Atualização: 01/02/2017
O setor responsável pelo planejamento viário e monitoramento do trânsito sempre devem estar atentos a possíveis mudanças ou melhoras em ruas e avenidas de uma cidade. Normalmente o problema é detectado e os estudos realizados são baseados em ideias que possam ser usadas. Uma placa de regulamentação ou uma pintura de solo não estão na via apenas para "enfeitar a cidade"; toda a sinalização tem o seu propósito.
O setor responsável pelo planejamento viário e monitoramento do trânsito sempre devem estar atentos a possíveis mudanças ou melhoras em ruas e avenidas de uma cidade. Normalmente o problema é detectado e os estudos realizados são baseados em ideias que possam ser usadas. Uma placa de regulamentação ou uma pintura de solo não estão na via apenas para "enfeitar a cidade"; toda a sinalização tem o seu propósito.
Entre as características principais de uma via destacam-se:
- Trazer agilidade no fluxo de veículos;
- Proporcionar segurança a motoristas e pedestres.
Via com sinalização adequada em Campo Grande - MS Foto via: Diário Digital |
Quando dizemos trazer agilidade no fluxo de veículos, isso se inclui sinalização vertical (placas de regulamentação, advertência, origem e destino, etc.), sinalização horizontal (pinturas de solo como setas com sentido de fluxo, faixas de segurança, linhas de bordo, marcação de área de conflito, entre outras) e sinalização semafórica Estes elementos ajudam a orientar o motorista sobre qual direção a seguir e como seguir de forma ágil e eficiente, de forma a não prejudicar o fluxo de veículos na via.
Já quando nos referimos a segurança, os elementos acima também são importantes, pois um ambiente seguro evita conflitos entre motoristas e até mesmo acidentes. Limites de velocidade compatíveis com a via, respeito a faixa de pedestre, respeito a sinalização existente, entre os mais variados motivos. Neste item ainda podemos incluir as condições do pavimento asfáltico, uma vez que buracos, desníveis de piso e desgaste excessivo do asfalto podem colocar em risco a vida de motoristas, motociclistas e pedestres.
Buracos causados por reparos mal executados na via e sinalização horizontal apagada Foto via: Blog Diário de Pernambuco |
Para as pessoas que tiverem interesse sobre as normas para a instalação de sinalização, o site Vias Seguras disponibiliza seis manuais de sinalização viária. Abaixo a relação dos mesmos:
Volume I – Sinalização Vertical de Regulamentação
Volume II – Sinalização Vertical de Advertência
Volume III – Sinalização Vertical de Indicação
Volume IV – Sinalização Horizontal
Volume V – Sinalização Semafórica
Volume VI – Sinalização de Obras e Dispositivos Auxiliares
Saiba mais: Sinalização de trânsito - Manuais em PDF
Situação em Ribeirão Preto
Nos últimos anos a situação das ruas e avenidas de Ribeirão Preto tem piorado bastante, a ponto de muitas delas estarem a beira do colapso. Estamos falando de vias importantes com grande fluxo de veículos ao longo do dia, cuja atenção não vem sendo dada pela prefeitura de Ribeirão Preto e secretaria de infraestrutura. Uma das ruas que passa por este problema é a que ilustra a proposta desta semana: a Rua Chile.
Rua Chile - Zona Sul de Ribeirão Preto Localização: Google Maps |
A rua Chile é uma via de mão única (sentido Bairro-Centro) com aproximadamente 2 km de extensão (1,90 km) que cruza os bairros Santa Cruz e Jardim Irajá, zona sul da cidade. Esta rua tem seu início na avenida Maurílio Biagi e termina na avenida José Adolfo Bianco Molina, fazendo-a ser um corredor de tráfego algo para os moradores destes bairros. Entre as edificações mais presentes, destacam-se apartamentos de 3 a 4 pavimentos, comércios diversos, prestação de serviços e instituições de ensino. A via também é responsável por adicionar tráfego à avenida João Fiúsa.
