terça-feira, 18 de agosto de 2015

Readequação do parque Maurilio Biagi

Atualização: 23/01/2017

Praças e parques são muito importantes para todas as cidades, sejam elas pequenas ou grandes metrópoles. São como válvulas de escape da tumultuada e caótica rotina do dia a dia. São usados por praticantes de caminhadas e corridas, por pais e filhos que queiram fazer um piquenique, por namorados que queiram passar um tempo juntos ou até para pessoas que estejam no horário de almoço e procuram um lugar calmo pra descansar. Estas são algumas das funções dos parques; proporcionar qualidade de vida ao cidadão.

Parque Ibirapuera em São Paulo-SP
Via: G1.com
Saiba mais: A importância dos parques urbanos e áreas verdes na promoção da qualidade de vida em cidades

Ribeirão Preto possui seis grandes parques, com a situação descrita abaixo:
  • Parque Maurilio Biagi - em funcionamento
  • Parque Pref. Luiz Roberto Jábali (mais conhecido como Parque Curupira) - em funcionamento
  • Parque Luiz Carlos Raia - em funcionamento
  • Parque Tom Jobim - em funcionamento.
  • Parque Roberto de Melo Genaro - fechado aguardando reforma
  • Parque Rubens Cione - fechado e com reforma prometida com prazo indeterminado.
Para uma cidade do porte de Ribeirão, temos pouquíssimas áreas verdes, e as que existem quase não recebem manutenção adequada. Por isso é comum encontrarmos praças com bancos quebrados, mato alto, iluminação noturna inexistente e falta de atrativos como parquinhos ou academias ao ar livre. Praças e parques são lugares de convivência. Eles precisam destes tipos de incentivos.

Parque ecológico Maurilio Biagi

Em novembro de 1982, foi promulgada a Lei nº 4.233, dispondo sobre a criação do "Parque Ecológico Maurílio Biagi", passando por uma reinauguração em 2010. O mesmo foi implantado na confluência dos córregos Laureano e Ribeirão Preto, onde no passado ficavam instaladas o antigo pátio de manobras para locomotivas e pela estação da antiga Cia. Mogiana.

Localização: entre o terminal de ônibus urbano Dra. Evangelina e a Câmara dos Vereadores.
Avenidas no entorno: Jerônimo Gonçalves, Elpídio Gomes, rua Felipe Camarão e alameda Tupi. 

Parque Maurilio Biagi
Fonte: Google Maps
Isso mostra o quão importante o parque é para a região. Bastante frequentado por crianças, adolescentes, famílias e praticantes de esportes (ciclistas, skatistas, corredores e patinadores). O parque possui ciclofaixa, parquinho, academia ao ar livre, rampas de skate, duas quadras para futebol e basquete, cantina e banheiros em uma área de 70 mil m².

Saiba mais: Parque Ecológico Maurílio Biagi - História


Vídeo de 2016 mostrando as dimensões e estruturas do parque Maurílio Biagi.

Carrapatos e capivaras

Em julho de 2014, o parque precisou ser fechado por conta de um problema no mínimo curioso: a infestação de carrapatos.


Em resumo, como o córrego passa por dentro do parque, as capivaras tinham total acesso ao local. As cercas que margeiam o córrego não foram suficientes para a entradas dos bichos. A prefeitura fechou o parque prometendo resolver o problema. Depois de longos seis meses, o parque é reaberto... mas com ressalvas.


Defensas usadas na Stock Car agora vão segurar... capivaras.
Fonte da foto: www1.folha.uol.com.br
Como podem fechar um parque tão importante por um período tão longo, e reabri-lo ainda com os mesmos problemas? As capivaras continuam tendo acesso ao parque! As defensas de concreto instaladas de forma emergencial foram removidas para a realização da StockCar na cidade! E o máximo que estrutura que o parque recebe são placas de advertência e faixas de isolamento? É muita incompetência para um lugar só.

Placa alertando sobre o risco do carrapato estrela
e capivaras no gramado do parque.

