
continuação da ciclovia Via Norte
Montagem de travessia elevada (lombofaixa)
e extensão da ciclovia até o Simioni
5- Placas de localização e destino

Junto deste cruzamentos, seriam instaladas placas com indicação para avenidas e bairros próximos. Isso é fundamental para quem utiliza a bicicleta para trabalho ou mesmo queira conhecer a cidade. Pequenas indicações de qual quilometro o ciclista está ajudam a ter ideia de quanto falta para a ciclovia terminar.

Projeção de placa de destino próximo a cruzamento
Foto via: Acervo
6- Patrulhamento por bike e câmeras de segurança

Por fim e muito importante, o patrulhamento ostensivo. Guardas Municipais (GCMs) e Policia Militar fariam a ronda seja por motocicleta (no caso o pessoal da Rocam) o mesmo por bicicletas. Isso incentivaria inclusive aos frequentadores da ciclovia a denunciarem por pessoas com atitudes suspeitas. Nas regiões da ciclovia com maior risco de assaltos, a presença de câmeras de segurança ao estilo Olhos de Águia, inibiria a ação de bandidos para com os usuários da ciclovia.

GCMs em patrulhamento em ciclovia de Curitiba-PR
Via: Lobi
Saiba mais: Policiamento com bicicletas - como criar uma unidade de patrulha (em PDF)

Antes de finalizar, acrescento um adendo: pode parecer exagero algumas das ideias, visto que estamos falando de uma ciclovia, onde o mais importante é o pavimento e sinalização em si. Mas neste caso a região também é considerado um parque linear, onde é comum vermos pessoas caminhando e utilizando o local para atividades físicas ou mesmo para passeio. Portanto um parque que se prese precisa de um mínimo de infraestrutura para ser atraente e útil ao seu propósito.

Se você utiliza a ciclovia da Via Norte, seja para trabalho ou lazer, ajude a divulgar a proposta. Muitos vereadores e inclusive a prefeita podem ter se esquecido desta região. Mas assim como este blog e boa parte de seus frequentadores, eles não se esquecem.

Até a próxima postagem!


Links para pesquisa
História das Ciclovias (em PDF)
A importância da ciclovia da Avenida Paulista
Como os holandeses conseguiram suas ciclovias

terça-feira, 17 de maio de 2016

Readequação e continuação de avenidas

Atualização: 19/11/2019

Dica rápida: todas as propostas são divididas em Introdução, Desenvolvimento e Conclusão para que o leitor possa entende-las de forma clara e completa.

As avenidas são vias arteriais utilizadas como ponto de ligação entre outras ruas importantes da cidade e bairros distantes ou importantes. Toda cidade possui pelo menos uma grande avenida, muitas vezes local onde se concentram a maior parte dos estabelecimentos comerciais com maior fluxo de pessoas. No Brasil temos várias famosas como a Avenida Paulista em São Paulo,  a Avenida Brasil no Rio de Janeiro entre outras. No mundo também temos avenidas bastante conhecidas como a Quinta Avenida em Nova Iorque, a Champs-Élysées na França ou mesmo a Sheikh Zayed Road em Dubai. Todas tem sua importância seja histórica, econômica ou turística.

Avenida Paulista em SP, principal ponto financeiro da capital
Foto via: Folha
Uma avenida quando bem projetada pode diminuir as distancias entre bairros, mesmo eles estando afastados, agilizando o trânsito de veículos, transporte público e pedestres. Quanto maior a velocidade da via, maior deve ser o fator mobilidade (como é o caso das vias expressas) e quanto menor a velocidade da via (caso das vias locais), maior deve ser o fator de acessibilidade. O sistema arterial fica justamente no meio deste gráfico, mostrando que uma avenida deve atender na devida proporção tanto o tráfego intenso como o deslocamento de pedestres.

