A mediocridade na política, especialmente nas administrações municipais, tem se tornado um entrave crônico ao desenvolvimento das cidades brasileiras. Quando a gestão pública se contenta com o básico, com o "funcionando mais ou menos", ou se limita a resolver apenas problemas imediatos, abre-se espaço para um ciclo de estagnação que impede o avanço real da qualidade de vida da população.
Os sinais dessa mediocridade são evidentes: prefeitos e secretários sem preparo técnico, cargos ocupados por critérios políticos em vez de competência, prioridades distorcidas, ausência de planejamento de longo prazo e uma administração reativa, que vive “apagando incêndios”. Obras eleitoreiras substituem políticas públicas estruturantes. A inovação é tratada como luxo, e a participação popular, como ameaça.
Um dos principais problemas dessa gestão limitada é a ineficiência na aplicação dos recursos públicos. Falta visão estratégica para áreas fundamentais como mobilidade urbana, habitação, meio ambiente e educação. Além disso, administrações medíocres tendem a sufocar talentos técnicos, promovendo o clientelismo e o favoritismo político, alem de transformarem feitos e rotinas diárias da cidade em conquistas extraordinárias e impressionantes, como uma forma de disfarçar o fato de não possuírem capacidade em executarem tarefas ou projetos mais complexos que demandam profissionalismo e competência.
Esse cenário só será revertido com uma mudança de postura por parte da sociedade e dos próprios gestores. É preciso valorizar o planejamento urbano de longo prazo, a transparência, a profissionalização da máquina pública e o investimento contínuo em formação técnica. Cidades bem administradas não são fruto do acaso, mas de gestão qualificada e comprometida com resultados.
A superação da mediocridade na política municipal passa, sobretudo, por eleitores mais exigentes, que cobrem resultados reais, não apenas discursos. Cidades não podem ser trampolins políticos - devem ser espaços de vida, dignidade e futuro.
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