Na cena política, não é raro encontrar os chamados bajuladores - indivíduos que elogiam, defendem e apoiam políticos de forma exagerada, muitas vezes ignorando falhas, críticas legítimas ou decisões questionáveis. Diferentemente do apoio crítico e consciente, a bajulação se baseia na conveniência, em busca de benefícios pessoais, cargos ou proximidade com o poder.
Esses bajuladores tornam-se escudos humanos contra o debate democrático, criando uma bolha em torno do político. Alimentam um ambiente onde o contraditório é visto como ataque, e a adulação, como lealdade. Isso sufoca o diálogo público e enfraquece a transparência, pois o gestor deixa de ser confrontado com diferentes visões e passa a ouvir apenas o que deseja.
A longo prazo, essa prática é prejudicial à própria democracia. Políticos cercados por bajuladores tendem a se afastar da realidade da população, acreditando em uma popularidade artificial e tomando decisões desconectadas das reais necessidades da sociedade. Além disso, cria-se uma cultura política tóxica, onde o mérito é substituído por alianças pessoais e o debate é substituído por aplausos vazios.
Evitar esse problema exige postura crítica da sociedade. É preciso diferenciar apoio de idolatria e cobrar dos representantes públicos coerência, ética e compromisso com o interesse coletivo. Cidadãos conscientes, imprensa livre e instituições atentas são antídotos eficazes contra o avanço da bajulação. Valorizar o contraditório, promover o debate e denunciar práticas clientelistas são passos fundamentais para fortalecer a política e impedir que os bajuladores tomem conta do debate público.
Democracia forte se faz com ideias, não com aplausos automáticos.
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