Mesmo sendo uma rua com sua importância devida, problemas como os excessivos buracos estão presentes ao longo da via. Mas uma região em específico que apresenta maior número de problemas seria entre a avenidas Maurílio Biagi e Leais Paulistas.
Este trecho em questão possui falhas que comprometem o fluxo e a segurança dos passantes como:
- Péssimas condições do pavimento;
- Estacionamento sem padronização;
- Cruzamento da Chile com Leais Paulistas (mini-rotatória).
1- Péssimas condições do pavimento
O trecho da via entre a Maurílio Biagi e Portugal apresenta risco eminente de colapso estrutural. Os buracos existentes são bastante profundos e a camada de terra sob o asfalto está se desfazendo, o que pode provocar acidentes graves a motoristas e pedestres que usarem a via.
A situação é tão grave, que a imprensa já noticiou o fato inúmeras vezes, vários veículos já se envolveram em acidentes e mesmo com os contantes alertas, os buracos tem piorado dia apos dia e toda e qualquer tentativa de reparo termina em um serviço executado ainda pior do que o problema em si.
Veículo preso em um dos buracos da via Foto via: Folha Região |
Reparos ineficientes realizados no mesmo local onde o veículo acima se acidentou Foto via: G1.com |
As fotos abaixo mostram a situação deste trecho da rua Chile e foram tiradas hoje (05/12/2016). Qualquer autoridade séria teria realizado no mínimo uma interdição total da via, até que os reparos fossem executados.
Buraco no cruzamento da Chile com rua Santa Cruz |
Asfalto deformado, erosão aparente e pedaços da manta asfáltica soltas na via |
Muitos resíduos espalhados pela via |
Até mesmo a calçada apresenta problemas |
Buraco ao lado do cruzamento da Chile com rua Vera Cruz |
O asfalto está totalmente deformado |
Galho de palmeira colocado para "sinalizar" a via |
Foto tratada com clareamento para melhor visualização |
Veículos passam muito próximo ao buraco |
Uma das causas apontadas por moradores para o surgimento destes buracos seria o entupimento das galerias pluviais da rua, fazendo com que as águas desçam a via com velocidade, levando o pouco asfalto que resta fixo ao solo. Felizmente o estacionamento do lado direito da via é proibido, o que minimiza em termos os riscos de acidentes.
Atualização: o trecho apontado na proposta passou por manutenção e os buracos existentes foram tampados de maneira aparentemente eficiente no começo de janeiro de 2017. Mas em poucos dias uma equipe do Daerp realizou uma manutenção na via, o que ocasionou em mais um buraco em uma via recém consertada. O amadorismo do nosso departamento de água e esgoto chegam a impressionar qualquer profissional experiente.
Atualização: o trecho apontado na proposta passou por manutenção e os buracos existentes foram tampados de maneira aparentemente eficiente no começo de janeiro de 2017. Mas em poucos dias uma equipe do Daerp realizou uma manutenção na via, o que ocasionou em mais um buraco em uma via recém consertada. O amadorismo do nosso departamento de água e esgoto chegam a impressionar qualquer profissional experiente.
2- Estacionamento sem padronização
O motorista fica confuso ao saber que do nada uma das faixas de rolamento da via se transforma em vagas para estacionamento. Não existe uma padronização ou mesmo sinalização de solo orientando os motoristas sobre qual direção a seguir. O resultado disso são os constantes congestionamentos, muitas vezes formados por apenas uma fila de veículos, o que para uma via do porte da rua Chile, é algo completamente inadequado.
Cruzamento da Chile com Portugal. Total inexistência de sinalização de solo ou aviso de estacionamento Foto via: Google Street View |
Trecho da rua Chile entre Humaitá e Triunfo. Estacionamento em ambos os lados da via. Foto via: Google Street View |
Alem dos estacionamentos irregulares, este cruzamento da Chile com Triunfo é desalinhado, o que pode provocar acidentes aos motoristas menos desavisados.