Gráfico de classificação de vias
Via: Transito Ideal

Avenidas em Ribeirão Preto

Ribeirão Preto possui muitas avenidas importantes tanto em importância econômica quanto mobilidade urbana. Abaixo listarei algumas delas:
  • Região Norte: Av. Marechal Costa e Silva, Av. Dom Pedro I, Av. Brasil, Av. Mogiana;
  • Região Oeste: Av. do Café, Av. Bandeirantes, Av. Luzitânia, Avenida Pio XII;
  • Região Sul: Av. Presidente Vargas, Av. Independência, Av. João Fiúsa, Av. Wladimir Meirelles Ferreira;
  • Região Leste: Av. Treze de Maio, Av. Castelo Branco, Av. Maurílio Biagi, Av. Barão do Bananal;
  • Compõe o chamado Quadrilátero Central: Av. Jerônimo Gonçalves, Av. Francisco Junqueira, Av. Independência e Av. Nove de Julho.

Parte destas avenidas tem ligação do Anel Viário com o Centro da cidade, como é o caso das Dr. Celso Charuli/ Maurilio Biagi/ Francisco Junqueira (ligação Leste-Centro), avenida Costa e Silva (ligação Norte/Centro), avenidas Luiz Galvão Cesar/Dom Pedro I (ligação Noroeste-Costa e Silva), avenida Presidente Vargas (ligação Sul até a Independência) entre outras junções importantes.

Avenida Presidente Vargas sentido Bairro-Centro
Foto via: Mais Ribeirão
Grande parte das avenidas de Ribeirão possuem sua importância, seja ela histórica (Av. Nove de Julho e Jerônimo Gonçalves), comercial (Av. Francisco Junqueira e Dom Pedro I) ou como novos pontos de interesse financeiro (Av. Maurílio Biagi e Wladimir Meirelles).

Raio X das avenidas de Ribeirão

Comparada com outras cidades, Ribeirão possui um parcelamento do solo bastante regular conforme apontado no relatório de Mobilidade Urbana de Ribeirão Preto (capítulo 4.3 A morfologia urbana e a micro acessibilidade, página 71 a 78). Isso ajudou bastante na forma de desenvolver e planejar as futuras avenidas da cidade.

Por padrão, as avenidas ribeirãopretanas seguem a temática abaixo:
  • Possuem vagas para estacionamento;
  • Média de duas faixas de rolamento de 3 metros de largura aproximadamente;
  • Canteiro central arborizado com média de 5 metros de largura.
Site: StreetMix

Observação: este é um padrão médio e não total. Algumas avenidas como a Dom Pedro I, Brasil e Quito Junqueira não possuem canteiros centrais, enquanto outras como a avenida Saudade alem de não terem os canteiros, são vias de mão única.

É comum ouvir de pessoas que veem visitar a cidade elogiarem estas avenidas, principalmente na questão de vegetação, visto o porte de muitas destas árvores, formando uma espécie de corredor verde quando vistas do alto ou ao horizonte. Fato é que precisamos aumentar o número de áreas verdes da cidade e as avenidas ajudam a complementar esta demanda.

Mas infelizmente nos últimos anos, Ribeirão tem investido pouco na construção de novas avenidas. Na administração anterior, apenas a avenida Henry Nestlé foi entregue juntamente com seu viaduto, ligando-o com a rotatória da praça Winston Churchil, por sua vez ligada a avenida Presidente Kennedy, projeto este aguardado pelos moradores da zona leste a bastante tempo. Lembrando que este viaduto e avenida foram entreguem de forma definitiva em 2012.


Deste ano até fatos atuais, nenhuma grande obra foi realizada. A falta de agilidade da prefeitura em se tratando de infraestrutura, nos leva a outro caso de outra obra que vem se prorrogando por anos: a duplicação da avenida Antônia Mugnato Manincek. O projeto foi acrescentado junto ao PAC da Mobilidade, mas devido a várias denuncias sobre a forma utilizada na licitação (o polêmico RDC; Regime Diferenciado de Contratação) a obra foi sendo adiada e pelo visto, ainda não tem data para ser concluída

Avenida Antônia Mugnato Manincek antes das
obras de duplicação.
Via: ACidade ON
Atualização 04/10/2019: a duplicação da avenida já foi de fato concluída e liberada ao tráfego, com a construção de calçadas, colocação do mobiliário urbano e faixa preferencial para ônibus. No entanto a entrega definitiva apenas irá ocorrer quando o acesso da avenida com a rodovia Anhanguera for implantada, o que ainda não possui prazo para conclusão. Contudo isso não impede que o fluxo da Mugnato possa seguir de forma tranquila e ágil.