Não sou perito em obras públicas, mas as coisas poderiam ter ocorrido de forma muito mais rápida e eficiente com um cronograma mais ou menos assim:
  1. Anuncio de licitação para reforma do parque
  2. Apresentação das propostas
  3. Anuncio do vencedor da licitação
  4. Prefeitura teria uma semana para divulgar aos frequentadores sobre o fechamento do parque
  5. Parque fechado e inicio imediato das obras
  6. Prazo estipulado sendo cumprido
  7. Reabertura do parque com os problemas solucionados
Mas o que aconteceu foi isso:
  1. Parque fechado sem nenhum aviso com antecedência á população
  2. Nenhuma informação sobre as obras que serão realizadas
  3. Nenhuma previsão de reabertura do parque
  4. Defensas de concreto são colocadas semanas antes da reabertura do parque, de forma improvisada e inadequada
  5. Reabertura do parque com os mesmos problemas
Nas primeiras semanas, o parque apresentava problemas de postes apagados (problemas com o disjuntor), falta de bebedouros e patrulhamento escasso. Alem do mato alto, brinquedos do parquinho quebrados, e banheiros pichados e sem torneiras nas pias. Ou seja, seis meses de fechamento para nenhuma melhoria?

Atualização: no momento, o parque continua em funcionamento, mas com um de seus acessos fechados. Entre os motivos alegados na época, foi trazer mais segurança aos usuários. Mas isso acabou gerando outro problema: as pessoas que antes usavam o parque para cortar caminho e chegarem até a rodoviária ou terminal de ônibus, precisam passar por fora do parque, por calçadas em mal estado, ao lado do tráfego pesado da alameda Tupi e com grandes desníveis de solo (onde cadeirantes e idosos serão duramente prejudicados). 

Ideia utópica de hoje

A proposta desta semana não vale apenas para um parque, mas também para todos os demais parques (existentes e futuros) e até mesmo para praças da cidade. Falarei de uma proposta de readequação do parque Maurilio Biagi. Clique na imagem para ampliar.


Lista das principais mudanças:
  1. Cerca em alambrado nas margens do córrego
  2. Postes autônomos
  3. Bebedouros do tipo "aperta fácil"
  4. Reforço na sinalização para pedestres
  5. Catracas nas entradas e saídas
  6. Sistema para coleta de água da chuva
1) Cerca em alambrado nas margens do córrego



Nas fotos: 1ª Cercas muito baixas, 2ª Margens do córrego sem nenhum cuidado, 3ª Defensas de concreto, 4ª Alambrado jogado ao lado da cerca "aguardando" ser instalado. Fotos arquivo pessoal.

As antigas cercas eram feitas com mourões de madeira e com menos de 1,50 m de altura, alem de vários pontos falhos (arames danificados), facilitando a entrada das capivaras. A instalação de cercas de alambrado com mourões em concreto pré-moldado com 2 metros de altura e alicerces de bloco de concreto resolveriam o problema.


Simulação de cercas de alambrado em torno do córrego
Atualização (29/07/2019): em setembro de 2018 a prefeitura fez a instalação dos alambrados no entorno do córrego que cruza o parque, resolvendo em definitivo o problema da invasão de capivaras. Sugestão aplicada na prática.

Alambrado instalado no parque Maurílio Biagi
em agosto de 2018.
Via: acervo pessoal.

2) Postes autônomos

Os postes atuais possuem fiação subterrânea e precisam de um funcionário para liga-los. Já expliquei sobre estes postes na proposta de travessias iluminadas para pedestres em maio/2015, mas vou explicar novamente. São postes que utilizam placas solares para captação da luz do sol. Podem ser programados para acenderem por Timer ou de acordo com a luminosidade ambiente. Imagine a redução de custos de energia da prefeitura, ou melhor, custos arcados por todos os moradores da cidade.
Simulação de poste solar no parque Maurilio Biagi, baseado nos postes
usados no Parque Barigui, em Curitiba
Foto via: http://www.flogao.com.br/ribeiraopreto/136679086

3) Bebedouros do tipo "aperta fácil"