Cruzamento da Chile com Triunfo. A via desloca-se para a direita, e os veículos estacionados próximo à esquina comprometem o fluxo da via. Foto via: Acervo pessoal |
Esquema simplificado do cruzamento da Chile com Triunfo |
3- Cruzamento da Chile com Leais Paulistas (mini-rotatória)
Trecho bastante problemático na via. A mini-rotatória a princípio não está mais suprindo o fluxo de veículos na via, mas este não é o único problema: muitos motoristas que seguem pela avenida Leais Paulistas costumam avançar a sinalização de PARE, ignorando a principal regra de uma rotatória que é o veículo que faz a rotatória tem preferência sobre as demais vias que a cruzam.
Veículos utilizando a mini-rotatória da Chile com Leais Paulistas Foto via: Acervo pessoal |
Veículos utilizando a mini-rotatória da Chile com Leais Paulistas Foto via: Acervo pessoal |
Estes são os principais pontos observados. A rua Chile deixou de ser uma simples via local para se tornar uma importante rua de ligação para as avenidas da qual está cruzando. Infelizmente sua infraestrutura não acompanhou tamanha evolução.
O que a secretaria de infraestrutura e Transerp tem feito para que sejam realizadas melhorias nesta via? Absolutamente nada! O máximo de esforço que tem sido realizado são a colocação de cavaletes para orientar os motoristas sobre os buracos existentes. Buracos estes que estão apenas sendo reparados superficialmente, enquanto problemas mais graves no subsolo permanecem sem solução. Não adianta mais esperar que alguma vítima fatal venha a se acidentar nestes buracos para que estes sejam reparados, pois mesmo com duas mortes recentes já colocadas na conta da prefeitura, nenhuma melhoria imediata vem sendo feita.
Ideia utópica do dia
Este é uma daquelas propostas que são relativamente simples, mas que para a atual administração municipal acabam se tornando verdadeiros "transtornos". Destaco abaixo algumas ideias para que a rua Chile possa se tornar uma via eficiente de fato. As alterações mais urgentes se referem ao trecho entre a avenida Maurílio Biagi e Leais Paulistas.
- Remoção total do pavimento antigo e reparos nas tubulações;
- Colocação de malha asfáltica adequada e instalar sinalizações;
- Proibir a conversão à direita na Av. Maurílio Biagi para a Chile;
- Proibição de estacionamento (parcial ou total);
- Readequação do cruzamento Chile x Leais Paulistas.
1- Remoção total do pavimento antigo e reparos nas tubulações
Qualquer reparo da via antes deste passo é totalmente inviável. Infelizmente isso poderá causar transtornos no trânsito por algumas semanas, mas isso será necessário para a total remoção do pavimento e em trabalho conjunto com o DAERP, fazer um exame completo da via e realizando os reparos e substituições necessárias. Este tipo de análise foi citada na proposta sobre o Sistema de Recuperação Asfáltica no começo de novembro.
Sugestão de rota alternativa temporária para reparo de galerias subterrâneas |
Apenas após este tipo de reparo total, será possível a aplicação de um novo pavimento.
2- Colocação de malha asfáltica adequada
Por ser uma via com fluxo intenso de veículos, o pavimento a ser utilizado deve ser de acordo com as necessidades. Um material de qualidade garante maior vida útil ao asfalto e evita reparos no curto prazo. Ao final, toda a sinalização horizontal adequada deve ser instalada.
Projeção amadora de trecho da rua Chile devidamente revitalizado |
3- Proibir a conversão à direita na Av. Maurílio Biagi para a Chile
A avenida Maurílio Biagi pode ser considerada uma via de trânsito rápido, por isso quaisquer tipos de conversões devem ser proibidas, a fim de evitar acidentes causados por veículos que desejem executar tal manobra. A ideia é que os veículos utilizem a via marginal direita para realizarem sua entrada na rua Chile.
Conversões à direita neste trecho podem provocar acidentes. O ideia é que o motorista já realize a conversão estando na via marginal Foto via: Google Street View |
Esquema de nova sinalização do cruzamento |
Neste caso, o motorista deverá entrar na marginal após o retorno no canteiro central da Maurílio Biagi. Este procedimento trará mais segurança e agilidade na avenida. Infelizmente devido a péssima educação do motorista ribeirãopretano nas ruas, a presença de agentes de trânsito nos primeiros dias da implantação da proibição será bastante necessária.