Avenida Antônia Mugnato Marincek com
duplicação concluída
Via: G1 / Prefeitura de Ribeirão Preto
O complexo Ribeirão Verde cresceu de forma muito rápida, mas sua infraestrutura viária não acompanhou este ritmo. O resultado são os constantes congestionamentos na entrada para estes bairros, colocando em risco a segurança de motoristas, ciclistas e pedestres, alem de prejudicar a rotina das pessoas dependentes do transporte público. O projeto a ser entregue prevê a construção de uma avenida com canteiro central e ciclovia, calçadas e espaço para a implantação dos futuros corredores estruturais de transporte.

Outro problema recorrente da falta de atenção ao sistema viário são avenidas que terminal em "lugar nenhum", gerando assim gargalos de tráfego nos horários de pico. Estas avenidas inacabadas são bastante comuns nas regiões norte e oeste da cidade. Caso estas avenida recebessem a sua devida continuação, podem ajudar a desafogar outras ruas antes utilizadas, agilizando desta forma o trânsito destas regiões.

Ideia utópica de hoje

A proposta da semana visa as avenidas de Ribeirão Preto, separando em dois tópicos:

  • Readequação de avenidas existentes;
  • Ligação de avenidas inacabadas;

Todas as ideias foram desenvolvidas por base de observação e sugestões de membros do fórum Skyscrapercity de Infraestrutura e Transporte. Vejo como mudanças urgentes que precisam ser estudadas e realizadas pela Secretaria de Infraestrutura de Ribeirão o quanto antes. Esta lista poderá passar por atualizações.


1- Readequação de avenidas existentes

Ao longo dos anos as avenidas precisam se adequar ao tráfego atual, mesmo que tais medidas sejam impopulares por parte da população. É o caso da remoção das vagas de estacionamento das avenidas Francisco Junqueira, Meira Júnior e Independência na época. Visto que grande parte das lojas já possuem recuo frontal para estacionamento, não faria mais sentido manter tais vagas nestas avenidas.

Claro que parte dos comerciantes reclamaram, alegando que a remoção de vagas traria prejuízo ao comércio, fato desmentido meses depois, visto que o comercio nestas regiões continua estável e até mostrando novas oportunidades de negócio (como a Independência, com o surgimento de novos pontos gastronômicos). Conforme disse em postagens posteriores, muitas destas vagas eram utilizadas pelos próprios comerciantes e funcionários destas lojas. Isso é fato.

Avenida Francisco Junqueira
Via: ACidade ON

Observação rápida: ao fazer a busca por Avenida Francisco Junqueira no Google, a grande maioria das imagens são de acidentes ocorridos nesta via. Será que a Transerp está atenta a isso?

A readequação foi dividida em oito pontos e ela envolveria:

1a- Recapeamento total: com exceção das avenidas Francisco Junqueira e Caramuru (entre as ruas Guatapará e rotatória da João Fiúsa), todas as avenidas de Ribeirão Preto estão com seu pavimento bastante gasto, formando buracos e remendos mal feitos ao longo da via, botando em risco a segurança dos motoristas e trazendo prejuízos financeiros para seus veículos por conta de troca de amortecedores e pneus. Algumas avenidas como a Celso Charuli (continuação da Maurílio Biagi, seguindo até a rodovia Anhanguera) estão com seu pavimento tão deteriorado que fica impossível desenvolver uma velocidade segura por conta de "pulos e solavancos" dos veículos.