A falta de bebedouros é um problema antigo no parque. Nos primeiros anos de funcionamento, existiam bebedouros ao lado da guarita entrada Elpidio Gomes e próximo aos banheiros. Depois deste período, todos os bebedouros foram removidos e sem prazo para sua reinstalação (o argumento da prefeitura era de que os bebedouros estavam em manutenção). Somente este ano foi instalado um novo bebedouro com três torneiras (onde uma já está danificada) ao lado da guarita entrada alameda Tupi.
Bebedouro de inox instalado ao lado da guarita de entrada
Foto acervo pessoal
Hoje existem bebedouros especiais, feitos de inox, com grandes botões laterais e escritos em braile, e com versão adaptada para cadeirantes. Em Sorocaba, estes bebedouros já são realidade para seus frequentadores.

Bebedouro instalado em parque de Sorocaba - SP
Foto via: Jornal Cruzeiro
4) Reforço na sinalização para pedestres

As avenidas que rodeiam o parque são bastante movimentadas e os veículos que as usam desenvolvem uma velocidade excessivamente alta para uma região com tantas pessoas, principalmente crianças. Apenas a faixa na entrada pela Elpidio Gomes não é suficiente, visto que os motoristas e motoqueiros raramente a respeitam. Já a faixa pela entrada da alameda Tupi foi apagada e remanejada próxima ao terminal de ônibus. O pedestre tem preferência e fim de papo. As faixas elevadas para pedestes (lombofaixas) seriam perfeitas para a região.

Motoristas não respeitam as faixas para pedestres nas imediações do parque
Foto acervo pessoal
5) Catracas nas entradas e saídas

As entradas do parque Maurilio Biagi são demarcadas com faixas de isolamento e barreiras de metal, quase que limitando a entrada de pessoas; algo feito de forma extremamente amadora. Vale lembrar que a ideia das catracas não é restringir ou segregar o acesso ao parque, mas sim ter um controle de quantos frequentadores o utilizam, assim tendo dados para fins estatísticos (quantas pessoas foram ao parque num feriado ou a um evento específico) e até como forma de organizar o acesso dos usuários. A catraca basicamente apenas serviria como um contador de acessos. Quatro catracas (duas para entrada e duas para saída) alem de acesso adaptado para cadeirantes e passagem de ciclistas com bicicletas desmontadas.


Projeção e montagem - catracas para acesso ao parque
Foto das catracas via: http://pt.123rf.com/profile_id1974
Foto da entrada: acervo pessoal

6) Sistema para coleta de água da chuva

Reduz custos e ajuda o meio ambiente. Os coletores de água de chuva estão sendo bastante utilizados em industrias, comércios e residências. Uma prefeitura precisa pensar em alternativas deste porte quando falamos em economia. Os coletores seriam colocados no telhado da área onde fica a cantina e banheiros, sendo utilizada tanto para as descargas, quanto para a limpeza do parque.

Cantina e sanitários
Foto acervo pessoal
Saiba mais: Aproveitamento da água de chuva

Estas seriam as principais iniciativas para a readequação do parque, mas posso enumerar outras como:
  • Iluminação nas áreas do parquinho e academia ao ar livre.
  • Instalação de antenas WiFi.
  • Atualização da sinalização interna (localização de banheiros, saídas, quadras...).
  • Criação de área para a prática de vôlei de praia.
  • Desvio dos fios de alta tenção que passam dentro do parque, limitando uma área que poderia ser usada para empinar pipas por exemplo.
  • Iluminação dos painéis de pontos turísticos da cidade.
  • Saídas de emergência destrancadas. Sim, atualmente estas saídas são trancadas com correntes. Já imaginou se acontece algum acidente que precise de evacuação imediata?
Será que estas medidas são tão absurdas ou mesmo utópicas? Bom, se estamos falando da administração atual e se elas estão em um blog com o nome utopia embutido, provavelmente elas são. Mas cabe a você cobrar da prefeitura e vereadores tais mudanças! Reclamar é o primeiro passo! Agir é o segundo! Se você leva seus filhos para o parque ou tem amigos que o frequentam, compartilhem esta postagem e vamos tentar deixar Ribeirão um pouquinho melhor.

Até o próximo post!

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