4- Proibição de estacionamento (parcial ou total)
A rua Chile é bastante estreita nesta região em destaque na proposta. Por isso manter vagas de estacionamento em ambos os lados pode comprometer o fluxo de veículos na via. Como ideia, poderiam ser mantidas apenas as vagas do lado esquerdo e em casos específicos como o cruzamento da rua Chile com Triunfo, proibição em ambos os lados.
Sabemos que medidas como estas são bastante impopulares entre os motoristas, mas se quisermos que a via mantenha um fluxo constante de veículos, tais medidas passam a ser necessárias.
5- Readequação do cruzamento Chile x Leais Paulistas
Esta mini-rotatória foi citada como um dos exemplos na proposta de julho de 2015. Trata-se de um dispositivo utilizado como alternativa ao semáforo em vias de baixo e médio fluxo de veículos. Mas nos últimos anos, esta mini-rotatória parece não estar mais surtindo efeito de controlar e direcionar o tráfego do local. Abaixo algumas possíveis alternativas:
5a- Reforço e troca da sinalização
Uma das maiores dúvidas é quanto ao tipo de sinalização usada em rotatórias. É comum que elas sejam sinalizadas com placas de Parada Obrigatória ao inves das placas de Dê a Preferência. Alem disso, a total ausência de faixas de segurança torna a travessia para pedestres ainda mais perigosa.
Conceito de sinalização em uma mini rotatória Foto via: Transito em foco |
Outro fator que acaba deixando o cruzamento mais perigoso são os veículos que circulam pela Leais Paulista. Muitos sequer param nas placas de Pare, acreditando que "a preferencial é de quem está na avenida", o que neste caso é inválido, pois a preferencial é do veículo que utiliza a rotatória. Uma troca na sinalização e reforço na atual podem minimizar o problema.
5b- Instalação de um semáforo
Com já alertei em propostas passadas, apenas o semáforo não garante mais segurança nos cruzamentos de Ribeirão Preto. A certeza de impunidade e falta de fiscalização favorece para que a infração de avanço de sinal seja comum em nossas ruas. Infelizmente a Transerp dispensa o uso de modernos e atuais sistemas de controle de tráfego como os de Traffic Calming, preferindo assim a instalação apenas de semáforos. Alguns destes chegaram até mesmo a serem instalados em rotatórias, eliminando totalmente sua função original.
O semáforo poderia ser de dois ou três tempos. O sistema de dois tempos é simples e já conhecido: uma via de cada vez tem a preferência. Para o cruzamento da proposta. primeiro tempo para os veículos da Chile e segundo tempo para os da Leais Paulistas. Neste caso, a conversão à esquerda (sentido João Fiúsa) seria proibida, assim como já é na avenida Dom Pedro I, e assim o veículos precisarão fazer o retorno pela rua Uruguai, Triunfo e Chile.
Esquema 1 - Semáforo dois tempos com retorno pela Uruguai e Triunfo |
Outra alternativa seria a implantação de um quarto semáforo, tendo assim um terceiro tempo onde: primeiro tempo para os veículos que sobem a rua Chile, segundo tempo para os veículos que circulam pela avenida Leais Paulista e um terceiro para os veículos que seguem pelas Leais (sentido Jd. Botânico - Av. Sen. Cesar Vergueiro) terem acesso à Chile. Nesta situação, o semáforo no mesmo sentido também permanece verde.
Esquema 2 - Semáforo três tempos com acesso à Chile |
Espero que tenha conseguido passar a ideia desta proposta. Novamente destaco que este tipo de intervenção nem necessitaria estar aqui no blog, devido ao grau de complexidade de baixo a médio. Não podemos esperar mais nada da atual gestão que termina em dezembro de 2016. Por isso o jeito é cobrarmos do novo prefeito e novos vereadores para que ideias como estas sejam debatidas e implantadas.
Obrigado e até a próxima postagem!
Links para pesquisa
Site do DENATRAN
Manual de semáforos (em PDF)
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