Antes de qualquer coisa, todas as avenidas precisam passar por processos de raspagem e em casos mais graves, já ser realizada manutenção preventiva da situação de canos da rede de água e esgoto que passam sob as mesmas.

Recapeamento em avenida de Presidente Prudente - SP
Foto via: site da Prefeitura de Presidente Prudente

2a- Remoção das vagas de estacionamento: muitos estabelecimentos comerciais de avenidas como Presidente Vargas já possuem recuo frontal com estacionamento para clientes. Ou seja, não faria mais sentido um espaço tão ocioso na via, visto que ali não seria permitido estacionar. As ruas paralelas e perpendiculares comportariam estas vagas suprimidas;
Avenida Independência com três faixas de rolamento
Foto via: Google Street View
3a- Implantação de ciclovias nos canteiros centrais: muitos ciclistas alegam insegurança ao pedalarem pelas avenidas de Ribeirão Preto. O Plano Cicloviário da cidade (em PDF) prevê a implantação de novas ciclovias nas principais avenidas. Projeto este que nunca foi lançado de fato em Ribeirão. Muitos canteiros possuem espaço suficiente para a implantação de ciclovias, sem comprometer as árvores neles existentes. Se as avenidas interligam os principais regiões da cidade, as ciclovias também passariam a interligar, gerando uma demanda bastante reprimida de ciclistas que utilizam a bicicleta como transporte.

Atualização: em setembro de 2016, foi acrescentada ao blog a proposta para a criação de uma estrutura cicloviária para Ribeirão Preto, utilizando em sua maioria os canteiros centrais das avenidas. O projeto Mapa Cicloviário de Ribeirão Preto 2016 pode ser consultada neste link.

Ciclovia em canteiro central em São Paulo
Foto via: Vá de Bike

4a- Reforço na sinalização vertical e horizontal: placas e pinturas de solo precisam ser adaptadas a nova realidade das avenidas, indicando novos bairros, pontos turísticos. Muitas destas placas de encontram defasadas, incorretas ou mesmo irregulares, confundindo o motorista tanto local como os visitantes. Já as pinturas de solo atuais acabam pouco acrescentando ao trânsito, muitas vezes sendo desrespeitadas pelos próprios motoristas;

Placas de orientação e destino em Manaus - AM
Via: blog do Hiel Levy

Pintura de solo adequada em cruzamento de Santo Antônio - SP
Foto via: Giro Marília
5a- Sincronização de semáforos: a chamada Onda Verde. O funcionamento é simples; os semáforos são sincronizados pela velocidade determinada na via, como por exemplo 50 km/h. Quando o motorista mantem esta velocidade média, ele consegue pegar todos os semáforos abertos em uma distância razoável de deslocamento, evitando pontos de congestionamento causados por semáforos fora de sincronia;

Semáforos com sistema Onde Verde em Cuiabá - MT
Via: Olhar direto - Youtube

6a- Radares fixos e em semáforos: infelizmente muitos vão discordar deste ponto, mas é algo necessário. Ribeirão é a cidade com o terceiro trânsito mais violento do Brasil. Infrações como excesso de velocidade e ultrapassar o sinal vermelho são constantes na cidade. Os radares ajudariam a reduzir o número de acidentes causados por motoristas infratores. Caso acredite que eu esteja sendo um pouco exagerado, faça um exercício prático: permaneça em algum cruzamento com grande fluxo de veículos por alguns minutos e acompanhe alguns ciclos de semáforo. Faça isso nos horários de pico. Você ficará assustado com o que verá;

Radares fixos instalados em avenida
Foto via: Admiradores da Física

7a- Fiação subterrânea: Este ponto seria prioritário apenas em avenidas comerciais, se estendendo aos poucos para as avenidas residenciais. Um sistema subterrâneo teria vantagens como a diminuição da poluição visual causada pelos fios expostos, traria segurança reduzindo o risco de acidentes, diminuiria os custos de manutenção e valorizaria a arquitetura da região. Como pontos negativos estaria o custo inicial da obra e seus transtornos durante o período de execução. Atualmente o calçadão de Ribeirão já conta com fiação subterrânea, trazendo um impacto visual bastante diferenciado;

Centro de Campina Grande - PB
Foto via: SkyscraperCity Arquitetura ediscussões urbanas

8a- Corredores de ônibus junto aos canteiros: como previsto no PAC da Mobilidade, muitas avenidas serão contempladas com os chamados corredores estruturais. Uma forma de aproveitar parte dos canteiros seria utilizar a terceira faixa das avenidas como corredores exclusivos para ônibus (sejam integrais ou em horários específicos).

Inclusive este ponto ajudaria na implantação de um futuro sistema BRT na cidade e exigiria uma modificação em alguns dos ônibus que fossem fazer estas rodas; a adição de portas a esquerda do coletivo. Ônibus com portas em ambos os lados são bastante comuns em São Paulo, justamente por fazerem embarque junto a calçada ou pelo canteiro central das avenidas. Este procedimento inclusive evitaria reduzir a largura dos canteiros, prejudicando as árvores já existentes neles e evitando sua extração.
Ônibus com portas do lado esquerdo em SP
Foto via: Blog Ponto de Ônibus
Conforme mostrei uma projeção de avenida padrão, abaixo segue a projeção da mesma avenida com parte das modificações sugeridas. Todas com a mesma largura de avenida utilizada anteriormente:

Avenida readequada com ciclovia e remoção
de vagas de estacionamento
Avenida readequada com ciclovia e
corredor de ônibus à esquerda

2- Ligação de avenidas inacabadas

Conforme dito anteriormente, grande parte destas avenidas inacabadas são localizadas nas regiões Norte e Oeste, muitas delas residenciais. As readequações apontadas acima também valeriam para elas, mas antes estas mesmas avenidas precisam atender o seu propósito, que é de facilitar a mobilidade urbana destes bairros e serem ligadas ao sistema viário da cidade de forma definitiva. Em alguns casos seria preciso a desapropriação de imóveis para a continuação destas avenidas.

Caso estas vias tenham seus acessos completados, cruzar determinadas regiões da cidade poderá se tornar algo bastante rápido e ágil e até servirem como vetores de crescimento urbano.

Abaixo estão sugeridas 29 ligações necessárias e importantes para serem incluídas no sistema viário de Ribeirão Preto. Também é possível vê-las no mapa Proposta - Duplicação de Vias, separadas por região. Confira:

==============================================================

Zona Norte:

01-A: Av. Dr. Wilquem Manoel Neves com rua Lara Nilsa Rafaini Cação
no Simioni. Com futura duplicação até o final da rua Lara Nilsa;

02-A: Av. Ettore e Aurora Coraucci com a rua Palmiro Bim no Alexandre Balbo

03-A: Av. Ernesto Guevara Lã Serna até as proximidades
do córrego no Heitor Rigon

04-A: Av. Pres. João Goular com Av. Estevão Nomelini
(Geraldo de Carvalho e Parque dos Pinus)

05-A: Av. Estevão Nomelini com Av. Ernesto Guevara Lã Serna
no Parque do Pinus, com adição de rotatória e ligação
com o retorno da rodovia Alexandre Balbo.

06-A: Av. Marechal Costa e Silva nos Campos Elíseos.
Envolveria desapropriações.

07-A: Avenida Dr. Oscar de Moura Lacerda, no Jardim Jóquei Clube.
Citada na audiência pública sobre avenidas em 08/2018.

08-A: Avenida Carlos Drumond de Andrade, no Jardim Jóquei Clube.
(citada na 
audiência pública sobre avenidas em 08/2018)

09-A: Avenida Luiz Augusto G. de Matos, no Jardim Jóquei Clube
(citada na 
audiência pública sobre avenidas em 08/2018).

10-A: Duplicação da avenida Dr. Wilquem Manoel Neves
ligando com a Via Norte sentido anel víario.

==================================================================

Zona Leste:
    01-B: Av. Profa. Edul Rangel Rabello, no Jd. Roberto Benedetti
    e Manoel Pena. Envolveria desapropriações.

    02-B: Av. José Antônio Ferrarezi entre as ruas Dezoito e
    avenida Henri Nestlé no Parque dos Servidores.
    A duplicação foi executada e 
    entregue em
    maio de 2019 (data a confirmar).

      03-B: Av. Alfredo Ravaneli, próximo ao Jardim Juliana.

      04-B: Avenida Leão XIII entre a rua Niterói e rotatória
      da Castelo Branco (ao lado do Tonin Atacado)
      no Jardim Castelo Branco Novo.

        05-B: Avenida Dina Rizzi no bairro Cândido Portinari.
        Citada na 
        audiência pública sobre avenidas em 08/2018.Obras iniciadas em setembro de 2019.

          06-B: Avenida José Canavaci, bairro São Jose
          (citada na 
          audiência pública sobre avenidas em 08/2018).


          ================================================================================

          Zona Sul:
            01-C: Avenida Dr. Fernando Ferreira Leite no bairro Alto da Boa Vista.
            Esta obra foi acrescentada recentemente ao programa Ribeirão Mobilidade
            e teve seu início em setembro de 2019 (
            obra em andamento).

              02-C: Av. Carlos Eduardo de Gasperi Consoni sentido Centro-Bairro,
              no Jardim Botânico. A rua sentido Bairro-Centro passaria a ser mão única
              (
              obra realizada e entregue em julho de 2018).

              03-C: Avenida Hebert Faleiros, paralelo ao Recreio das Acácias
              (citada na 
              audiência pública sobre avenidas em 08/2018).

                04-C: Avenida João Fiúsa no Jardim Olhos D'água
                (citada na 
                audiência pública sobre avenidas em 08/2018)

                  05-C: Avenida Francisco Gugliano, bairro Quinta da Alvorada
                  (citada na 
                  audiência pública sobre avenidas em 08/2018).
                    06-C: Avenida Ângelo Antônio Colafemina, no Jardim San Marco
                    (citada na 
                    audiência pública sobre avenidas em 08/2018).

                    ============================================================
                    Zona Oeste:


                    01-D: Av. Virgílio Soeira, entre Planalto Verde e Paulo Gomes Romeu.
                    02-D: Av. Dra. Nadir Águiar no Jamil Curi.

                    03-D: Avenida Patriarca no Jardim Maria da Graça.
                    Será preciso algumas desapropriações.
                    04-D: Av. Cásper Líbero até a rodovia Antônio Duarte Nogueira,
                    no Parque Ribeirão. Será preciso fazer desapropriações.


                    05-D: Avenida Luigi Rosiello entre as avenidas Lucas Nogueira Garcês
                    e Café/rotatória de entrada da USP
                    (citada na audiência pública sobre avenidas em 08/2018);


                    06-D: Avenida Adelmo Perdizza, entre o Jardim Marchesi e mata de Santa Teresa
                    (citada na audiência pública sobre avenidas em 08/2018);

                    07-D: Avenida Alvaro de Lima, na Vila Virgínia.

                    -------------------------------------------------------------------------------------------------------

                    Estas seriam as mais urgentes junções e conclusões de avenidas a serem executadas no momento. Caso se lembre de mais alguma, poste nos comentários ou na página do Ribeirãotopia no Facebook. Talvez para os motoristas que utilizam apenas a principais avenidas da cidade estes tipos de junções sejam superficiais e até inúteis, mas vale lembrar que são estas avenidas que ajudam os moradores de bairros mais afastados a de deslocarem para outras regiões da cidade, diminuindo o tempo de viagem e também melhorando a qualidade de vida.

                    Se você gostou da proposta, comente e compartilhe! Divulgue nas páginas da prefeitura e secretaria de infraestrutura. Cobre de seu vereador um posicionamento sobre estas avenidas inacabadas. Mas lembre-se, as eleições estão próximas, portanto cuidado com o excesso de promessas realizadas.

                    Até a próxima postagem!


                    Links para pesquisa